domingo, 26 de dezembro de 2021

Aos Deputados da Nação

 

Aos Órgãos de Comunicação Social,

Ao Ministério da Defesa Nacional,

Aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República.

PELO ESTATUTO DOS COMBATENTES

Considerações pertinentes a ter em conta antes da VOTAÇÂO:

1 – Os Combatentes das guerras ultramarinas cumpriram o dever patriótico que ao tempo lhes foi exigido, sofrendo as agruras de uma guerra que não compreendiam nem queriam.

2 – Nas terras longínquas de África e em difíceis condições, apesar da desarticulação dos apoios logísticos nas localidades onde estavam aquartelados; apesar de serem injustamente criticados e confrontados com o desespero dos “retornados”, os Combatentes portugueses deram ao mundo um grande exemplo de valentia e mantiveram a necessária segurança até à evacuação de todos os que foram forçados a abandonar os seus empregos e os seus bens para regressarem à metrópole. Para quem tem memória, lembramos que mais de mil militares e colonos brancos Belgas foram chacinados no Congo Belga, aquando da sua independência, porque as tropas não conseguiram suster a rebelião no meio da confusão e do terror. Situações semelhantes não aconteceram nas nossas colónias, graças ao empenho e resistência das nossas tropas.

3 - Com a sua resiliência em surdina, construíram os caminhos para acabar com a ditadura e realizar a revolução de Abril de 1974, que nos trouxe a ambicionada democracia, a liberdade e o fim da guerra e esperança de vida melhor.

4 – Apesar de esquecidos pelos governantes; apesar de abandonados à sua sorte, muitos com graves perturbações físicas e mentais, os Combatentes mais capazes integraram-se na sociedade, no mundo empresarial e no trabalho, produzindo bens para a riqueza do país.

5 – Ora, como em todas as guerras, cerca de um quarto (250 mil) cedo começaram a sentir os efeitos nefastos do stress de guerra, não conseguindo empregos nem meios de sobrevivência para uma vida digna, continuando com baixos proventos até nas pensões de reforma.

6 – Sem desprimor para outras “reinvindicações” que vos foram apresentadas, o que propomos para o Estatuto dos Combatentes, na 3ª versão do documento subscrito pelo “Grupo de Trabalho” das Associações aderentes, não é mais do que uma singela parcela daquilo que, por direito, têm a receber da nação que, injustamente e vergonhosamente, os desprezou durante mais de quarenta anos. Os mais de 450 mil Combatentes, ainda vivos, merecem respeito para viverem o resto das suas vidas com dignidade. A Pátria não pode recusar mais este designo do nosso merecimento.

7 – É importante entender que o Estado será o maior beneficiário dos proventos que vier a pagar aos Combatentes. Porque, com mais algum dinheiro, podem melhorar o seu estado geral de saúde, alimentar-se melhor e adquirir os medicamentos compatíveis com as suas doenças; só por estes factos, os gastos com tratamentos médicos e internamentos hospitalares serão reduzidos e o Estado poupará muitos milhões de euros.

8 – Atendendo à dificuldade de mobilidade, esse dinheiro será gasto em proveito do desenvolvimento da economia do país e do comércio local.

9 – Qualquer falta de compreenção das nossas considerações com sentido prático na satisfação dos nossos propósitos na aprovação de um Estatuto dos Combatentes, justo e dígno, além da reprovação pelos nossos filhos e netos, merecerá o nosso repúdio e protesto generalizado em acções futuras, porque estaremos sempre ao lado dos Combatentes mais desfavorecidos e de outros movimentos e associações que reclamam “Reivindicações” para a generalidade dos Combatentes.

