sábado, 28 de maio de 2011

TEOREMA DA MEDIOCRIDADE

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FLAGELOS DA MEDIOCRIDADE
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Numa sociedade onde a mediocridade é a regra da sobrevivência, os medíocres aumentam na proporção directa da escassez de valores morais. Uma característica moderna dos medíocres é que são cada vez mais incolores e incapazes de chegar à perfeição; contrariando mesmo os ideais dos seus próximos. São domesticáveis, ou com propensão para contrariarem os demais só por sofisma.
São ignorantes para os talentos dos artistas, não querendo saber das suas quimeras, cegos para as auroras dos dias lindos; sem horizontes definidos, estão condenados ao fracasso, a vegetar e a ser infelizes.
Incapazes de praticar qualquer virtude ou acção altruísta, são intolerantes para com os virtuosos e capazes de praticar maldades sem conhecerem o remorso!
Nunca tomam decisões baseadas na sensatez. Ignoram a serenidade e perturbam a serenidade dos outros, acomodando-se com a indignação que provocam com as suas ofensas. Não apreciam a honra nem a dignidade; ao renunciarem aos valores da sociedade, tornam-se incómodos e perigosos para os demais. Ao desprezarem o valor do trabalho dos outros, facilmente passam à condição de parasitas da sociedade.
A baixeza do propósito rebaixa o mérito do esforço que pode embelezar a vida. E é esta vulgaridade de comportamentos que conduz à falsidade, ao confronto, à avidez, à simulação e à cobardia. Enfim, são como uma praga que alastra nos meios que frequentam ou por onde vivem.
Por causas próximas da mediocridade, nos dias de hoje temos vários dramas a atestar que a sociedade se degrada:
Em muitos dramas do quotidiano, a virulência com que se expõe o lado negro da natureza humana, a falência da família como célula social harmoniosa, o nevoeiro que rodeia a existência e esconde os 90 por cento de ilhas que somos todos nós, começa a ser uma ameaça à estabilidade social. O quotidiano da vida social revela a sua tragédia como um colectivo de seres humanos mediocres.
Inevitavelmente, o nevoeiro ameaça regressar, depois de ter dado lugar ao sol da manhã em que a família começa a dispersar-se, cada um para as suas tarefas do dia: a louca correria para os transportes, o cumprimento dos horários de trabalho e o tempo de estudar… são o pronuncio da agitação das famílias em que a dona de casa vê a névoa distante dos filhos e do marido envolta na sua tragédia pessoal de afirmação de mulher emancipada mas sem emprego; este é o nevoeiro que a engole desde que saiu da segurança da casa dos seus pais, onde se sentiu apaixonada e com a esperança num casamento duradoiro. Este é mais um sinal perturbante onde se sente a fragilidade da sociedade no âmbito da sua base familiar, que causa transtornos emocionais e escurece a luz da esperança.
Depois temos os casos de endividamento excessivo, com todas as consequências nefastas das pressões dos credores para receberem a tempo e horas. E quem são os agentes desses credores? Ora nem mais, uns tantos mediocres instalados em lugares de decisão sem qualquer visão humanista.

Vivem assim muitas famílias em autodestruição, cuja única ligação ao real que quase as mantém fora do nevoeiro é continuarem a lutar contra a adversidade e longe das memórias que trazem de casa dos pais com vidas estabilizadas. Sentem-se desamparados, quase órfãos das coisas boas que a memória lhes faz recordar!

No fim de contas, a razão de muitos fracassos é uma questão de entender o mundo e tomar medidas contra a mediocridade que envolve todos até ao fim da noite, quando já pouco falta para se apagarem as luzes.
Joaquim Coelho
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sábado, 21 de maio de 2011

POR CAUSA DOS INCÓMODOS

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POR CAUSA DOS INCÓMODOS

JAMAIS IREI VOTAR NOS LADRÕES!

