sábado, 5 de junho de 2010

A Manipulação das Nossas Vidas


Por não ter sido publicado integralmente no Jornal de Notícias de 5 de Junho de 2010, deixo o texto completo:

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A MANIPULAÇÃO DAS NOSSAS VIDAS

Hipocritamente e sem nos darmos conta, vamos sendo enganados, manipulados e apaziguados por um conjunto de regras e leis que prejudicam gravemente a nossa condição de vida e criam uma permanente incerteza para o futuro.
No mundo actual, onde os governantes perderam o respeito pelo cidadão comum e fazem a política do contraditório das promessas eleitorais, a sociedade caracteriza-se por um conjunto de pragmatismos aparentemente inócuos mas com uma finalidade bem conseguida: debilitar a justiça, endeusar os patrões e criar constrangimentos nos trabalhadores.
Nos bastidores dos seus gabinetes, tanto na concepção das leis do trabalho como na gestão da educação e da formação cívica, os governantes preparam o terreno para formarem cidadãos indolentes e dóceis, capazes de aceitar facilmente condições de trabalho e de remuneração abaixo das suas necessidades. Ao facilitarem o trabalho precário, sem regras e sem valorizar o trabalho na sua essência social, deixam nas mãos de patrões sem escrúpulos a vida de famílias inteiras. Este tipo de política, além de fragilizar os trabalhadores e quebrar a sua auto-estima, acarreta encargos dispendiosos para o erário público, porque a instabilidade nos empregos coloca mais gente no desemprego e acarreta mais despesas em subsídios.
As circunstâncias que levam ao mau funcionamento dos tribunais não são, de todo, inocentes. Há um conjunto de leis enviesadas e preparadas para servir o próprio poder político que deixam o cidadão comum à mercê dos arbítrios dos juízes mal formados. Invariavelmente, os enredos em que se movem os agentes da justiça são de tal modo promíscuos que poucos conseguem submergir entre a burocrática rede de interesses obscuros. Neste contexto da justiça, é impensável desejar-se uma “justiça moral” e muito menos acreditar na moralização dos agentes da justiça. Juntando aos vícios que persistem, existem muitos outros vícios nocivos e maus para gerir a justiça para todos.
Num quadro assim, tendencialmente, sentimo-nos revoltados mas incapazes de reagir com violência; estamos como que submissos a uma força estranha, sem pensarmos se o problema nos perturba ou se nos atira para a escravidão. É isso que os governantes querem: uma “paz social” preparada através da manipulação das nossas vidas. Por causa da ideia de que os problemas sectoriais só afectam quem está nesse sector é um erro histórico que o tempo tem desmentido dramaticamente. Veja-se a crise global, que não é só crise económica; é também crise de valores e de ética.
Dizem que a história não se repete mas, quando os oprimidos soltam as amarras, esta paz aparente pode terminar em revoltas trágicas e inadequadas numa sociedade que se quer civilizada.

Joaquim Coelho

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

CRISE! Qual Crise?


