domingo, 5 de setembro de 2021

O CERCO à Liberdade

A Doutrina Rumsfeld-Cebrowski

“Para prevenir qualquer revolta com antecedência, não é hoje preciso recorrer à violência. Os métodos de Hitler estão desactualizados. Para o conseguir, basta criar um condicionamento colectivo suficientemente forte para que a ideia de revolta nunca chegue a aflorar à mente das pessoas. O ideal seria que cada cidadão pudesse ser formatado de nascença, limitando as suas capacidades biológicas inatas, através da manipulação genética. Mas, para obter o condicionamento colectivo, nem é preciso chegar a tanto, basta reduzir drasticamente o nível da educação, transformando-a num mero meio de integração profissional. Um indivíduo sem educação fica com um horizonte de pensamento limitado e quanto mais o seu pensamento estiver confinado a preocupações medíocres, menos ele terá capacidade para se revoltar. Deve-se, pois, garantir que o acesso ao conhecimento seja cada vez mais difícil e elitista; que se crie uma enorme distância entre as pessoas comuns e a verdadeira cultura e a verdadeira ciência; que a informação destinada ao público seja anestésica e livre de todo conteúdo “subversivo” que o possa levar a pensar. Sobretudo, nada de filosofia e religião. Aqui, novamente, é necessário fazer uso da persuasão e não da violência directa: devem ser transmitidos às massas, pela televisão, entretenimentos que promovam constantemente o emocional e o instintivo; devem-se ocupar os espíritos com o fútil e o lúdico. É necessário que, com o ruído constante do palavreado opinativo e o barulho omnipresente de música, se impeça as mentes de pensar. A sexualidade e o prazer têm de ser colocados na vanguarda dos interesses humanos pois não há melhor tranquilizante social. Deve-se, por isso, promover a sexualização dos jovens desde a infância e assegurar o livre acesso a todo o tipo de práticas sexuais. No geral, deve-se fazer tudo para banir toda a seriedade da existência humana, zombar de tudo que se refira a valores mais altos, fazer a constante apologia da vulgaridade, para que a euforia própria da publicidade se torne o padrão da felicidade humana e o modelo de liberdade. Este condicionamento produzirá, assim, uma tal “inclusão” do individuo no sistema que o seu único medo – que deverá ser continuamente fomentado – será o de poder ser, dele, excluído deixando de ter acesso às condições que julga necessárias para a felicidade. O homem massa, assim formatado, poderá facilmente ser tratado como aquilo que na realidade se tornou: gado. E deverá ser vigiado como se vigia um rebanho. Tudo o que possa enfraquecer (desumanizar) a sua lucidez deve ser considerado socialmente bom e “inclusivo”; tudo que possa acordá-lo do seu torpor deve ser ridicularizado, sufocado, combatido, demonizado. Qualquer doutrina que desafie o sistema deve ser rotulada de subversiva, extremista, terrorista; e aqueles que a apoiem devem ser tratados como tal.”

“Günther Anders, “The Obsolescence of Man”, 1956


Só os que já perderam a lucidez não se deram conta das mudanças rigorosamente implementadas. A apatia e o conformismo são o nosso maior inimigo na sociedade controlada.
 
 


 

Ora, como sempre na vanguarda do que pode limitar a “liberdade”, aqui está o oportunismo dos que nos tentam oprimir - governantes!

Muita atenção ao “cerco”:

"No dia 8 de Maio de 2021, foi promulgada pelo Presidente da República a “Carta de Direitos Humanos na Era Digital” que estabelece um novo Direito de “protecção contra a desinformação”, e que institucionaliza e legaliza a censura, através de uma Entidade Reguladora e não dos Tribunais, de pessoas singulares ou colectivas que “produzam, reproduzam ou difundam” narrativas consideradas pelo Estado como “desinformação.”

No dia 17 de Julho entrou em vigor!



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