10 - Extrato de “Notícias da Guerra”:

“Agora andamos há 60 anos a esconder a guerra que fizemos nas colónias. Isto, apesar de que, no cair do pano em 1974, todas as famílias portuguesas integravam alguém que esteve na guerra. Que ficou ferido. Que contraiu doença. Que morreu. Ainda hoje se manipulam ou censuram os resultados do desastre coletivo que constituiu a Guerra Colonial do século 20.
O preço do nosso colonialismo – chegados ao 25 de abril – passa por um milhão e meio de emigrantes, 40% de analfabetos numa população com pouco mais de 8 milhões de habitantes. E a fatura mais pesada: 10.500 mortos, mais de 40.000 estropiados e 230.000 (140 mil combatentes, mais 80 mil mulheres que os esperavam) sofrendo de Síndrome Pós-Traumático do Stresse de Guerra. Em apenas duas gerações, os portugueses já apresentam muita dificuldade em falar sobre esta Guerra Colonial. Experimentamos dois dos piores sentimentos: perda (pessoal e coletiva) e vergonha.
A importância e o peso da Guerra Colonial, a forma como caiu o Império, as derrotas militares e as pesadas consequências com que a sociedade foi castigada não permitiram, durante muito tempo, avaliar estragos. Até que chegamos ao perverso desabafo «Isso agora já não interessa. Já passou!» Mas não passou, ainda cá estão muitos…

10 de Junho de 2020

Movimento Cívico de Antigos Combatentes – Associação MAC




Defesa da honra

na União dos Antigos Combatentes do Ultramar Português

 Será que a publicação ( partilha ) feita hoje, pelo nosso colega de Administração Joaquim Coelho, estará dentro do âmbito do nosso Grupo ? Não irá abrir a porta para que outros Membros aproveitem a deixa e venham com outras semelhantes ou piores ? Deixo à vossa consideração.

 Eu; Joaquim Coelho jamais deixarei de lutar contra todas as formas de ditaduras. Passei 40 anos da minha vida com actividades culturais, cívicas e sociais em prol de uma sociedade mais humanista e igualitária, sem açaimos na liberdade de opinião, embora com alguns prejuízos para a minha família. Pois, porei toda a minha influência cívica na defesa dos nossos legítimos direitos. Para tal, conto com um numeroso grupo de Amigos incondicionais. Já deixei outro protesto que foi eliminado pelo sistema! Volto a publicar.

Joaquim Coelho reclama: Prezados Amigos Administradores, fica ao Vosso inteiro critério cortar ou não este tipo de alertas sobre a nossa liberdade de opinião franca e aberta. Acontece que não deixarei de lutar por barrar o caminho a toda a forma de ditadura, piedosos defensores da verdade (deles), manipuladores das mentes fracas e carentes de votantes imbecis. Nos meus tempos de repórter, custou-me ver pessoas ignorantes e burras a censurar os meus escritos e fotografias que só mostravam a verdade do sofrimento de um povo morrendo à fome, nas guerras ultramarinas e nos trilhos de fronteira da emigração clandestina. Alguém se preocupou com os artigos de opinião que têm sido publicados acusando os Combatentes de assassinos, de racistas, de drogados e cambada de alcoólicos; e da tentativa de serem averiguados todos os "massacres cometidos pelas tropas portuguesas"? Pois, isso está a acontecer para desonra e ofensa a mais de um milhão de Antigos Combatentes. Ainda há dias fui testemunhar num processo por atentado contra a honra e com pedido de indemnizações, que corre no Ministério Público, contra um jornal, por causa dos ditos artigos difamatórios.

O "estado totalitário" controla quem diz mal dele, essa é que é essa. Logo, isto é uma ameaça à democracia, tal qual a conhecemos. Querem pior? Pior que isto só ir viver para a Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, China, Rússia, etc. Lá nem liberdade de acesso às redes sociais têm mas aqui já estão vigiadas e de que maneira...

Mário Pinto

Excelência só quem sentiu na pele tal como eu e pessoal do meu Batalhão... a que eu pertenci 30 meses, pode dar o valor, o resto é letra. Queremos actos urgentes. Tenha uma continuação de boa tarde.





quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Futuro com Esperança

 

FUGA À ESCRAVIDÃO

 

Ao longo do tempo tenho sido incomodado com os ataques do “sistema da globalização” às liberdades individuais e à liberdade castradora dos direitos do homem definidas para o trabalho remunerado na justa valorização da produção; pois, o monstro da globalização económica e financeira é a causa da rejeição do humanismo enquanto conceito da valorização humana.

A veneração dos objectos que confortam o ego é a causa de muitos malefícios cognitivos que sufocam a vontade de fugir à frivolidade das coisas supérfluas e à vulgaridade dos princípios éticos que caracterizam a actualidade.