CRISE? ALGUNS VIVEM BEM COM ELA

Ao comentar a avalanche no aumento de impostos decretada pelo governo, o meu vizinho Alfredo Soares começou a lamentar a situação de crise que tem atingido muitas pessoas inocentes, destruindo planos de vida e desfazendo os sonhos de muitos anos de trabalho para dar uma carreira aos dois filhos. É um daqueles vizinhos muito chegados, apegado ao trabalho e com uma vida equilibrada.
Mas um outro vizinho, que é polícia, passou junto ao portão e não conteve o seu desânimo pelo facto de ter acabado de receber um telefonema de um companheiro referindo que os três larápios que prenderam junto ao Hospital de S. João, por terem roubado os bens pessoais de alguns estudantes, ferindo dois deles com as navalhas de ponta-e-mola que usaram, acabaram por ser libertados pelo juiz que não os considerou perigosos para a sociedade. Ora, sendo a terceira vez que os mesmos são detidos pelas mesmas razões e por terem molestado dezenas de transeuntes naquela zona da cidade, quando os juízes os não consideram perigosos nem ladrões, é caso para perguntar até onde vai a benevolência da justiça ou a compaixão do juiz (ou piedosa cobardia) para com estes meliantes; ou será que andam a gozar com os polícias?
Voltando à conversa do vizinho António, fiquei a saber que a crise o tem castigado sem dó nem piedade. Para além da doença inesperada da mulher, o aumento dos juros sobre os empréstimos à habitação, nos últimos três anos, diminuíram a sua capacidade financeira e obrigou a suspender os estudos dos filhos; a filha no terceiro ano de Direito e o filho no segundo ano de engenharia informática. Estão ambos em empregos de trabalho precário; ela numa "grande supercície", onde recebe cerca de 420 euros mensais e o rapaz numa empresa de reprodução de fotografia, ganhando um pouco mais.
O vizinho António, que já teve uma vida desafogada, vive com sérias dificuldades e aproveita o tempo livre para cultivar uma horta onde colhe hortaliças e batatas. Há mais de cinco anos que não tem férias, o que não seria anormal comparado com alguns milhões de portugueses com problemas e situações semelhantes. Para agravar mais o orçamento da família, teve que pagar mais de dois mil e quinhentos euros para ligar a fossa à rede de saneamento básico, por imposição dos serviços camarários.
O que me causa sérios transtornos nos neurónios é ver que outros vizinhos mais afastados, tal como o Manuel da Chica, operário da construção civil, cuja mulher faz uns biscates em trabalhos de costura para as vizinhas, com um filho a trabalhar no comércio - quando lhe apetece, levam uma vida encantada! Desde há uns anos que beneficiam dos apoios da Segurança Social e do município. O Manuel da Chica diz ser “muito doente”, mas fuma e bebe que nem um camelo; mais de metade do ano está de “baixa pela caixa”, mas trabalha em biscates e ninguém dá conta! Vivem em casa própria, consumindo água do poço; como são “carenciados”, não pagaram a ligação do saneamento à rede pública – o município suportou as despesas!
Quase numa rotina diária, a mulher do Manuel – às vezes, também o filho – com outras pessoas beneficiárias do Rendimento de Inserção, que vivem para os lados de Chãos-Formiga, encontram-se nos cafés a meio da manhã, onde tomam os respectivos pequenos-almoços. E todas estas pessoas recebem apoios sociais e de géneros da Junta de freguesia e da Câmara municipal, havendo famílias a receber mais de mil euros mensais do “Rendimento de Inserção”. Ah! E vão gozar férias todos os anos, uns para o Algarve, outros para a região das suas origens: Minho e Douro. Não pagam impostos e vivem felizes!
Por onde andam os senhores da fiscalização? Certamente, gozando a passividade dos gabinetes climatizados. Enquanto isso, sinto-me acabrunhado com o peso dos impostos e indignado na minha qualidade de cidadão.
Joaquim Coelho

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

UM ESTADO DE LADRÕES

Por estar dentro dos parâmetros de intervenção deste espaço, espero que o Senhor General Paula Vicente não se oponha à divulgação. Publicamos o que vale a pena... embora tenhamos a ideia de que o 25 de Abril aconteceu por acaso!


é só putas e ladrões”:

O ESTADO PORTUGUÊS, FRUTO DO 25 DE ABRIL, SÓ PROTEGE OS LADRÕES
Neste 36º aniversário da malfadada revolução de 25 de Abril, que hoje o calendário assinala, os ditos “militares de Abril” que, por razões meramente corporativas fizeram um golpe de Estado e, de seguida, entregaram o País à escumalha nacional para esta fazer uma revolução, estarão todos a celebrar as conquistas que pensam ter feito para a democracia, mas o que podem mesmo celebrar é o facto de Portugal se estar a transformar rapidamente num “paraíso para os criminosos”, como afirmou, no Diário de Notícias do passado dia 10 de Abril, e com toda a propriedade o Senhor General Leonel de Carvalho, ex-secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança e, acrescentaria eu, num gigantesco e sofisticado couto de ladrões.


Esta minha percepção faz-me abrir o livro das memórias da minha meninice e tenra infância e particularmente, neste caso, daquelas que registam a recordação da minha avó materna, Maria Rosa, na aldeia conhecida apenas por Maria do Mestre, por ser filha do mestre-escola (assim era designado o professor primário da época). Diga-se, já agora, que nem essa sua filiação lhe valeu, porque, ao jeito do último quartel do século XIX português, aprender a “ler, escrever e contar” era coisa só para homens e não todos e, por isso, ela ficou lamentavelmente analfabeta. Nem por isso se diminui o meu enorme orgulho de ter sido seu neto, porque ela adorava crianças, era uma avó muito carinhosa, carregava consigo um acervo enorme de sabedoria de vida e era uma grande contadora de histórias.
Histórias cuja autoria, em muitos casos, atribuía aos “antigos”, as quais contava no círculo dos adultos mas, por vezes, também aos netos, algumas delas sob a forma de “profecia” e em jeito de lengalenga. Delas recordo, expressos na linguagem algo desbragada mas limpa do Portugal recôndito dessa época, apenas fragmentos dispersos, tais como, por exemplo:

