domingo, 27 de fevereiro de 2022

Porque há Guerra na Ucrânia?

A cobardia dos que querem dominar o Mundo

Entrevista ao Major General Raul Cunha, antigo comandante de tropas NATO

A população ucraniana merece o nosso apoio e solidariedade, com tudo que possamos fazer para minorar o seu sofrimento e desgaste.  

Por falta de competência dos governantes europeus, estamos a assistir a uma guerra na Ucrânia, que causa graves sofrimentos para as populações da Europa e do mundo; além das perdas de vidas humanas e dos bens pessoais, todos os bens de consumo irão sofrer agravamento de custos.

Tal como referia um prestigiado coronel português, com prestações de serviço na NATO e organismos europeus, o fracasso das negociações preventivas da guerra deve-se à hipocrisia dos governantes, por falta de capacidade para entender o que estava em jogo e por sentirem que a NATO pode resolver tudo. "Os governos dos países europeus integrados na NATO comparam-se a uma matilha de cães amestrados que os falcões americanos, à distância, atiçam contra os povos ou governos que definam como inimigos."

O resultado dramático aí está: destruição de bens e refugiados aos milhares. Que os poderosos se entendam, para que haja paz!







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POR MELVIN GOODMAN

8 DE DEZEMBRO DE 2021

As sementes para a crise na Ucrânia foram plantadas 25 anos atrás, quando o governo Clinton decidiu expandir o Tratado do Atlântico Norte para o Leste Europeu, aceitando a adesão de ex-membros do Pacto de Varsóvia. Ao fazer isso, Clinton deu as costas aos compromissos do presidente George HW Bush e do secretário de Estado James Baker em 1990 de não "saltar" sobre uma Alemanha reunificada para expandir a OTAN. Bush e Baker assumiram esse compromisso em discussões privadas com o presidente soviético Mikhail Gorbachev e o ministro das Relações Exteriores, Eduard Shevardnadze, a fim de obter a remoção de 380.000 soldados soviéticos da Alemanha Oriental e de vários Estados da Europa Oriental. Sem esse compromisso, a reunificação da Alemanha não teria ficado isenta de tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética.


Se os Estados Unidos pudessem encontrar uma maneira de reconhecer essa traição e conceder que a adesão adicional da Ucrânia e da Geórgia ameaçaria o universo geopolítico da Rússia, seria possível buscar um meio-termo para a crise atual. O presidente russo, Vladimir Putin, deseja razoavelmente garantias de que a Otan deve interromper sua expansão para o leste e não implantar certos sistemas de armas em suas fronteiras. Em troca, os Estados Unidos devem insistir no retorno ao acordo de Minsk II em 2015, que foi projetado para garantir um cessar-fogo bilateral, para criar zonas de segurança na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, e para descentralizar o poder político no leste da Ucrânia (o Donetsk e regiões de Luhansk). A Rússia seria obrigada a retirar todos os mercenários estrangeiros das regiões; (especialmente os de cariz nazi inscritos no Batalhão Azov, ao serviço do exército ucraniano).

Washington e Moscovo foram capazes de criar um processo para remover as armas nucleares da Ucrânia após a dissolução da União Soviética em 1991; eles devem ser capazes de chegar a um acordo que reconheça a soberania da Ucrânia, mas limite a presença militar ocidental nas fronteiras da Rússia. As negociações de controle de armas abriram as portas para a détente soviético-americana na década de 1980. Um acordo sobre a Ucrânia permitiria melhorar as relações bilaterais em áreas-chave entre os Estados Unidos e a Rússia.

Putin não está procurando ganho territorial ou um renascimento do império soviético na Europa Central e Oriental, mas a grande mídia está convencida de que Putin está preparando uma invasão militar russa à Ucrânia que desestabilizaria toda a Europa. Um editorial do Washington Post na semana passada apontou para as 90.000 tropas russas na fronteira com a Ucrânia, bem como a apreensão e anexação da Crimeia em 2014. O Post e outros jornais importantes se viram convencidos de que apenas a pressão política, económica e militar dos Estados Unidos permitirá uma solução diplomática para a crise.