Não sei se vou incomodar… ou se estou a perder o meu tempo com ninharias!
Quando o meu Portugal mais precisa de acertar as contas com os ladrões, eis que os governantes e administradores de topo são indiciados como os mentores de gangs de criminosos e associações de malfeitores. Quando percebi que o caminho estava livre para a entrada da “TROIKA” nas nossas vidas de pacatos cidadãos, fiquei com a esperança de que haveria uma limpeza nas empresas e organismos do Estado que nada fazem em prol da nação e absorvem muitos milhões de euros para manter as coutadas com os amigalhaços, boys e vermes improdutivos. Quando os portugueses precisam de governantes e gestores públicos honestos, competentes e defensores da ética e da justiça social, percebemos que não temos outra escolha senão votar em políticos manhosos, incompetentes, correligionários de partidos cujos meandros são autênticos esconderijos de patifes e ladrões, que espezinham os valores capitais da estabilidade duma sociedade naturalmente sã e solidária.
Não sei se estou a incomodar… mas não posso ver o meu país entregue a bandos de malfeitores, fazendo leis e criando sistemas que aliviem o perigo de responderem perante órgãos judiciais a valer. Tantas leis e normas que saem a granel, como dizia um notável professor: “estamos perante uma diarreia legislativa!” Curiosamente, são leis despidas de princípios normativos, complexas, muito opacas e cobertas por um manto nebuloso que dificulta a sua aplicação; percebe-se que são feitas à medida dos imbróglios onde estão embrulhados os seus mentores.
Não sei se estou a incomodar… mas nunca aceitei essa coisa do pessimismo, das previsões do Banco de Portugal, das declarações de intenções dos políticos, do juramento de fidelidade, quando sabemos que muitos titulares desses cargos fazem parte de grupos de activistas contra os direitos mais elementares dos cidadãos; foram esses que decretaram o controlo dos principais pilares da sociedade: judicial, segurança, saúde, educação e militar. Para melhor controlar todos os sistemas e manipular a vontade e a vida dos cidadãos, servem-se dos tentáculos das sociedades secretas (maçonaria e opus dei) que tudo controlam e usam para benefício próprio, em prejuízo dos portugueses.
Não sei se estou a incomodar… não tenho certezas absolutas, mas estamos a ficar esgotados do nosso espólio pessoal, estamos a perder a esperança de que virão dias melhores. Enquanto a maioria dos portugueses fizerem papel de estúpidos e votarem nos ladrões e vigaristas sem vergonha; enquanto se acomodarem com as migalhas; enquanto continuarem a sobreviver isoladamente, à espera que as coisas não piorem (mas tudo piora todos os dias); enquanto não virmos os ladrões dos dinheiros públicos metidos na prisão, meus caros concidadãos, começo a acreditar nos maus agoiros, porque vejo o meu país a caminhar para o abismo e para um perigoso desmoronamento da Segurança Social e dos bens do Estado. Espero que os escombros não me atinjam gravemente, pelo menos, no pensamento.
Joaquim Coelho


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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Teorema da Felicidade


EM BUSCA DA FELICIDADE

O futuro começa hoje, porque amanhã já é passado!
A melhor maneira de viver feliz é ajustar aquilo que temos presente, ao nosso alcance, à vida de cada novo dia; posso garantir que a felicidade se pode encontrar com a aprendizagem e com as lições das experiências dos que nos rodeiam. Se formos bons observadores percebemos que os nossos amigos mais chegados se debatem com problemas muito parecidos com os nossos, porque fazem parte da mesma sociedade em competição por um futuro melhor. Estamos cada vez mais dependentes das instituições, dos mercados, dos apoios, dos acontecimentos exteriores, da globalização, da concorrência selvagem; mas não devemos esquecer que dependemos de nós próprios para adquirir conhecimentos, experimentar caminhos, formular respostas e encontrar soluções; para o futuro não há previsões exactas, mas pode haver projectos e ambições para os realizar, desde que admitamos que a sorte é um factor a considerar e que o erro ou o fracasso faz parte do percurso para o sucesso. A vida profissional bem como a vida emocional são constituídas por diversos patamares em forma de colina que temos de escalar; quando atingimos um desses pontos do percurso, devemos saborear a felicidade que isso pode proporcionar; essa ligeira paragem permite rever estratégias e ver melhor o caminho que a imaginação nos indicar, sem esquecer as mudanças entretanto ocorridas à nossa volta. Jamais devemos ficar desiludidos em caso de borrasca, porque só as pessoas de acção estão sujeitas a falhar – os patetas e os acomodados raramente falham porque nem sequer tentam mudar nada.
Posso afirmar com conhecimento de causa que a maneira mais prática de ser feliz é acreditar nas próprias capacidades, pondo-as à prova na aquisição de conhecimentos nas mais diversas áreas, na busca da perfeição sem obsessão idealista, no aperfeiçoamento das relações com os demais cidadãos, no desfrutar dos dons da vida com prazer, na aprendizagem com os mais velhos e bem formados, numa cultura de vivências virtuosas e solidárias. Atingidas estas metas elementares no caminho da felicidade, estaremos em condições de saborear a “suprema felicidade”.
NINGUÉM pode esquecer que a ambição desenfreada é a maior inimiga da felicidade e o maior entrave a uma vida digna e segura de confiança. Todos nós temos características e capacidades que nem sempre sabemos revelar, mas devemos tentar a sorte e não ficar à espera que sejam os outros a resolver os nossos problemas; as condições de competição são complicadas e não respeitam as regras da normal convivência, mas a maneira mais eficaz para vencermos é o saber acumulado, a confiança e capacidade de por à prova tudo quando aprendemos. Em qualquer tipo de relacionamento, devemos ter o cuidado de exigir mais de nós do que daqueles que amamos ou que nos são próximos.
“Se não és feliz com o que granjeaste com o teu esforço, jamais conseguirás ter tempo para seres feliz, porque te perdes na busca do que ainda falta”, dizia o meu avô materno.
       Joaquim Coelho – Temas actuais
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quarta-feira, 4 de maio de 2011