Nada está predestinado na nossa vida; as circunstâncias de cada momento devem ser aproveitadas para consolidar os planos que nos hão-de levar ao cumprimento dos fins da nossa existência no mundo, consolidando os objectivos da criação. Se aceitamos seguir no caminho da vulgaridade das aparências que nos cercam, submetemo-nos às leis do consumismo e seremos tragados pelos agiotas que nos sugam as últimas forças de defesa e nos atiram para o meio dos jogadores da globalização; enfraquecidos e deprimidos, os pensamentos serão asfixiados e a vontade torturada até definharmos perante as adversidades que oprimem e matam.

Perante a degradação dos valores humanos, o sofisma dos idealismos não terá mais sentido; recusar a resignação é lutar contra o aniquilamento das vontades individuais que dão consistência ao colectivismo como forma de seguirmos em frente; assim, cada um ocupará o lugar que lhe pertence por direito no conceito da sociedade civilizada.

Se soubermos viver em parceria, sem as demais idolatrias que só prejudicam os ideais do humanismo, poderemos aproveitar os conhecimentos e experiências adquiridas para relançar as bases da sociedade solidária que nos falta e seguir o caminho da imunização contra as formas de escravatura a que as instituições fantasma nos querem submeter.

Os tempos deverão ser de empatia e solidariedade, porque só a união de esforços e de vontades poderá minorar os efeitos da invasão da nossa privacidade e limitação dos nossos legítimos direitos, com vista à plena satisfação dos nossos anseios de vida partilhada com respeito e dignidade. Se seguirmos o caminho do “salve-se quem puder”, dentro de pouco tempo não restará nada que nos possa fazer viver a vida humanamente feliz, porque a esperança definhará e o futuro de paz estará mais longínquo.

 

Vila Nova de Gaia, 2 de Janeiro de 2014

Joaquim Coelho













quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Protestos e Frouxos

 Um senhor, com responsabilidades na decadência da Democracia, escreveu só para incendiar os ânimos:

Os novos cantores de protesto

Das boinas, dos cânticos e dos gritos de guerra

Tenho idade e experiência de vida para não ser ingénuo. E também para reconhecer técnicas velhas de manipulação, mesmo modernizadas.

A manifestação de grupos de antigos militares no dia do Exército a propósito de cânticos, gritos e boinas é uma evidente ação política de agitação, agitprop.

O canto coral em marcha de desfile é uma moda recente nas forças armadas portuguesas. As tropas especiais nunca cantaram a marchar nos desfiles dos dias solenes, nem antes nem depois do 25 de Abril de 1974, do 10 de Junho, 25 de Abril, dias das Forças Armadas, guardas de honra.

……………………….

Nesta assuada do dia 23 de Outubro os cidadãos em geral assistiram, e os organizadores quiseram-nos cúmplices, de um grosseiro aproveitamento de emoções, de desconhecimento do passado das instituições por parte de demagogos e de políticos sem escrúpulos.

Esta assuada não teve por fundo o espirito de corpo, nem a dignidade das forças militares. Foi a sua negação e pretendeu minar os fundamentos do Estado e das suas grandes instituições. Estamos perante sapadores do Estado de Direito e não de cantores de protesto.

…………………………………………

Carlos Matos Gomes

<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<< 

Protestos… aqui vai o meu PROTESTO

Tenho pena do senhor Carlos Matos Gomes, porque não sabe do que fala ou, se não é ingénuo, é estrábico ou pitosga.

Tenha vergonha senhor pseudo-historiador da Pátria dos frouxos. Por causa dos frouxos e acomodados como o senhor, é que a democracia está em decadência… perto do suicídio.

Foi entre as matas e savanas africanas, nos confins das terras desconhecidas, nos aquartelamentos plantados no cu de judas, esquecidos das coisas primárias da civilização, que uma cepa de militares corajosos e valentes, usando todas as formas de sobrevivência perante os bombardeamentos inimigos, sob o fogo das emboscadas e perigo das minas nas picadas, que se forjaram os homens de mentes abertas e sedentas de liberdade. A revolução não se fez em Abril de 1974; começou muitos anos antes, através dos corajosos militares que transmitiam novas ideias e avivavam a lucidez aos camaradas menos informados; opositores à guerra com capacidade para afrontar o sistema; sim, se não fossem aqueles que sofreram os isolamentos e as privações dentro dos aquartelamentos, jamais os senhores abrilentos teriam ambiente propício para suportar uma revolução.