Mais importante, a mídia deixa de mencionar a responsabilidade dos EUA pela atual tempestade, que pode ser atribuída às administrações de Bill Clinton e George W. Bush que imprudentemente expandiram a OTAN, trazendo aos vizinhos imediatos da Rússia e até mesmo ex-repúblicas soviéticas uma aliança de agora 30 membros. A expansão da OTAN é o principal irritante nas relações russo-americanas e a principal causa do que parece ser o início de uma nova Guerra Fria. A disposição de Gorbachev em aceitar a reunificação alemã sem garantias de segurança explica a difamação russa de Gorbachev e do ministro das Relações Exteriores, Shevardnadze, até hoje. A exploração por atacado da fraqueza russa pelos EUA na década de 1990 explica a insistência inflexível de Putin em interromper o avanço do Ocidente.

Os Estados Unidos tomaram medidas adicionais gratuitas às portas da Rússia nas últimas duas décadas. Os governos de Bush e Obama implantaram um sistema avançado de mísseis terra-ar na Polônia e na Romênia, argumentando que era necessário para conter um possível ataque de mísseis iranianos na Europa Oriental. Quanta besteira! As marinhas dos EUA e da Grã-Bretanha continuam a posicionar navios de combate no Mar Negro que ameaçam entrar nas águas territoriais russas. Vários membros da OTAN na Europa Oriental e no Báltico estão solicitando sistemas militares ocidentais adicionais, bem como uma presença militar permanente dos EUA. A presença de forças militares alemãs no Báltico é uma afronta especial às legítimas preocupações da Rússia sobre sua segurança e soberania.

O presidente Joe Biden não parece mais sábio do que seus quatro predecessores. Ele se reuniu com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em setembro, e eles assinaram uma “Declaração Conjunta sobre a Parceria Estratégica EUA-Ucrânia”. Ele enviou o secretário de Defesa Lloyd Austin a Kiev em outubro para enfatizar a importância da "parceria estratégica". As referências de Austin a um “melhor caso” que significa “não veremos uma incursão da União Soviética na Ucrânia” é o tipo de deslize freudiano que revela o pensamento da Guerra Fria da equipe de segurança nacional de Biden.

Atualmente, uma equipe da Força Aérea dos EUA está em Kiev para avaliar os requisitos de defesa aérea da Ucrânia e, na semana passada, bombardeiros com capacidade nuclear dos EUA sobrevoavam o Mar Negro, representando uma ameaça à Rússia. Não é preciso muita imaginação para antecipar a reação dos EUA às aeronaves estratégicas e aos navios de guerra russos que operassem no Golfo do México ou no Caribe.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

PERIGOSOS "JOGOS DE GUERRA"

TODAS AS GUERRAS SÃO PARA ROUBAR 

Por se tratar de assunto actual, aqui deixo alguns apontamentos interessantes.

Os “jogos de guerra” protagonizados pelos Estados Unidos da América, em todos os cantos do mundo, são criminosos e deixam um rasto de destruição e miséria, matando e causando graves perturbações na vida das populações e nos seus direitos a viver em paz. 

É do conhecimento geral que os Estados Unidos da América e a Rússia têm capacidade bélica (nuclear) para destruir o planeta Terra. Desde há mais de 70 anos que os USA tentam dominar o mundo. Depois de ajudar a reconstrução da Europa Ocidental, onde permanecem militarmente, perdem influência económica devido ao predomínio do euro. No entanto, continuam a ganhar muitos milhões por efeito das transações do petróleo e dos produtos alimentares serem dominadas pelo dólar americano.

O prestígio americano está em decadência, depois dos avanços da China em todos os domínios do xadrez geopolítico: domínio dos mares, (militar e transportes de mercadorias), domínio das comunicações (5G e satélites), domínio económico e financeiro (compra de empresas estratégicas em todo o mundo, incluindo USA e Europa), ascensão do poderio militar, com mísseis supersónicos e navios de guerra.   

Perante as alianças entre a China e a Rússia, os Estados Unidos da América não se conformam com tal cenário mundial, pelo que irão continuar a influenciar no Médio oriente, na Améria latina e um pouco na Ásia e na África, onde ainda há matérias-primas para roubar.






 

 

Outras opiniões:

Carmo Vicente

12 de fevereiro às 21:01  · 

Estou a pensar que os EEUU estão desejosos de uma guerra na Europa, que reponha os seus interesses económicos e estratégicos. Eles seriam os mais beneficiados, conseguiriam ver-se livres dos enormes arsenais armazenados que correm o risco de ir parar ao ferro velho sem cumprirem o fim para que foram fabricados: matar pessoas.