FMI - Quem nos tramou?


VERDADES IMUNDAS
- Quando o governo não quiser governar para o povo que o elegeu, deve tentar mudar de povo ou arrisca-se a governar para uma cambada de pacóvios que não são parvos!

- MATADORES DE INTELIGÊNCIAS
Vamos percebendo que alguns políticos contratam assessores especialmente dedicados a fazerem textos dirigidos ao populacho, que nada mais pretendem do que camuflar as mentiras e lançar nuvens de poeira para encobrir os actos públicos e administrativos nocivos ao povo. Assim como quem quer esconder a verdadeira dimensão das tentações de apaziguamento perante os escândalos financeiros e a ineficácia da justiça em julgar os prevaricadores, os “comentadores” oficializados e fiduciários a algumas televisões fazem o papel de charlatães ou demagogos rascas.
Poderá parecer estranho que tantos comentadores “especialistas em economia” não se tenham dado conta da realidade do país e se prestaram a encobrir o logro em que os governantes nos envolviam inocentemente. A verdade é que esses “senhores”, altamente bem informados nas catacumbas do poder, não fizeram mais do que alimentar a mentira e induzir o povo na ilusão de que o país estava bem e que os “boys” são uns coitados encostados ao orçamento do Estado, a troco de umas moeditas que vão angariando “subsidiariamente”, recebendo apenas uns trocos mensalmente: qualquer coisa como 5 ou 6 salários mínimos para assessores de 2ª classe!
A esses fazedores de opinião e outros correligionários da má política, assente em mentiras e fraudes encavalitadas umas nas outras, chamo anestesistas da opinião pública porque pretendem anular a capacidade de análise e crítica dos cidadãos, anulando também as capacidades da inteligência.
Depois, ou porque somos uma cambada de burros acomodados ou porque perdemos a iniciativa do protesto, aceitamos todos estes insultos como coisas banais.

Mais uma vez, a fatalidade acabou por ditar a sentença; temos a “troika” da gatunagem a ditar as leis do garrote à economia Portuguesa. Até quando vamos consentir que os ladrões continuem a roubar impunemente? 

     Joaquim Coelho – contribuinte desde 1953

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

A ALIANÇA DA DESGRAÇA

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.Ora, cá temos os coveiros da nação... e outros que faltarão!


      VALORES DA NAÇÃO

Porque temos a nova profecia
deste país atolado na corrupção
onde se atropela a democracia
e os nobres valores da Nação.
Vamos acabar com a mordaça
e combater os políticos da gamela
até por fim ao governo de chalaça
que nos atrofia nesta viela
onde a pobreza é um fatalismo
e a miséria fruto do servilismo.

Parece um caos civilizado
onde só o povo é martirizado…
mas o tempo da mudança
vai acabar com as barreiras
e restaurar a universal confiança
neste mundo sem fronteiras.

Atolados nas dívidas a granel
para os “boys” encherem o farnel
os governantes perderam o tino…
mas a maralha em grosso desatino
há-de varrer a corja de ladrões
que nos roubam os últimos tostões.

Virá depois o conforto merecido
neste país belo e tão querido
onde cada um tenha o seu lugar
sem necessidade de mendigar;
toda a miséria vai ser enlatada
numa sociedade transformada.

   Joaquim Coelho




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sábado, 2 de abril de 2011

GASOLINAS - Estamos a ser enganados

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Um Vídeo bem conseguido, ajuda a perceber como nos enganam!

LINK:       http://imgs.sapo.pt/sapovideo/swf/flvplayer-sapo.swf?v7&file=http://rd3.videos.sapo.pt/flHWZvffDzTEl0ic2Jdz/mov/1

O negócio das gasoleiras continua a prosperar
e os viajantes continuam a pagar! 