“…aqui na aldeia já passam mais carros que antes / passavam na ladeira de Abrantes / …No futuro as estradas serão de luto (só muito mais tarde percebi que se referia ao alcatrão) e nelas os carros serão mais que formigas em carreiros / …Haverá camiões gigantes no ar / Os bichos comerão tudo / Haverá novas eleições / mas… só putas e ladrões”.

Não creio que os autores de tais “profecias” quisessem ofender todas as mulheres de uma forma geral, o que equivaleria a chamar “filhos de puta” a todos os seus descendentes no regime democrático e isso não faz sentido. Mas acredito que a crítica social que a lengalenga obviamente pretendia fazer contém uma clara referência, entre outros tipos de ladrões, a todos os tipos de “devoristas”, uma fauna que Vasco Pulido Valente tão bem descreveu na sua análise daquela época histórica, a qual deixou descendência, por exemplo, nos prostitutos que hoje proliferam nos círculos do poder constituído e que, para além dos seus salários milionários, alguns deles, como foi abundante e claramente publicado na semana passada, sugam ainda por um dia de suposto trabalho, no bordel das empresas de capital público e de direito privado, valores que podem ir aos quinze mil euros, importância que, pelo menos dois milhões de portugueses, que vivem no limiar da pobreza e da miséria, não conseguirão ganhar num ano ou mesmo em vários anos.
Quanto a isso, a “profecia” está-se cumprindo. De facto, muitas “putas”, sim, com actividade legitimada pelas “novas eleições”, no quadro de uma “ética republicana” que, negando-se a si própria pelos actos praticados, nos enche os ouvidos e nos torra a paciência a falar de liberdade, mas que finge ignorar que, em paralelo com qualquer liberdade, existe sempre uma responsabilidade que, lamentavelmente, a nossa terceira República - cujo bolo do seu primeiro centenário que este ano alguns portugueses comemoram e todos os portugueses pagam e que custará, que se saiba, dez milhões de euros - insiste desavergonhadamente em ignorar.
Mas eu não pretendo aqui falar de prostitutas. Quero, sim, falar de ladrões. Ladrões, há-os de todas as espécies! Como diz o povo, “…os que vão à horta, e os que ficam à porta”! Os que nos roubam os bens materiais e os que nos roubam a tranquilidade de espírito. Os que nos roubam por acção e os que nos roubam por omissão. Diz-se por aí que a prostituição é a mais velha profissão do mundo, mas eu estou inclinado a pensar que a mais velha mesmo é a de ladrão, já que o primeiro ladrão conhecido terá sido Adão, que roubou a maçã no jardim de Éden, e que a sua única companheira Eva, existindo então apenas um homem, não tinha processo de se prostituir. A profissão de roubar transformou-se mesmo em arte – actualmente uma arte requintadíssima e altamente proveitosa. Para quem tiver curiosidade sobre esta matéria e não conheça, recomendo, como um bom ponto de partida, a leitura do tratado “Arte de Furtar”, atribuído – ao que parece, erroneamente – ao Padre António Vieira, quando deveria ter sido ao Padre Manuel da Costa, também jesuíta.
No contexto da nossa sociedade, organizada supostamente para promover o bem comum, sempre aprendi de todas as fontes que a função de nos proteger dos ladrões pertence exclusivamente ao Estado que, como se tem visto recentemente, até aceita mal e pune qualquer cidadão que, em legítima defesa, se defenda a tiro quando é assaltado em sua casa com armas apontadas à cabeça, o mesmo se aplicando aos polícias que, confrontados com o criminoso ou ladrão que lhes põe a vida em risco, se defendem também a tiro, mas que, se têm a sorte de sobreviver e o azar de matar o ladrão são processados como criminosos comuns e presos. Isto é, o exercício da violência é uma prerrogativa exclusiva dos ladrões e do Estado, mas só aqueles
podem matar e fazem-no quase impunemente, porque o Estado protege os ladrões. O cidadão comum, cumpridor da lei, incluindo o polícia, fica sempre esmagado entre os dois, sai sempre prejudicado ou morto. E, vergonhosamente, o Estado, que falha em nos proteger, comporta-se como o maior dos ladrões, dando inteira razão à afirmação contida naquele tratado e escrita já no século XVII, que “…os maiores ladrões são os que têm por ofício livrarnos de outros ladrões”.
No mínimo, e seria já bom que fosse só por omissão, o Estado rouba-nos a tranquilidade de espírito a que temos direito e deixa-nos à mercê de todas as quadrilhas que por aí proliferam. O
problema é que é o próprio Estado, através dos grupos organizados que o representam, é o maior dos ladrões e, se houvesse dúvidas, a comunicação social destes tempos mais recentes encheu-nos de exemplos concretos que seria fastidioso relembrar aqui. Criminosos ou ladrões de todas as espécies que possam pagar a bons escritórios de advogados beneficiam de um sistema judicial que por vezes parece ser feito à medida para que, usando todos os artifícios da lei, os ladrões possam roubar, para benefício próprio sem dúvida, mas também para “…os que ficam à porta”, por forma a que ninguém vá preso. Não venha autoridade alguma do meu querido Portugal perguntar-me quem eram, porque eu não sei dizer, mas, recentemente, enquanto almoçava num restaurante de Lisboa, não pude deixar de ouvir um dos cidadãos de uma mesa vizinha confidenciar ao outro, em voz suficientemente alta para eu poder ter ouvido, que já há em Portugal escritórios de advogados a escrever as sentenças que alguns juízes proferirão de seguida a clientes seleccionados desses escritórios. Não sei se isto é ou não verdade, mas, se for, temos à vista a falência total do sistema judicial português.
Os indícios do mau comportamento do Estado nesta matéria estão à vista. O mais recente está no facto de o Estado se preparar para criar, no âmbito do combate à corrupção, o estatuto do “arrependido”, isto é, mais ou menos dá aos corruptos e ladrões a faculdade de roubar e, quando apanhados nas malhas da lei, se arrependerem, porque serão perdoados. Faz lembrar a anedota, e perdoe-se-me o brejeiro da linguagem, que circula por aí na internet, do “peregrino, crente profundo, que vai em romagem ao Santuário e, sorte sua, consegue arranjar um quarto para dormir, por acidente em casa de uma jovem viúva. A meio da noite é acordado pela viúva que, toda nua, se lhe mete na cama. O peregrino salta da cama e sai da casa a correr para não ceder à tentação e logo na abertura do Santuário, vai confessar-se. O padre ouve a confissão e dá-lhe de penitência comer cinco quilos de favas, ao que ele replica que não percebe a penitência, porque não é cavalo. O padre respondeu-lhe que, de facto, ele não é cavalo, mas é burro. Primeiro devia ter “comido” a viúva e depois vinha confessar-se”. O estatuto do arrependido, imagino, será uma coisa do mesmo género.