Multiplicariam os negócios do gás até ao limite máximo do que conseguissem enviar, petróleo, etc.

Subjugariam ainda mais a UE, tornando-a numa espécie de quintal da frente à semelhança do quintal das traseiras que durante uma centena de anos foi a América do Sul. Com a UE subjugada e o Reino Unido a seguir à risca tudo o que lhe for ordenado, a Europa recuará 50 anos. A destruição da Europa Social será total, seguir-se- a própria UE e, por fim, a democracia.

Pergunto: se tal desastre acontecer, que fazer a seguir aos escombros?

Respondo: julgar e condenar todos os políticos, todos os dirigentes que permitirem tal desastre.

Isto se a guerra não passar para um holocausto nuclear...

Aí, não haverá por cá ninguém para julgar... nem ser julgado!

Comentário:

Joaquim Coelho

Coitados dos europeus, governados por uma cambada de cobardolas, que preferem ajoelhar-se ao domínio dos USA e deixar o seu povo morrer de frio e sem condições de resistir ao galopante aumento de preços dos bens essenciais.

Jose Antonio Antunes

A guerra começa na quarta-feira, dizem os médias, não dizendo a que horas; convinha que fosse na abertura dos telejornais. Seria uma versão do Iraque II. Os Yankees estão desejosos de entrar em ação e a indústria do armamento made USA está impaciente.



General Carlos Branco: 

“A Rússia não vai permitir bases da NATO à sua porta”

29 jan, 2022  • José Bastos

“A União Europeia, a Ucrânia e a Rússia serão os perdedores num eventual conflito. Quem ganha? Ganham os Estados Unidos e a China”, defende o Major General Carlos Branco para quem a hora é ainda a da diplomacia. “A Europa deve exigir a Kiev que cumpra os acordos de Minsk”, defende o militar que exerceu funções na NATO e ONU.

Os Estados Unidos e a União Europeia comprometeram-se esta sexta-feira a intensificar a sua cooperação energética para garantir o abastecimento na Europa, uma iniciativa acelerada pelo latente conflito russo-ucraniano.

O acordo foi obtido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Numa declaração comum asseguram que  ”vão trabalhar juntos para que cidadãos e empresas da União Europeia disponham de abastecimento energético fiável e acessível”.

O objetivo do acordo não é outro que não conseguir “um fornecimento contínuo, suficiente e oportuno de gás natural” evitando, desta maneira, “uma crise de abastecimento, incluindo a que pode resultar de uma nova invasão russa da Ucrânia”.

O anúncio surge no contexto da renovada tensão entre o bloco comunitário e a Rússia a propósito do conflito de Moscovo com Kiev. Tanto a União Europeia como os Estados Unidos apelam no comunicado conjunto a “todos os principais produtores de energia mundiais” a unirem-se com o fim de “garantir” que “os mercados internacionais sejam estáveis e estejam bem abastecidos”, uma tarefa que “já começou” e que continuará no Conselho de Energia EUA-UE de 7 de fevereiro.

As reservas de gás dos países da União Europeia, quando no hemisfério norte se está a metade do inverno, estão atualmente nos 40%, face aos 53% dos valores de há um ano. A Rússia responde por 41% das importações do gás natural da União Europeia, a Noruega por 16%, a Argélia por 8% e o Qatar por 5%.

A crise com a Rússia é relevante para o bloco comunitário não apenas pela sobrevivência do seu abastecimento energético em tempos de preço da luz elétrica pelas nuvens, mas, sobretudo por questões vitais para o futuro da segurança europeia.

No contexto da tensão com a Ucrânia, uma das exigências marcadas a vermelho pelo Kremlin é a impossibilidade da expansão da NATO até às suas fronteiras, em especial, Ucrânia e Geórgia. O motor franco-alemão da UE sabe que admitir as duas repúblicas ex-soviéticas na aliança traria mais dores de cabeça que vantagens, mas os 27 contam com passados distintos e, por consequência, é diferente a leitura que fazem das ameaças.