Mas, o drama dos nossos Antigos Combatentes começou com o alvorecer da liberdade! Os militares abrilentos, depois de sentados nos lugares cimeiros do poder, rapidamente esqueceram os milhares de soldados desterrados nas longínquas terras africanas. Esqueceram que as cadeias da logística se desfizeram; esqueceram que a guerra não tinha acabado – os nossos militares continuaram a morrer por uma Pátria que os abandonava lentamente.

Os dramas dos “apanhados pelo clima” multiplicavam-se à medida que eram desmobilizados e mandados para as suas terras, sem qualquer apoio social e na saúde.

Mas os senhores abrilentos, trataram dos seus interesses egoístas, agarrando tudo que lhes garantisse um futuro principesco. Assim planearam e assim conseguiram manietar os patriotas mais credíveis, abrindo caminho ao regresso dos conhecidos carrascos dos trabalhadores e do povo.

Afinal, os abrilentos, depois de colherem as benesses e as promoções a saldo, acomodaram-se com o sistema sem moverem uma única chaimite contra os abusos que se evidenciavam manipuladores da democracia nos anos 80.

Bem, senhor pseudo-historiador, porque anda distraído ou tenta manipular as mentes perdidas nos meandros das dificuldades da vida que o senhor Matos Gomes desconhece – miséria encrustada numa sociedade que os seus correligionários protegem, porque a ração de combate é abundante, embora imerecida.

Cerimónias solenes, desfiles e marchas com os militares cantando os seus hinos e canções acontecem todos os anos. Mas, o senhor coronel Carlos Matos Gomes deve andar lá pelas arábias e não vê nem sabe do que fala.

As Forças Armadas Portuguesas merecem chefes com mais sentido patriótico, que as dignifiquem, respeitadores das tradições, dos símbolos que formam a mística das diversas especialidades que são, afinal, a génese da formação específica para a eficácia e sucesso nas missões que lhes são atribuídas. Tratem de melhorar as condições de vida dentro das Forças Armadas, mais apetecível para a formação da juventude, porque somos uma Nação milenar, com uma história recheada de grandes feitos e heróis, que não deve ser ignorada, porque precisa da juventude com sentido patriótico, amor à terra dos seus antepassados.  

Temas actuais – 26 de Outubro de 2021

Joaquim Coelho









domingo, 17 de outubro de 2021

A Epopeia dos Descobrimentos

 


Os Descobrimentos Portugueses – Cronologia

 Reinado de D. João I (1385-1433)

1415 - Conquista de Ceuta
1418 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha de Porto Santo
1419 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha da Madeira
1427 - Diogo de Silves descobre as Ilhas dos Açores

Reinado de D. Duarte (1433-38)
1434 - Gil Eanes dobra o Cabo Bojador

Reinado de D. Afonso V (1438-1481)
1441 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Cabo Branco, na Costa de África
1445 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Senegal

Reinado de D. João II (1481-95)
1460 - Diogo Gomes descobre o arquipélago de Cabo Verde
1471 - Descoberta das ilhas de Fernão Pó, São Tomé, Príncipe e Ano Bom
1483 - Diogo Cão descobre a foz do Rio Congo
1485 - Diogo Cão chega à Namíbia
1488 - Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança

Reinado de D. Manuel I (1495-1521)
1498 - Vasco da Gama descobre o Caminho Marítimo para a Índia
1500 - Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil
1501 - Gaspar Corte Real chega à Terra Nova
1510 - Afonso de Albuquerque conquista Goa
1511 - Os navegadores portugueses chegam às Ilhas Molucas
1513 - Portugueses estabelecem feitorias na China, Macau e Cantão
1519 - O português Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circum-navegação do globo, que termina em 1522

Reinado de D. João III (1521-57)
1543 - Os navegadores portugueses chegam ao Japão

 