Este é o Portugal fruto da revolução de 25 de Abril que hoje alguns celebram e muitos choram: o mais pobre, o mais iliterato, o mais corrupto dos membros da União Europeia, dominado pela partidocracia de muitos ladrões que, em vez de nos proteger, defende os ladrões, seus comparsas. Um exemplo? Aqui vai. Tenho uma modesta segunda residência no Ribatejo que foi assaltada. Na procura exaustiva de valores facilmente transaccionáveis, que não existiam, o recheio foi altamente remexido, mas foram roubados apenas pequenos haveres de baixo valor. Chamei a polícia (PSP) que prontamente compareceu, tomou nota da ocorrência e prometeu enviar nessa tarde um técnico para colher impressões digitais. À tarde, esse técnico telefonou para dizer que não viria colher impressões digitais, porque o produto do roubo era de baixo valor, inferior a um certo número de “unidades de conta” que não soube especificar, e que, assim sendo, a PSP não o autorizava a iniciar o respectivo processo por roubo. Consequentemente, por força da lei que antes me devia proteger, as impressões digitais do ladrão ou ladrões não foram colhidas. Insisti e fui à PSP de Santarém fazer uma participação do roubo. Cerca de oito meses mais tarde, recebi dos Serviços do Ministério Público do Tribunal da Comarca de Santarém (Processo nº 1283/08.3PBSTR) o Despacho de Sua Excelência o Senhor Procurador Adjunto, de 13 de Julho de 2009, que, com todo o respeito pela sua pessoa e sua figura institucional, transcrevo: “Os factos comunicados pela PSP são susceptíveis de integrar a prática, por desconhecido, de um crime de furto qualificado, pp artº 204º nº 2 al e) do Código Penal, ocorrido entre os dias 3 e 22 de Novembro de 2008 na habitação de Fernando Paula Vicente, sita no…….., Santarém. No entanto, até à presente data não foi possível apurar quem foram os autores dos factos denunciados e de momento, os autos não fornecem dados que permitam o prosseguimento de diligências conducentes à sua descoberta. Pelo exposto, determino o arquivamento dos autos… sem prejuízo de serem reabertos caso surjam novos elementos”. Isto é, caso o ladrão, profundamente arrependido de ter violado a minha intimidade, decida um dia auto denunciar-se! No entanto, a colheita de impressões digitais poderia tê-lo identificado.
O que é verdadeiramente dramático é que, na data daquele Despacho de Sua Excelência o Senhor Procurador, tenho a certeza que, sem ponta de ironia e em relação ao meu caso, no fim do dia, todos os agentes do Estado envolvidos, o Senhor Procurador Adjunto de Santarém, o Comandante e agentes da PSP de Santarém, o Senhor Ministro da Justiça, o Senhor Primeiro-Ministro e o Senhor Presidente da República, regressaram a casa e quando, finalmente, se deitaram e pousaram as sua cabeças na almofada, todos adormeceram com uma profunda noção do dever cumprido. Talvez tenha sido melhor assim, porque o mesmo Estado que protegeu o assaltante em vez de me proteger a mim, se tivesse prendido o ladrão, iria eventualmente dar-lhe o benefício que dá a carradas de criminosos e ladrões que se encontram presos, ao permitir-lhes um regime de saídas precárias, das quais muitos já não regressam à prisão, e durante as quais muitos aproveitam para cometer novos roubos e outros crimes, resguardando-se de imediato nas prisões onde ficam a salvo, nunca sendo apanhados.
Este é o meu querido Portugal que hoje assiste à celebração de mais um aniversário da fatídica revolução.