Já “o tio da América” o maior garante da segurança europeia nunca escondeu que sempre se moveu por interesses nacionais e estratégicos. A União Europeia limitada por divisões internas, e falta de operacionalidade na defesa, sempre contou com Washington, mas a administração Obama mudou o rumo da agulha na bússula da Casa Branca: a paragem já não é na Europa, mas sim na Ásia. A prioridade de Biden no tabuleiro geopolítico é agora deter o avanço da China.

É com este pano de fundo que o Major General Carlos Branco, analisa vários ângulos à volta da crise da Ucrânia. O Major General Carlos Branco exerceu funções na NATO, na ONU, no Afeganistão e na antiga Jugoslávia, experiência descrita no livro "A Guerra nos Balcãs - Jihadismo, Geopolítica e Desinformação". A sua obra mais recente é “Do Fim da Guerra Fria a Trump e à Covid-19”.

O que está em causa é geopolítica pura, não são modelos de regimes políticos. Esta divergência não é uma disputa entre democracias e autocracias.





OPINIÃO

Carlos Matos Gomes

15 de fevereiro de 2022

A farsa da Ucrânia. Parece que está a ser desmontada. Para desgosto dos farsantes. Biden não terá o seu número de capitão América, depois da debandada do Afeganistão e que lhe davam grande jeito para as eleições de meio de mandato.

Em desespero, existe a possibilidade do Batalhão Azov, a milícia neonazi criada para impor um governo pró-americano na Ucrânia (Praça de Maiden) realizar um banho de sangue nas populações pró-russas da fronteira.

E os líderes europeus alinharam nesta palhaçada!

Já agora: NÓS somos aliados destes tipos da fotografia.

Na opinião de um general português, "uma barragem de mísseis contra esta gente, basta para os  fazer desaparecer em 5 minutos". 

O Batalhão de Azov confirma que possui vários voluntários estrangeiros em suas fileiras, principalmente georgianos, romenos, alemães, ingleses, franceses, libaneses e até mesmo alguns russos.

O grupo foi fundado por volta de 2014, por Hooligans e ultras do FC Metalist Kharkiv e militantes de extrema-direita. O grupo cresceu e logo se tornou em organização paramilitar bem organizada que apoiava o governo ucraniano na luta contra separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O grupo é acusado de vários crimes de guerra, incluindo execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, destruição de locais de culto, tortura, estupros e perseguição de minorias.




Traumatismo ucraniano

César Príncipe 

Os presságios de Joe e de seus acólitos e meninos de coro constituem, a poucos meses da debandada do Afeganistão, um CSMI/Comprovativo da Saúde Mental do Império. As fábricas de pânico laboram noite e dia. É a reindustrialização da América. Mobilizadas por Joe, o Profeta, as meretrizes da Velha Roma regressam às estradas e ao circo mediático: os russos estão às portas da Ucrânia. Fujam. Os russos irromperão, desde logo, em Dezembro de 2021, logo depois, em Janeiro de 2022, finalmente, impreterivelmente em 16 de Fevereiro de 2022. Portanto, daqui a poucas horas, o mundo prestará contas ao Criador e à Reserva Federal.

Joe, Por qué no te callas?

Entretanto, as tropas USA NATO apertam o nó à Rússia. E Portugal também está lá para ence(nações) de músculo. Depois das colónias africanas, as colónias americanas. Os USA e as suas forças instrumentais declaram não intervir, porque a Ucrânia não é membro da NATO. Acreditem os formalistas. A NATO está experimentada em bombardear e massacrar sem considerações formais. Jugoslávia: um dos álbuns sangrentos e radioactivos. Ainda se lembram? Uma coisa está comprovada pelos ERO/Expeditos Repórteres do Ocidente: as meretrizes estão na estrada. O circus maximus está montado em Washington e Kiev e noutras capitais da agitprop. Minhas senhoras e meus senhores, a Rússia está na iminência de cruzar as sagradas fronteiras de uma Antiga República Soviética. Mas a Rússia desmente, farta-se de desmentir e farta-se de denunciar a histeria e até a pretensamente ameaçada Ucrânia não vê sinais de tanques a rolar, aviões a zumbir, fragatas a apontar as canhoeiras na sua direcção. E para lá chegar, a Rússia conhece todos os caminhos, palmo a palmo. Mas Joe é Profeta e tira selfies às intenções do gigante eslavo e previne e manda alinhar os vassalos europeus. E os serviçais e o seu amo estão em retirada das posições em solo ucraniano. Temem ou simulam recear que os russos despejem milhares de mísseis. Faça-se jus: os foragidos não querem ser apanhados pelo fogo de Putin ou – quem sabe – de Joe. Em desespero de causa, Joe faz-se filho de Putin. Sim, os diplomatas e os instrutores e os mercenários da Academi e os inteligentes do costume aviam as malas. Compreende-se: entre tantas lanças e crateras e fragores, sentir-se-iam traumatizados.