O descaramento é tal
que incomoda qualquer mortal.

Joaquim Coelho



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segunda-feira, 21 de março de 2011

Guerras Ultramarinas - Opiniões

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GUERRAS ULTRAMARINAS - Opiniões

A questão das guerras ultramarinas tem merecido uma avalanche de opiniões e comentários cujos autores mais parecem mixordeiros a atirar lama para cima das muitas centenas de milhares de combatentes que cumpriram, o melhor que puderam e souberam, os seus deveres patrióticos. Alguns dos comentadores e contadores  de estórias chegam a resvalar para o ridículo das narrativas abstractas conjecturando cenários jamais imaginados. O que lemos e ouvimos são incongruências desfasadas da realidade que muitos viveram naquele tempo. Custa-me acreditar que os homens, com graves responsabilidades nas acções brutais de repressão e chacina aquando dos acontecimentos da revolta na Baixa do Cassange, tenham a veleidade de vir para a praça pública tentar justificar os excessos cometidos pelos seus comandados. Seria mais razoável que essa gente se recolhesse no silêncio, resguardando no esquecimento os seus actos selvagens.


Ao longo dos tempos, muitos dos intervenientes nas primeiras operações de guerra (caçadores especiais, polícias, pára-quedistas, especialistas da Força Aérea) que comigo conviveram ou convivem, manifestam cautela e incomodam-se quando vem à tona alguma referência a esse período negro do tempo das operações militares em Angola.
Os crimes cometidos contra as populações trabalhadoras, que as autoridades desprezaram em favor dos exploradores da Cotonang (empresa de capitais maioritariamente belgas), são monstruosos e irreparáveis. A administração portuguesa determinou o aniquilamento de muitos milhares de agricultores que a Cotonang escravizava. Para isso, usou as armas da polícia e dos militares mal preparados para acções de policiamento, enquanto a Força Aérea bombardeou e arrasou aldeias inteiras. Os mais conscientes tentaram conter a brutalidade das acções repressivas, mas cedo perceberam a sua incapacidade para suster a máquina destrutiva.
Na tentativa de silenciar aqueles que pudessem testemunhar para o mundo tamanha chacina, as autoridades nomearam “grupos especiais” para fazer buscas de casa em casa e “caçar” os presumíveis “cabecilhas” dos revoltosos. Numa dessas vergonhosas missões de “assassinatos” selectivos, o próprio comandante do grupo recusou estar presente no acto de fuzilamento sumário. Ainda hoje, alguns dos intervenientes numa acção de fuzilamento, levada a cabo na Gabela, não entendem como foi possível a tropa portuguesa, que se presume civilizada, chegar ao ponto de praticar actos de tamanha crueldade.




Depois, veja-se o que fizeram as autoridades policiais e militares, bem como os colonos brancos nos muceques de Luanda, a partir do dia dos funerais dos sete polícias vítimas dos assaltos na noite de 4 de Fevereiro de 1961 – foi uma autêntica caça ao “bandido” com muitos milhares de sevícias e assassinatos. Os ódios foram atiçados e a resposta selvagem não tardou. Dizer que o Salazar estava avisado da preparação das atrocidades contra os brancos e negros bailundos era pura fantasia. O que se passou teve tamanha dimensão e foi tão macabro que ninguém imaginou tal hecatombe. Não venham, agora, os adivinhas do costume tentar justificar o que quer que seja. Meus caros, não há desculpas para tanta crueldade e chacinas a sangue frio, como aconteceu na Baixa do Cassange, nos últimos meses de 1960, nos muceques de Luanda, em Fevereiro e no norte de Angola, a partir da noite de 15 de Março de 1961.


Dos exemplos de incongruências, temos os actos de “bravura” do alferes Fernando Robles, da 6ª companhia de Caçadores Especiais, que não são mais do que desmandos por lhe ter sido dada liberdade para matar indiscriminadamente as populações indígenas. A loucura foi tal que o levou a descorar as regras elementares de precaução e deixou que o inimigo causasse dezenas de baixas entre os seus homens, quando progredia em zona infestada de bakongos instrumentalizados para estripar e esquartejar seres humanos. Provavelmente, a sua experiência na Baixa do Cassange, contra populações desarmadas, o tenha deslumbrado ao ponto de tamanha leviandade. A crueldade não justificou as chacinas nem os ódios que se tornaram intoleráveis. As consequências foram dramáticas, mas ninguém poderia saber o que esperava as populações das roças do café e das povoações das terras do norte de Angola. A ideia de que Salazar poderia saber dos planos para o massacre de 15 de Março de 1961 só pode ser falaciosa e mostra quanto de ignorância anda na cabeça de muitos escribas que pretendem deformar a história. 
Tenhamos respeito pelos mortos e estropiados, bem como pelos desenraizados que o ambiente de guerra mutilou no corpo e na alma. O sofrimento e as angústias dos soldados e dos familiares deve merecer a mais alta estima da nação. Deixemos que a história faça o seu percurso serenamente e acreditemos que ainda há escribas honestos e livres para fazer o seu trabalho com competência.