Os Descobrimentos portugueses

Privilegiados com uma longa costa marítima de Norte a Sul, os marinheiros portugueses sempre sentiram grande fascínio pelo mar, o que ocasionou vontade e ambição de desenvolver aptidões para os conhecimentos náuticos altamente avançados para a época. Ora, o mar ofertava alternativas mais ousadas para o comércio externo e a necessidade de conquistar novas terras, obter matérias-primas e metais preciosos, levaram os iluminados com ideias inovadoras, financiados e apoiados pela alta burguesia e com colaboração da igreja católica, se lançassem na organização de projectos de construção de maiores e mais bem apetrechados navios com capacidade para vencerem a força das ondas marítimas, navegando com arte no aproveitamento das correntes do vento, através dos oceanos.

A visão futurista do Infante D. Henrique fomentou a criação de escolas náuticas capazes de formarem bons marinheiros e estudar formas de conservar alimentos e meios de sobrevivência em longas distâncias e sujeitos ao rigor das alterações climáticas locais, ao longo das rotas marítimas de finais imprevisíveis.

Sabia-se que os muçulmanos eram conhecidos como os principais negociantes do comércio de especiarias desde as costas do Malabar até ao oriente médio, utilizando o Mar Mediterrâneo e a rota de Omar. Esse monopólio do comércio dificultava a vida aos negociantes portugueses, agravado com a tomada de Constantinopla pelos Otomanos. Havia que encontrar uma via alternativa – a via marítima até à India.

Mas, os descobrimentos portugueses começam em 1415, quando Portugal descobriu Ceuta, no norte de África. Em pouco tempo, formaram uma base naval de onde podiam controlar os movimentos marítimos no Estreito de Gibraltar e dar apoio logístico aos naus que navegaram para o Atlântico.

Os membros da  Ordem dos Templários e a Igreja Católica, ajudaram a descobrir a Ilha da Madeira em 1418 e em 1427 a Ilha dos Açores. A intenção dessa aliança era estabelecer o cristianismo e expulsar os muçulmanos por onde passassem.

Em 1434, os portugueses passam o estreito entre as ilhas Canárias e a Mauritânia – Cabo Bojador; em 1441, passam o Cabo Branco; em 1445 chegam ao Senegal e Guiné-Bissau; em 1460, descobrem o arquipélago de Cabo Verde; em 1471, descobrem as ilhas de S. Tomé e Principe, Fernando Pó, ilha de Ano Bom, no oceano Atlântico.

As caravelas e naus portuguesas continuaram a navegar na costa africana, descobrindo as terras e foz do rio Congo em 1483; passando pelas costas de Angola, descobriram a Namíbia em 1485; chegando ao sul da África, dobram o Cabo da Boa Esperança em 1488, local tormentoso para a navegação.

Com caravelas e naus mais aperfeiçoadas e velas mais enquadradas, Vasco da Gama parte a caminho da India, chegando a Moçambique, “rio dos bons sinais” foz do rio Quelimane, chegando à ilha de Moçambique em 1497. Percebendo a grande influência dos comerciantes muçulmanos na região, vindo de Zanzibar, negociei com eles e consegue estabelecer uma feitoria chefiada por um Xeque, dependente do Sultão de Zanzibar. Com essa praça forte e importante apoio à frota portuguesa a caminho da Índia, a expedição Portuguesa chegou às costas indianas em 1498. Estava encontrado um novo caminho para a comercialização das especiarias.

Entretanto, Cristóvão Colombo, genovês, aproveitava os conhecimentos do irmão cartógrafo, planeava atingir as Índias seguindo uma rota para oeste, rumo à América. Apresentou os seus planos ao rei D. João II de Portugal, pedindo financiamento. Como Bartolomeu Dias já tinha dobrado a Cabo da Boa Esperança, contornando a África, o rei recusou tal plano. Colombo não desistiu e pediu apoio aos reis de Aragão e Castela, apesar das negas de D. Isabel e D. Fernando; finalmente, em Agosto de 1492, Colombo partiu para oeste atravessando o oceano Atlântico até ao Novo Mundo (América). Logo os reis portugueses viram que poderiam perder o direito de descobrir nesse continente e providenciaram e conseguiram o Tratado de Tordesilhas, em Julho de 1494, o qual dividiu os territórios entre as descobertas portuguesas e espanholas.   