Razão tinha a minha avó: “…é só putas e ladrões”:

Fernando Paula Vicente - Major-General da Força Aérea Portuguesa (Reformado)


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Partidos e Tachos

O ESTADO DE SÃO BENTO

Entristece-me ver a voragem dos ratos nos corredores de São Bento; habilidosos defensores dos seus egoísmos, proclamando justiça para os desprotegidos e desfavorecidos mas, desvairados, sempre a resvalar para a mediocridade onde atolam a sociedade que deviam defender e que amachucam com os pés sujos na lama da corrupção. A incapacidade dos moinas é tal que os fracassos diagnosticados se dilatam à medida que passam os anos e se esbanjam os milhões vindos da Europa, sem se incomodarem com a degradação do ambiente político e social; são tantos os vícios que nem se dão conta dos pedregulhos que vão espalhando para tolher ainda mais a vida dos pobres cidadãos.

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

OS DESEMPREGADOS E OS PREGUIÇOSOS


RECURSOS HUMANOS E OS PREGUIÇOSOS

Estão em discussão os aumentos salariais e aumentos de pensões de reforma e outras. Mas é curioso e habitual que esta discussão não interessa aos aumentos dos gestores, administradores e directores das empresas públicas ou privadas, nem tampouco para os governantes e políticos oficializados. Para esses, os aumentos estão garantidos pelas leis e normas feitas por eles próprios e sem qualquer remoque de fiscalização. Basta ver a diferença abismal entre os salários dos operários dessas empresas ou órgãos do Estado e os vencimentos reais dos cabeças de topo.
No mesmo saco dos aumentos salariais para a “raia miúda” estão as pensões de reforma dos que trabalharam uma vida para serem descriminados.
Os iluminados do Banco de Portugal lançam o absurdo alerta de que os aumentos de salários acima da inflacção são um desastre para o país; logo os patrões mais retrógrados aproveitam a deixa e lançam o aviso solene das falências de empresas, por causa dos aumentos de 5 ou 6 euros mensais. Para os inteligentes e conhecedores do valor do trabalho justamente remunerado, percebe-se que estamos perante uma ideia falaciosa e fraudulenta de objectivos que engendram a produtividade com os salários baixos, quando sabemos que as empresas com trabalhadores bem remunerados e bem organizadas estão no topo das empresas de sucesso. A Gestão dos Recursos humanos é perigosamente desprezada pelos empresários e gestores mal formados que são uma praga altamente prejudicial para o desenvolvimento do país e da sociedade portuguesa.

