domingo, 26 de dezembro de 2021

Aos Deputados da Nação

 

Aos Órgãos de Comunicação Social,

Ao Ministério da Defesa Nacional,

Aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República.

PELO ESTATUTO DOS COMBATENTES

Considerações pertinentes a ter em conta antes da VOTAÇÂO:

1 – Os Combatentes das guerras ultramarinas cumpriram o dever patriótico que ao tempo lhes foi exigido, sofrendo as agruras de uma guerra que não compreendiam nem queriam.

2 – Nas terras longínquas de África e em difíceis condições, apesar da desarticulação dos apoios logísticos nas localidades onde estavam aquartelados; apesar de serem injustamente criticados e confrontados com o desespero dos “retornados”, os Combatentes portugueses deram ao mundo um grande exemplo de valentia e mantiveram a necessária segurança até à evacuação de todos os que foram forçados a abandonar os seus empregos e os seus bens para regressarem à metrópole. Para quem tem memória, lembramos que mais de mil militares e colonos brancos Belgas foram chacinados no Congo Belga, aquando da sua independência, porque as tropas não conseguiram suster a rebelião no meio da confusão e do terror. Situações semelhantes não aconteceram nas nossas colónias, graças ao empenho e resistência das nossas tropas.

3 - Com a sua resiliência em surdina, construíram os caminhos para acabar com a ditadura e realizar a revolução de Abril de 1974, que nos trouxe a ambicionada democracia, a liberdade e o fim da guerra e esperança de vida melhor.

4 – Apesar de esquecidos pelos governantes; apesar de abandonados à sua sorte, muitos com graves perturbações físicas e mentais, os Combatentes mais capazes integraram-se na sociedade, no mundo empresarial e no trabalho, produzindo bens para a riqueza do país.

5 – Ora, como em todas as guerras, cerca de um quarto (250 mil) cedo começaram a sentir os efeitos nefastos do stress de guerra, não conseguindo empregos nem meios de sobrevivência para uma vida digna, continuando com baixos proventos até nas pensões de reforma.

6 – Sem desprimor para outras “reinvindicações” que vos foram apresentadas, o que propomos para o Estatuto dos Combatentes, na 3ª versão do documento subscrito pelo “Grupo de Trabalho” das Associações aderentes, não é mais do que uma singela parcela daquilo que, por direito, têm a receber da nação que, injustamente e vergonhosamente, os desprezou durante mais de quarenta anos. Os mais de 450 mil Combatentes, ainda vivos, merecem respeito para viverem o resto das suas vidas com dignidade. A Pátria não pode recusar mais este designo do nosso merecimento.

7 – É importante entender que o Estado será o maior beneficiário dos proventos que vier a pagar aos Combatentes. Porque, com mais algum dinheiro, podem melhorar o seu estado geral de saúde, alimentar-se melhor e adquirir os medicamentos compatíveis com as suas doenças; só por estes factos, os gastos com tratamentos médicos e internamentos hospitalares serão reduzidos e o Estado poupará muitos milhões de euros.

8 – Atendendo à dificuldade de mobilidade, esse dinheiro será gasto em proveito do desenvolvimento da economia do país e do comércio local.

9 – Qualquer falta de compreenção das nossas considerações com sentido prático na satisfação dos nossos propósitos na aprovação de um Estatuto dos Combatentes, justo e dígno, além da reprovação pelos nossos filhos e netos, merecerá o nosso repúdio e protesto generalizado em acções futuras, porque estaremos sempre ao lado dos Combatentes mais desfavorecidos e de outros movimentos e associações que reclamam “Reivindicações” para a generalidade dos Combatentes.

10 - Extrato de “Notícias da Guerra”:

“Agora andamos há 60 anos a esconder a guerra que fizemos nas colónias. Isto, apesar de que, no cair do pano em 1974, todas as famílias portuguesas integravam alguém que esteve na guerra. Que ficou ferido. Que contraiu doença. Que morreu. Ainda hoje se manipulam ou censuram os resultados do desastre coletivo que constituiu a Guerra Colonial do século 20.
O preço do nosso colonialismo – chegados ao 25 de abril – passa por um milhão e meio de emigrantes, 40% de analfabetos numa população com pouco mais de 8 milhões de habitantes. E a fatura mais pesada: 10.500 mortos, mais de 40.000 estropiados e 230.000 (140 mil combatentes, mais 80 mil mulheres que os esperavam) sofrendo de Síndrome Pós-Traumático do Stresse de Guerra. Em apenas duas gerações, os portugueses já apresentam muita dificuldade em falar sobre esta Guerra Colonial. Experimentamos dois dos piores sentimentos: perda (pessoal e coletiva) e vergonha.
A importância e o peso da Guerra Colonial, a forma como caiu o Império, as derrotas militares e as pesadas consequências com que a sociedade foi castigada não permitiram, durante muito tempo, avaliar estragos. Até que chegamos ao perverso desabafo «Isso agora já não interessa. Já passou!» Mas não passou, ainda cá estão muitos…

10 de Junho de 2020

Movimento Cívico de Antigos Combatentes – Associação MAC




Defesa da honra

na União dos Antigos Combatentes do Ultramar Português

 Será que a publicação ( partilha ) feita hoje, pelo nosso colega de Administração Joaquim Coelho, estará dentro do âmbito do nosso Grupo ? Não irá abrir a porta para que outros Membros aproveitem a deixa e venham com outras semelhantes ou piores ? Deixo à vossa consideração.