Pedro Álvares Cabral, em 1500, liderou uma expedição extraordinária que mudaria para sempre a vida desses dois territórios – Portugal e Brasil. Saindo de Cabo Verde, chegou à terra de Vera Cruz, mais tarde o Brasil, tornada a colónia mais rica de Portugal. Chegou a ser Reino Unido do país abrigando a coroa portuguesa por vários anos, mas também foi a primeira colónia a tornar-se independente. Entre 1521-1557 foram iniciadas as primeiras capitanias de ocupação efetiva desse local.

Os portugueses continuaram na senda das descobertas e, em 1501, descobrem a Terra Nova-Canadá; em, 1510, Afonso de Albuquerque ocupou Goa, na Índia. No ano seguinte ocuparam Malaca, na Malásia, onde não havia sinais de contactos com europeus no Oriente. Expandindo as trocas comerciais com os árabes e povos locais, em 1513 ocuparam Macau, estabelecendo feitorias na China e Cantão. Assim se tornaram os mais eficientes na diplomacia e no comércio das sedas e louças entre chineses e japoneses.

Nesta competição das descobertas entre Portugal e Espanha, Fernão de Magalhães, querendo provar que a terra era redonda, desentendeu-se com o monarca português e foi oferecer os seus préstimos ao Rei de Espanha. Em 1519 partiu para a viagem de circum-navegação, tendo passado pela Argentina e Chile, chegou às Filipinas, onde se apercebeu que estava no hemisfério de jurisdição portuguesa (segundo o Tratado de Tordesilhas), tendo ficado desorientado e entrado em luta com os locais, onde foi morto. Assumiu o comando o espanhol Elcano, tentando desviar-se das naus portuguesas, com medo de ser aprisionado; mas perdeu navios e marinheiros, tendo sido ajudado pelos navegadores portugueses para encontrar uma rota de regresso a Espanha, contornando a África; regressou a Sevilha com um navio e 18 marinheiros, dos 234 que haviam partido com Fernão Magalhães.

Tanto os navegadores portugueses como os espanhóis tiveram grandes confrontos com os “piratas” financiados pelos ingleses, holandeses e outros países invejosos da eficiência dos comerciantes portugueses, causaram grandes perdas de homens e navios, em renhidos confrontos nas rotas marítimas das américas e da índia. Muitos dos carregamentos de matérias-primas, ouro e especiarias foram pilhados em pleno mar, muitas vezes perdidos com o afundamento dos navios..

Os portugueses descobriram, desenvolveram, evangelizaram, ocuparam e colonizaram territórios e povos em diversas partes do mundo, levando consigo a sua cultura, a inovação na agricultura e novas fontes de alimentação, a fé, as tradições e a língua, ainda hoje bem aceites.

                    


















sábado, 9 de outubro de 2021

Estatuto dos Combatentes e Comentários

 A propósito dos abusos de linguagem ofensiva

Movimento Cívico de Antigos Combatentes

22 de junho de 2020  ·

Grupos, Ratazanas e Gabirus

Mensagem de Joaquim Coelho, presidente do MAC e coordenador do “Grupo de Trabalho” das associações aderentes para o “Estatuto dos Antigos Combatentes”.

“Fico grato aos promotores da homenagem do dia 13 de Junho de 2020, mas devo lembrar que sem o apoio de um numeroso grupo de voluntariosos, não teríamos sucesso. Com esforço e persistência, os membros da Associação MAC, conseguiram obrigar os governantes e outras instituições a avançar com o “Estatuto dos Antigos Combatentes”. Em breve, será APROVADO na Assembleia da República. Pode não satisfazer todas as nossas pretensões, mas é um princípio do reconhecimento dos nossos préstimos à Pátria. Continuaremos a lutar para melhorar os benefícios para todos os Combatentes das guerras ultramarinas.