Os recursos humanos são, em qualquer empresa, sociedade ou país, o principal filão da riqueza duma nação. Por irracionalismo ou por uma visão demasiado curta, muitos empregadores desprezam essa parte do valor do seu empregado e os resultados são catastróficos. Diz-me a experiência e o conhecimento do desempenho das boas empresas que um colaborador satisfeito nas funções que desempenha rende o dobro daquilo que se sente obrigado a cumprir como mínimo, porque está desconte.
Quando são as leis do trabalho a promover as condições de trabalho “selvagem” em desfavor das relações de trabalho participadas e responsáveis, com garantias de futuro, é o “salve-se quem puder”, e o país ressente-se da fraca produtividade e todos ficamos a perder. No que respeita às mentalidades dos gestores e à filosofia do trabalho reconhecido, há muito a fazer por esse país fora para aumentar os níveis de produtividade e competitividade.
Por outro lado, há um filão de riqueza completamente desprezado pelos governantes: milhares e milhares de ociosos e preguiçosos, no desemprego e nas prisões, a viver à custa do orçamento do Estado e que poderiam fazer trabalhos de limpeza nas florestas, prestar serviços à comunidade social e tantos outros serviços úteis ao país. Dando ocupação a essa gente, seriam criadas condições de integração dos presos na sociedade, evitava-se que muitos desempregados façam trabalho clandestino e controlavam-se os milhares de vagabundos que vivem às custas do subsídio de reinserção social; com a riqueza assim criada, o Estado teria condições para ajudar muitos milhares de desempregados de longa duração que descontaram para a Segurança Social e que vivem sem qualquer meio de subsistência. Enfim, seriam corrigidas muitas injustiças sociais.
Enquanto se não avançar com este conceito de justiça social, o Estado tratará bem os “vagabundos e ociosos” e maltrata os “trabalhadores” que não conseguem arranjar trabalho.
Ou se mudam as regras da atribuição dos subsídios sociais e se faz uma fiscalização eficaz contra os falsos necessitados ou estaremos perante um caso grave de negligência na delapidação dos recursos financeiros da Segurança Social.




sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Novas Oportunidades



O LOGRO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO e Novas Oportunidades

Já não bastavam as empresas da “especialidade” para a difusão dos Cursos de Formação profissional, temos também os Centros de Emprego da Segurança Social sem mãos a medir na criação e administração de “Turmas” para “cursos de formação”. São centenas de milhar de desempregados a frequentar pretensos cursos que, na prática, não têm servido para nada!
Além da demora na entrega dos respectivos “certificados”, o titular leva com um balde de água fria quando o apresenta como mais-valia curricular nas propostas de emprego a que responde: “Temos pena, mas esses cursos de três ou quatro semanas nada valem para o nosso mercado de trabalho”.

Há desempregados que, sem receber qualquer subsídio, são obrigados pelos Centro de Emprego a frequentar cursos, uns atrás dos outros, pagando deslocações e perdendo o seu tempo a troco de nada! A ocupação nesses cursos serve, apenas, para diminuir o número de desempregados nas estatísticas; são centenas de milhar os desempregados nessas condições.
A confusão nos Centros de Emprego é tal que já não sabem que mais inventar para retirar desempregados das contas e forjar os dados das estatísticas oficiais. É lamentável que isso seja feito à custa dos desempregados que andam, á vários anos à procura de emprego e não o conseguem devido à idade.
Então, quando chegam à conclusão de que os empregadores não dão valor ao esforço e tempo dispendido nos “cursos de formação” dos Centros de Emprego, estamos perante mais um logro a enganar os desempregados em situação dramática para a sua sobrevivência.


Depois temos os "Cursos das Novas Oportunidades": mais uma maneira de enganar as estatísticas e tentar dar "Diplomas" às pessoas que, apesar da boa vontade em frequentarem os cursos, continuam semi-analfabetas e sem bases do conhecimento correspondentes. Para receberem o certificado, os alunos esperam muitos meses; o pagamento aos formadores demora e demora... meses. Vergonha das vergonhas, só em Portugal!