Joaquim Coelho – combatente, em Angola por convicção, e em Moçambique, por imposição.


Capitão Mendonça da 6ª CCaçEspeciais
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domingo, 20 de março de 2011

Guerras Ultramarinas - 50 anos


MEMÓRIAS DA GUERRA ULTRAMARINA – 50 ANOS
A tragédia que anunciou o fim do Império ultramarino chegou em 4 de Fevereiro de 1961 a Luanda. A Casa de Reclusão Militar, a Cadeia de São Paulo e a 4ª Esquadra da PSP, foram atacadas por grupos de insurrectos que as assaltaram. A refrega sangrenta deu sete polícias e algumas dezenas de bandoleiros mortos. Foi uma madrugada de raiva que se anunciava por causa dos conflitos laborais com os trabalhadores
produtores de algodão na Baixa do Cassange. A agitação na cidade de Luanda era perceptível desde que as autoridades portuguesas começaram a prender os cabecilhas da revolta contra a empresa Cotonang, que quis obrigar os agricultores a cultivar o algodão a preços mais reduzidos. O sossego em Luanda terminou abruptamente. No dia do funeral dos polícias, e nos dias que se seguiram, a população branca avançou contra as populações dos muceques e abateu centenas de negros. Foi o atiçar do ódio que se veio a espalhar pelas terras do norte de Angola, a partir do dia 15 de Março de 1961. Este dia ficará na memória de muitas famílias de colonos como o mais trágico acontecimento no norte de Angola. As atrocidades foram tão violentas e dramáticas que ninguém podia ficar indiferente à quantidade de vítimas, entre as quais, muitas mulheres e crianças esventradas.  
Os primeiros militares intervenientes, que resistiram ao tempo, têm gravado na memória os dramáticos acontecimentos ocorridos durante as missões que os levaram até aos confins daquele vasto território. As picadas cortadas com abatises ou valas profundas demoravam muitos dias a percorrer; o inimigo astuto, escondido entre o capim, aproveitava para atacar nos locais mais complicados para a defesa; as chuvas provocavam lamaçais de difícil progressão; o apoio aéreo, muito escasso, era um factor de preocupação permanente no socorro e evacuação aos feridos. Estes eram os principais obstáculos que os bravos soldados portugueses tiveram de enfrentar, até se conseguir estabilizar a ocupação das localidades vandalizadas, o que demorou cerca de cinco meses.
Nos primeiros tempos da guerra, os combatentes dos reduzidos efectivos militares tiveram que se esforçar até aos limites das suas capacidades humanas para socorrer as populações isoladas nos locais mais desprotegidos das povoações da região afectada pelos bandoleiros. Depois das atrocidades dos primeiros dias, os que escaparam, fugiram para outros locais na busca de protecção; muitas das vezes, acabaram por cair nas mãos dos sanguinários da UPA (União das Populações de Angola), que os mutilaram, deceparam e mataram.
As tropas mais activas e bem preparadas estavam a braços na contenção da revolta dos camponeses do Cassange e nas buscas aos muceques de Luanda. As companhias de Caçadores Especiais avançaram na reconquista das picadas e povoações dos Dembos, tendo sido a 6ª companhia que mais se notabilizou a dizimar tudo que era preto, com o Alferes Fernando Robles a destacar-se na guerra do “olho por olho, dente por dente”; a sua acção na reconquista do terreno da UPA ficou marcada por numerosas baixas entre mortos e feridos. A 5ª companhia andou a bater a zona do Caxito e Úcua, com recurso ao sistema da psico-social para acolhimento das populações, mas bastante repressivo para com os negros acusados de serem infiltrados da UPA.