 Eu; Joaquim Coelho jamais deixarei de lutar contra todas as formas de ditaduras. Passei 40 anos da minha vida com actividades culturais, cívicas e sociais em prol de uma sociedade mais humanista e igualitária, sem açaimos na liberdade de opinião, embora com alguns prejuízos para a minha família. Pois, porei toda a minha influência cívica na defesa dos nossos legítimos direitos. Para tal, conto com um numeroso grupo de Amigos incondicionais. Já deixei outro protesto que foi eliminado pelo sistema! Volto a publicar.

Joaquim Coelho reclama: Prezados Amigos Administradores, fica ao Vosso inteiro critério cortar ou não este tipo de alertas sobre a nossa liberdade de opinião franca e aberta. Acontece que não deixarei de lutar por barrar o caminho a toda a forma de ditadura, piedosos defensores da verdade (deles), manipuladores das mentes fracas e carentes de votantes imbecis. Nos meus tempos de repórter, custou-me ver pessoas ignorantes e burras a censurar os meus escritos e fotografias que só mostravam a verdade do sofrimento de um povo morrendo à fome, nas guerras ultramarinas e nos trilhos de fronteira da emigração clandestina. Alguém se preocupou com os artigos de opinião que têm sido publicados acusando os Combatentes de assassinos, de racistas, de drogados e cambada de alcoólicos; e da tentativa de serem averiguados todos os "massacres cometidos pelas tropas portuguesas"? Pois, isso está a acontecer para desonra e ofensa a mais de um milhão de Antigos Combatentes. Ainda há dias fui testemunhar num processo por atentado contra a honra e com pedido de indemnizações, que corre no Ministério Público, contra um jornal, por causa dos ditos artigos difamatórios.

O "estado totalitário" controla quem diz mal dele, essa é que é essa. Logo, isto é uma ameaça à democracia, tal qual a conhecemos. Querem pior? Pior que isto só ir viver para a Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, China, Rússia, etc. Lá nem liberdade de acesso às redes sociais têm mas aqui já estão vigiadas e de que maneira...

Mário Pinto

Excelência só quem sentiu na pele tal como eu e pessoal do meu Batalhão... a que eu pertenci 30 meses, pode dar o valor, o resto é letra. Queremos actos urgentes. Tenha uma continuação de boa tarde.





quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Futuro com Esperança

 

FUGA À ESCRAVIDÃO

 

Ao longo do tempo tenho sido incomodado com os ataques do “sistema da globalização” às liberdades individuais e à liberdade castradora dos direitos do homem definidas para o trabalho remunerado na justa valorização da produção; pois, o monstro da globalização económica e financeira é a causa da rejeição do humanismo enquanto conceito da valorização humana.

A veneração dos objectos que confortam o ego é a causa de muitos malefícios cognitivos que sufocam a vontade de fugir à frivolidade das coisas supérfluas e à vulgaridade dos princípios éticos que caracterizam a actualidade.

Nada está predestinado na nossa vida; as circunstâncias de cada momento devem ser aproveitadas para consolidar os planos que nos hão-de levar ao cumprimento dos fins da nossa existência no mundo, consolidando os objectivos da criação. Se aceitamos seguir no caminho da vulgaridade das aparências que nos cercam, submetemo-nos às leis do consumismo e seremos tragados pelos agiotas que nos sugam as últimas forças de defesa e nos atiram para o meio dos jogadores da globalização; enfraquecidos e deprimidos, os pensamentos serão asfixiados e a vontade torturada até definharmos perante as adversidades que oprimem e matam.

Perante a degradação dos valores humanos, o sofisma dos idealismos não terá mais sentido; recusar a resignação é lutar contra o aniquilamento das vontades individuais que dão consistência ao colectivismo como forma de seguirmos em frente; assim, cada um ocupará o lugar que lhe pertence por direito no conceito da sociedade civilizada.

Se soubermos viver em parceria, sem as demais idolatrias que só prejudicam os ideais do humanismo, poderemos aproveitar os conhecimentos e experiências adquiridas para relançar as bases da sociedade solidária que nos falta e seguir o caminho da imunização contra as formas de escravatura a que as instituições fantasma nos querem submeter.

Os tempos deverão ser de empatia e solidariedade, porque só a união de esforços e de vontades poderá minorar os efeitos da invasão da nossa privacidade e limitação dos nossos legítimos direitos, com vista à plena satisfação dos nossos anseios de vida partilhada com respeito e dignidade. Se seguirmos o caminho do “salve-se quem puder”, dentro de pouco tempo não restará nada que nos possa fazer viver a vida humanamente feliz, porque a esperança definhará e o futuro de paz estará mais longínquo.

 

Vila Nova de Gaia, 2 de Janeiro de 2014

Joaquim Coelho