Contudo, a Rússia já revelou ter sentido lógico nas artes da beligerância: só atacará se os seus interesses vitais forem alvejados pelas armas oficiais (Crimeia, por exemplo) ou por operações de sabotagem e actos de etnocídio, empreendidos pelos GNB/Grupos Nazis Bandera nas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk. Na circunstância, o Exército ucraniano seria rapidamente destroçado e o EFK/Estado Fantoche de Kiev colapsaria. E então, o NMN/Nosso Ministro das Necessidades seria dos primeiros a bradar aos ventos da História: Gasodutos, nunca mais. Vodka, de vez em quando. E nuestro hermano Pedro, el Pequeño, faria ecoar as carpideiras das horas graves: Espanha está de nojo. A NIA/Nova Invencível Armada, ataviada e enviada para o Mar Negro, sofreu um percalço instantâneo. Padece de cegueira e surdez electrónicas. Foi neutralizada sem um tiro. Baloiça nas salsas e sombrias águas, sob as ordens de El Rey Emérito, que decidiu tomar o lugar do Duque de Medina-Sidónia, que não se mostrou à altura no Canal da Mancha/Ano da Graça de 1588.

Assim seria. Está escrito nas estrelas. Não são precisos dotes visionários. Não o esclarecem directamente Putin e Lavrov. Têm nervos de aço e pa(ciência) de nação milenar. E, ao contrário de Joe, o Profeta, preferem evitar este cenário. A Rússia não carece de invadir a Ucrânia. Se justificável e imperioso, aplicaria tratamentos teleterápicos: já elimina pequenos alvos na Síria a partir de Moscovo e das águas profundas do Mediterrâneo e do Cáspio. O alarido à volta das manobras (agora em fase terminal) nada tem a ver com os exercícios em si mesmos (idênticos aos do ano passado) mas ao facto de recentemente a Rússia haver apresentado um rol de garantias mútuas de segurança. A invenção da invasão da Ucrânia foi posta em marcha para desviar as atenções da carteira de exigências e para criar a percepção, principalmente na Europa, de que a Rússia é um perigo tenebroso e inconfiável, que tem de ser cercado e punido à medida que levanta a cabeça. A Rússia não exige demais dos ditos parceiros ou sócios. Como confessou, com seriedade e aprumo, o Chefe do Estado-Maior da Armada da Alemanha (de imediato forçado a demitir-se), a Rússia tem todo o direito a relações transparentes e que se respeite a sua dignidade.

Joe diz ser católico. Mas não ouve o Papa. Quer guerra. Quer sanções. Quer mais, mais, mais vagas de refugiados. Mas sempre longe dos USA. E neste momento, eis-nos num apertado beco: onde encontrar abrigo antes do próximo dia 16? A Rússia é uma superpotência militar. Segundo o presidente da Croácia, mil vezes mais poderosa do que o cómico Zelensky. Os USA ficarão deveras decepcionados se os russos não escancarem a Ucrânia ou, pelo menos, não pulverizarem um quartel e uma igreja e um infantário. Vamos todos rezar pela Conversão da Rússia, desígnio que Lúcia, a Vidente, deixou por realizar. Que a Rússia cumpra a Palavra do Profeta. Se preciso for, que Joe se desautorize e desloque as predições do Juízo Final para 13 de Maio. Numa segunda escolha, para 1 de Março, Dia de Carnaval e, em último caso, para 1 de Abril, Dia das Mentiras.

15/Fevereiro/2022

por César Príncipe 



OUTROS INCÓMODOS de Joe Biden
- Mísseis Supersónicos e Hipersónicos

Em poder dos Exércitos da China e da Rússia, além dos novos meios de lançamento intercontinentais.