Para socorrer os colonos e populações atacadas pelos bandoleiros, destacaram-se os grupos de Pára-quedistas organizados em secções, com especial relevo para a defesa das povoações de 31 de Janeiro, Damba, Maquela do Zombo, Sacandica, Quibocolo, Bungo, Songo, Mucaba, Lucunga e outras onde foram necessárias acções rápidas e eficazes. Destacaram-se alguns elementos mais ousados, entre eles, o Alferes Mota da Costa, os Tenentes Veríssimo e Mansilha, o sargento Santiago, os soldados Eugénio Dias e Pimentel. No decorrer das primeiras missões, morreram em combate o Alferes Mota da Costa, o soldado Domingos e o cabo Almeida Cunha (este por não se ter aberto o pára-quedas ao saltar sobre a serra da Canda).
Para avançar com mais força para a reconquista das terras tomadas pela UPA, foram mobilizados os Batalhões de Caçadores 96 e 114 e o Esquadrão de Cavalaria 149, para a reconquista de Nambuangongo (santuário das forças da UPA), com o custo de várias dezenas de mortos e centenas de feridos. A Força Aérea foi conquistando os céus do norte de Angola à medida que foram sendo activadas pistas nas povoações; as condições logísticas e materiais permitiram apoiar os Pára-quedistas nas grandes operações de reconquista de Quipedro, Serra da Canda, Sacandica e Inga, locais de difícil acesso por terra.






Ainda no tempo da reconquista e ocupação de posições no terreno, o Manuel Joaquim da Rocha Bastos, pertencente à Companhia de Caçadores 168 do BCaç159, relatou duas situações bem complicadas no “baptismo de guerra”:
- “Quando a companhia seguia de Catete para a fazenda Maria Teresa, sofremos uma forte emboscada, com tiros vindos do meio do capim; o combate foi prolongado e a reacção obrigou à retirada do inimigo, mas atingiu um companheiro que não resistiu e morreu. O comandante da força entendeu que os bandoleiros não deviam ficar sem resposta adequada e pediu reforços ao Batalhão; com mais um pelotão, desencadeou uma batida por toda a zona e durante dois dias limpámos tudo que nos parecesse bandido. Mais tarde, instalados em Quipedro, não nos deram sossego durante quatro meses, havia semanas em que os ataques eram diários, o que nem permitia a aproximação e aterragem das avionetas para reabastecer ou levar o correio. Tivemos alguns confrontos directos com os bandoleiros, pois chegaram ao ponto de nos desafiar para fora do arame farpado e na zona onde aterravam os aviões.”




A guerra durou treze longos e dolorosos anos, por ela passaram mais de um milhão de combatentes, que deram o seu melhor ao serviço duma causa que pouco lhes dizia. Serviram a Pátria que juraram defender, independentemente de ideologias ou de sofismas. Dos cerca de 10.000 mortos, mais de 1.700 ficaram lá abandonados em cemitérios espalhados pelos mais distantes locais. A guerra deixou mais de 30.000 deficientes; muitos outros regressaram com graves sequelas no corpo e na alma, com as quais vivem os dramas dos traumas e das doenças que lhes tolhem a vida. Mas a grande maioria desses homens souberam manter intacta a dignidade dos bons portugueses, mesmo quando os governantes os desprezam e ostracizam. Foram estes oitocentos mil que, sem qualquer apoio ou reconhecimento pelo serviço prestado à Pátria, se instalaram nas mais diversas actividades produtivas, investindo os seus conhecimentos e dinheiros ao serviço de Portugal. Foi tal o desprezo e a humilhação manifestada pelos poderes públicos que alguns milhares acabaram por seguir o rumo da emigração. A persistência das Associações de Combatentes permitiu que o Estado começasse a prestar alguma ajuda aos antigos combatentes mais necessitados; especialmente a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra tem prestado valioso apoio médico e logístico, além dos projectos que estão em curso para construção de estruturas capazes de alojar os que vivem mais isolados e carenciados; é um trabalho meritório que devemos apoiar com brio e convicção, mas estaremos atentos aos protagonistas indesejáveis.