GRUPOS: Por definição lógica e racional, os Grupos formam-se com a finalidade de estabelecerem laços de afinidade duradoiros entre pessoas que comungam de princípios e valores solidários e vantajosos para a comunidade, sem distinção de posições sociais ou edeológicas. O seu funcionamento passa por aglutinar meios e organizar eventos que satisfaçam os membros aderentes, para convívios salutares e apoios mútuos numa dinâmica de cumplicidade na alegria contagiante que traga mais felicidade à vida de cada um.

Ora, lamentavelmente, nem sempre os membros dos Grupos se comportam dentro desses princípios, o que causa instabilidade e aborrecimentos indesejáveis, quando não a própria destruição do grupo.

Por experiência social entre povos de diversas culturas e posições geográficas, habituei-me a conviver naturalmente e a respeitar as diferenças e os hábitos de cada um. Este propósito, exige o respeito mútuo, sem reparos ou manhas.

Vem este reparo a propósito das atoardas, lamechices, choradinhos, chorrilhos de queixinhas, patéticas ofensas pessoais e outras lamentáveis parvoíces que atiram por terra qualquer forma de cidadania no suporte da amizade que se apregoa.

Meus Amigos, vamos deixar de ser egocêntricos e perdulários do tempo que nos resta para viver. Saibamos aproveitar cada momento para sermos alegres e felizes, dando uma lufada de felicidade aos nossos familiares e amigos. Por brio ou por defeito, nunca vacilei perante as dificuldades em construir grupos de pessoas com afinidade para avançar com projectos de vida social e solidária de grande efeito na melhoria da qualidade de vida da minha comunidade; para tal, sempre tive excelentes colaboradores que se dispunham a intervir com determinação cívica e voluntariosa.

Ando na Net e redes sociais desde que apareceram; pelo que entendo isto como amplas janelas abertas ao mundo da comunicação com amizade. Colaboro em 8 Grupos, organizei 5 Sites e 8 Blogs, além da publicação de mais de 500 vídeos no Youtube e Sapo. Portanto, sirvo-me destes meios para divulgar conhecimento e diversão com natural prazer.

Caros Amigos, vamos serenar os ânimos, despir as camisolas incolores, fomentar encontros saudáveis e respeitar as diferenças sem azedumes.”








segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Dá que pensar, Futuro

 Atentos e Vigilantes, cortesia do Jornalista Domingos Lopes:

 Podem os homens que têm tanto medo das mulheres governar o Afeganistão?

  25 DE SETEMBRO DE 2021 

POR DOMINGOS LOPES no “Chocalho”

 Na década de sessenta do século passado, quando os países do Médio Oriente se levantaram contra as potências coloniais, o Islão foi incorporado como elemento constitutivo do movimento de libertação nacional na maioria dos países árabes, com exceção da Arábia Saudita que sempre esteve fechada no seu mundo absolutista da dinastia da casa Saud.

O movimento do chamado renascimento árabe Al Bath na Síria e no Iraque, a FLN na Argélia com Houari Boumediene, no Egito de Nasser, no Iémen do Sul são exemplos vibrantes de sociedades renascidas da ocupação em que o papel das mulheres assumiu relevo.

Era perfeitamente possível ver nas ruas do Cairo, Aden, Argel, Damasco ou Bagdad jovens namorados e casais de braço dado e era muito raro encontrar mulheres nos centros urbanos de cara tapada com hijabe ou nicabe e muito menos com burca.

Na OLP era perfeitamente visível o extraordinário papel das mulheres na luta mais geral do povo palestiniano pelo direito a edificar o seu Estado livre e soberano da ocupação israelita.

Estes países tinham uma conceção do Islão que permitiu aos movimentos de libertação nacional integrá-lo de forma positivo nesse quadro político e sociológico.

O Afeganistão dos anos 60/70 era nesta matéria um país ainda mais avançado nos grandes centros urbanos onde as mulheres tinham o seu papel nos mais variados setores da vida económica, social e cultural.

A partir dos anos oitenta, a Arábia Saudita com todo o seu poderio financeiro e económico foi investindo um pouco por todos os países árabes e muçulmanos grandes somas para difundir a sua conceção fundamentalista e retrógrada do Islão. Financiavam a construção de mesquitas, enviavam religiosos e acenavam com novos investimentos.

A Arábia Saudita espalhou por todo o mundo muçulmano os seus pregadores e as suas escolas de difusão do wahabismo sunita, a versão mais fundamentalista e retrógrada do Islão.