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sábado, 19 de setembro de 2009

A Educação e o Magalhães

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ENSINO DEGENERATIVO e o Magalhães

O esvaziamento da memória da natureza alegórica da juventude é um facto que pode considerar-se estranho, quando falta a dinâmica de vida no ser humano. As actuais formas de ensino transformam as Escolas em lugares repugnantes e decadentes, quando não de preguiçosos e imbecis.
Os responsáveis pela Educação não ignoram os males que a ambiguidade das suas “doutrinas” causa na sociedade onde se compromete o futuro. Os mentores do ensino e da formação dos cidadãos com responsabilidades podem considerar-se criminosos por efeito dos seus actos. Pode haver um assombramento das imagens reais do crescimento do saber nas mentalidades, abstraído da malvadez genérica do mundo; mas não há perdão para os responsáveis pela evolução decadente dos valores que rastejam nos “bas fond” da languidez ébria.
A ambiguidade de análise das realidades degenerativas das Escolas conduz a uma espécie de acções pontuais que acumulam erros de muitos anos. Por causa disso, as condições de sobrevivência levam ao desrespeito dos valores, sem os quais, entramos no mundo do aniquilamento da razão e da ética da consciência. Tudo isto acontece por causa dos incompetentes que manobram os meandros da Educação em Portugal, gastando dinheiros públicos para promover ensaios que degeneram na burrice e no analfabetismo que compromete o futuro da sociedade portuguesa.


Para entreter os “meninos” nas escolas e agravar mais o estado lastimoso do Ensino, o engenheiro Sócrates e seus apaniguados na área da Educação começaram a distribuir um brinquedo chamado “Magalhães”, em forma de mini-computador com imagens e jogos adequados à tenra idade. Ora aí temos mais uma forma inteligente de dar palha a “burros”, porque o governo precisa de tal clientela para se manter na manjedoura do Estado.



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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ensino e Laxismo com Vídeo

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A TEORIA DO LAXISMO

Quando ouvimos e lemos notícias a comprovar que há alunos do ensino secundário a passar de ano com mais de 80% de notas negativas é caso para pensar que os servidores do Estado na Educação estão a conduzir a juventude para o caos. Pois, se a base de formação dos cidadãos é precisamente o saber, o facto de ser o Estado a oferecer facilidades curriculares, falseando o dever de ensinar com exigência na aprendizagem, fomentando o laxismo para criar bandos de preguiçosos e irresponsáveis, quando a sociedade precisa de cidadãos que saibam respeitar e conviver com as regras da vivência solidária para que a humanidade não caia na bestialidade. Uma sociedade assim, implica que os cidadãos devem cumprir os seus deveres para poderem reclamar os legítimos direitos.
Um país onde tudo são facilidades para os jovens, onde se oferecem diplomas de habilitações duvidosas como se dão tremoços a porcos, onde tudo se oferece a troco de abrandar o escândalo das Estatísticas que nos envergonham aos olhos desta Europa onde pertencemos como pedintes e preguiçosos, pouco mais há a esperar do que a degradação do sistema produtivo e, por consequência, o colapso social. Isso acontecerá tanto mais depressa quanto menor for o controlo das benesses e subsídios que se desvanecem no laxismo dos dirigentes da Segurança Social.
Um país onde se subsidia a malandragem, se não houver uma fiscalização apertada e eficiente os que produzem bens e riqueza para alimentar aqueles que tudo fazem para viver sem trabalhar, só têm dois caminhos a seguir: emigrar para terras mais promissoras ou revoltar-se contra o sistema que os escraviza e explora.
Sendo a juventude a promessa dos cidadãos de amanhã, muito mal formada está quando se lhe oferece tudo graciosamente. Quando chegar a idade adulta e lhes faltarem as facilidades, o choque será tremendo porque foram formados numa cultura de facilitismo; aí disparam os gangs de delinquentes ou grupos de deprimidos.



É necessário que o Estado tenha mecanismos para ajudar os necessitados e deserdados da sorte que, por situações anómalas do mercado de trabalho, caem na pobreza. Isso é compatível com um Estado social solidário, mas pagar o ócio dos malandros que enganam deliberadamente as Assistentes sociais, muito permeáveis ao compadrio e ao laxismo, isso é que não. Deixemos de ser pacóvios!


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