Como disse há algum tempo, num debate público sobre a aferição dos valores que equilibram uma sociedade racional, mantenho a opinião de que a questão dos heróis sempre incomodou os cobardes e os acomodados. Seja no combate para defesa da Pátria, seja no combate aos fogos ou nas missões de salvamento das populações atingidas por flagelos e tempestades. A questão é mais pertinente quando ouvimos dizer e lemos comentários a tentar distorcer esses valores, referindo que os que desertaram foram mais corajosos do que os que foram para a guerra; que os cobardes são aqueles que aceitaram ir combater nas terras ultramarinas. Os valores da solidariedade, da colaboração, da defesa dos princípios democráticos e da paz não dependem de ideologias ou de regimes políticos; aceitam-se, defendem-se e praticam-se. Não há meias tintas; ou se é bom cidadão ou não. Os marginais, os parasitas, os cobardes e os traidores são nocivos à sociedade; uns porque são criminosos, outros são acomodados; é preciso reagir, ser solidário e produtivo. São esses arautos do laxismo e do facilitismo que degradam os valores que devem balizar a aquisição dos conhecimentos necessários ao desempenho com competência, saber e respeito. 
Sabemos que já lá vão 50 anos e o assunto das guerras ultramarinas não é tema recorrente nas escolas; o que é vergonhoso para a história de um país que deixou centenas de pessoas desenraizadas ou traumatizadas para o resto das suas vidas. Todos devem merecer respeito pelos anos passados em situações de perigo, sofrimento e privações de toda a ordem; uns aguentaram e foram valentes, outros fraquejaram e continuam a sofrer. Ainda somos muitos com direito de voto democrático, saberemos usá-lo com sentido do dever cumprido.

Joaquim Coelho - combatentes em Angola, por convicção; em Moçambique,
por imposição. 
(Publicado na revista "O Veterano de Guerra" da APVG)





Por coincider com as minhas opiniões, faço vénia ao autor e deixo o seguinte Texto:

Lamentável é a ingratidão

Público 2011-03-17, por Pedro Lomba

A guerra colonial começou há 50 anos. Não é do meu tempo. Só não tem o significado da guerra do Peloponeso, porque, digamos, foi uma guerra que envolveu Portugal, e Portugal sempre é o país onde nascemos. É difícil falar dela sem ceder às brigadas do politicamente correcto. Não foi o caso do Presidente da República, que, numa cerimónia de homenagem aos antigos combatentes, invocou o exemplo da "coragem" e do "desprendimento com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar".
Isto, que em qualquer democracia digna não mereceria mais do que uma nota de pé de página, no nosso Portugalinho ainda não se pode dizer. O policiamento a que somos invariavelmente sujeitos deprime. A terreiro tinha logo de vir o Danton do burgo, Francisco Louçã, criticar Cavaco por "reescrever a História" e "distinguir a intervenção militar". E acrescentou a seguir o líder do Bloco de Esquerda: "Cavaco Silva está em guerra com o passado. Só assim se compreende comparar as "Forças Armadas de hoje com as da ditadura e do colonialismo."
Nunca me ocorreu fazer o mais leve reparo sobre aqueles que, tendo sido forçados pelo regime a combater uma guerra de que discordavam frontalmente, resolveram desertar, fugir ou exilar-se. (Recordo que essa infâmia foi arremessada contra Manuel Alegre nas últimas presidenciais.) Não é só por falta de legitimidade histórica ou política. Por uma questão básica de respeito: eles tinham convicções e se há exercício que testa genuinamente a consciência liberal de uma pessoa é esse. Nenhum Estado, nem mesmo numa democracia quanto mais numa ditadura, pode dispor em absoluto das convicções de consciência de uma pessoa. E não preciso dizer que muitos são credores do nosso agradecimento: lutaram por uma democracia que, apesar de ter chegado a este estado doentio, será sempre superior às alternativas.
Pelas mesmas razões, tenhamos a coragem de "vestir a pele" dos muitos portugueses nascidos na década de 30-40 que tomaram a decisão precisamente contrária. Melhor, que não tomaram qualquer decisão, porque encararam a participação na guerra como um facto inevitável. Foram muitos. Entenderam que o seu dever era estar ali. Fizeram-no pagando um preço pessoal elevado. Para a maioria, presumo, não era Salazar nem Caetano. Eram eles próprios, era o sentido do dever, da dignidade e da sobrevivência. Muitos eram milicianos, não eram bem-nascidos nas burguesias de Lisboa como o próprio Louçã e outros, não tinham tempo para pensar em política. E o que tem Louçã para dizer a esses portugueses: que estavam enganados, que todo aquele empenho, coragem e honra não merecem nenhum respeito, reverência ou admiração. Que eles não são, nem podem ser exemplo para ninguém. É isto que a cabeça totalitária de Francisco Louçã tem para lhes dizer.
Pois, como outros dizem, não apaguem a memória. Os antigos combatente são mesmo um exemplo. E isto, repito, não é reescrever a História. A História está escrita. Tem sido escrita. Não pode é ser a História contada pelos que dela se apropriaram.
Se Louçã percebesse, já não digo valorizasse, um mínimo da ética militar, um mínimo da continuidade de valores que deve animar um país, não diria que existiam umas Forças Armadas da "ditadura e do colonialismo" e outras da democracia. Existia um regime da ditadura, tal como existe outro regime da democracia. Sim, não são iguais. Mas o dever militar, que, entre outras coisas, requer obediência e prontidão, esse tem de ser o mesmo. A culpa e a responsabilidade pertencem aos políticos. Os portugueses impreparados que irresponsavelmente partiram para a Flandres em 1918 sabiam disso.
Louçã e companhia, na sua falta de gratidão e respeito pelo passado, gostariam de esconder os antigos combatentes, fechá-los num armário para que eles não apareçam, porque são a memória de um tempo iníquo. E dizem-se eles democratas e liberais. Não vejo onde.
Jurista