Com a invasão do Afeganistão pela URSS, a Arábia Saudita investiu com os EUA somas incalculáveis de dólares no apoio aos auto- designados mujahidins.

A implosão da URSS também contribuiu para uma viragem do nacionalismo árabe para uma visão fundamentalista que a Arábia Saudita impulsionou. Fez medrar uma nova guinada no sentido do mais recalcitrante conservadorismo que foi da Al Qaeda ao Daesh, ao Hamas, e aos talibans apoiados pelo Paquistão e saídos das entranhas da guerra contra a URSS e que os EUA e a Arábia Saudita apoiaram.

Como sempre seguindo as peugadas da História as criaturas foram nos seus desígnios muito para além dos seus criadores.

A desastrosa invasão do Iraque criou em todo o mundo muçulmano um desespero e uma revolta que muito contribuiu para esta viragem nos valores do Islão dada a ausência de alternativas no plano das políticas dos países árabes. O Islão apareceu aos muçulmanos como a sua única identidade.

Esta nova visão misógina e retrógrada, própria das sociedades tribais de mentalidade atrasada, foi promovida pela Arábia Saudita.

O papel da mulher na Arábia Saudita serviu também de inspiração aos talibans. Foi daquele país que se transpôs a sharia para ser a lei fundamental, ou seja, a Constituição do país, a qual não tem normas e resulta do que se diz do que o Profeta disse e de umas tantas citações do Corão.

Na Arábia Saudita as mulheres para estudarem precisam do parecer favorável de um familiar masculino, as Escolas não são mistas; uma mulher que precise de uma intervenção cirúrgica tem de ter o parecer favorável do familiar masculino mais próximo e têm obrigatoriamente de ser vistas por médicas. Não podem andar na rua sós. Nas mesquitas em que podem entrar, ficam atrás dos homens. O seu depoimento como testemunhas vale metade do dos homens e no direito sucessório recebem metade do que recebem os herdeiros homens. Já podem tirar carta de condução, mas não é fácil.

Os jiadistas sunitas beberam até a última gota este fel/inferno que impõem às mulheres onde tomam o poder desconsiderando e perseguindo-as como seres inferiores.

Os talibans acabam de criar o Ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, encarregado de promover a pureza da sharia.

Num mundo em que o tempo acelera, os talibans vão tentar impor o regresso ao passado com todo o cortejo de horrores. Não querem que as mulheres calcem sapatos para não ouvirem o barulho que fazem as suas pernas a andar na rua porque os perturba.

Podem os homens que têm tanto medo das mulheres governar um país? Vamos ver.




terça-feira, 14 de setembro de 2021

Gloriosa Pátria milenar

 

A historiadora rasca…

A deputada Joacine Katar Moreira quer retirar as sete pinturas do Salão Nobre da Assembleia da República (AR) por considerar que “garantem o prolongamento da visão do Estado Novo”.

 Critica a forma como os pintores retrataram os povos colonizados e recomenda ao Governo a sua “contextualização histórica crítica” e retirada para um espaço museológico.

Mamadou Ba: "O meu anticolonialismo vem-me das vísceras".                                   “Devemos matar o homem branco…”

"Marcelino da Mata é um criminoso de guerra que não merece respeito nem tributo nenhum."

»»»»»»»»»»»»»»»»»»0«««««««««««««««

Meus caros Amigos e Combatentes, como vemos nos movimentos de parasitas que nos sugam os impostos, estamos a ser ensovalhados por gente sem valor moral e cívico. Antes que os renegados a quem damos abrigo nos roubem o sossego na nossa Pátria, antes que nos apaguem a história de nação milenar, antes que nos tirem a liberdade e a paz, vamos promover acções firmes e determinadas contra os que recusam integrar-se na nossa cultura, no nosso meio de vida e se recusam trabalhar e produzir para o bem-estar de toda a comunidade. Quem não estiver bem connosco, que regresse imediatamente às suas terras. Recuso que continuem a viver dos impostos que pago ao Estado.


A Saga dos Descobrimentos marítimos dos Portugueses,

 abriu novos mundos ao mundo.