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quinta-feira, 3 de março de 2011

Sinais da Borrasca



FUTURO SEM ESPERANÇA

O mais deplorável da sociedade moderna é que um bando de parasitas possua avultadas riquezas e viva do supérfluo luxo desmesurado, enquanto uma multidão de famintos vive na mais miserável pobreza sem qualquer esperança de futuro. Qual é a moral dos que gozam os privilégios sem se perturbarem com a supressão brutal dos direitos humanos mais elementares como a alimentação. A revolta dos espezinhados e o grito dos famintos será o rastilho a incendiar o mundo dito civilizado. Os custos para suster a insegurança dos acomodados serão tão elevados que nenhum estado ou grupo de estados ficará imune à revolução e à desgraça que se avizinha.
Imagine-se o que será o mundo daqui a uma dezena de anos, quando os estudantes universitários de hoje chegarem ao poder, depois de passarem pelas prateleiras dos partidos da governação, enquanto outros, que não encontram trabalho para ganharem o seu sustento, já traumatizados, protestarem contra a ditadura da alienação colectiva. O que se passa com os actuais sistemas da governação, cheia de vícios e promiscuidade, não é mais do que um metódico processo de alienação dos desempregados sem esperança.
Um dia, os deserdados da sorte perdem a paciência e entram em ebulição, ao ponto de massacrarem os carrascos que os torturam até à demência.

Joaquim Coelho



Um senhor com razão, merece divulgação.


Data: 2 de Janeiro de 2011 17:07
Assunto: A esperança desesperada
 
 Baptista Bastos

Todos nós estamos em perigo.
Poucos serão indiferentes à situação em que o País se encontra. Mas que os há, há.
São aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram para esta tragédia. Não é preciso nomeá-los: todos nós sabemos quem são. E o que me parece mais desprezível é a firmeza com que ainda haja pessoas a defender um sistema não só doente económica e financeiramente mas, sobretudo, com graves enfermidades morais.

Chegamos ao fim de mais um ano e a esperança surge como desesperada.
Já ninguém duvida das convulsões sociais que se adivinham, e só mesmo
o primeiro-ministro é capaz de proferir afirmações tão absurdas como
aquelas que faz. Ele o diz que é difícil decapitá-lo politicamente. É
verdade. O homem possui uma tenacidade e uma obstinação invulgares.
Não quer dizer nada. Apenas que está ali de pedra e cal. Até ver.

As sondagens dão-no como morto-vivo. E as coisas vão de mal a pior.
Cavaco, que tem a simpatia dissimulada de quase toda Imprensa, o que
se tornou na vergonha do pensamento crítico, tem demonstrado, nos
debates televisivos, que não está à altura de coisa alguma. É um
medíocre enfatuado, que mal oculta a raiva que o assola quando
contrariado. E nada sabe de coisa alguma. Passos Coelho, inicialmente
um falador sem continência, parece mais prudente e equilibrado.
Aguarda, como um predador de tocaia, que a sua presa mais se estenda
ao comprido. Depois, fará o que muito bem entender.

Vem aí o novo ano e todas as indicações são de molde a deixar-nos
prostrados. O desejo improvável de Sá Carneiro - um Presidente, um
Governo, uma Maioria - está quase a tornar-se realidade. A ausência de
ideologia, a capitulação do PS de Sócrates, a desistência ética dos
"intelectuais" portugueses permitiu esta anomalia histórica. Todos
aqueles que, durante estes anos "socialistas" vão ser substituídos por
uma trupe arfante de ganância e poder, já têm empregos garantidos em
administrações de grandes empresas. Estou para ver para onde vai
Sócrates. O despudor da "alternância" sem "alternativa" transformou a
política portuguesa num modo de vida de um grupo que se protege e se
resguarda. Não me canso de o dizer.

Estamos a perder a configuração moral de nação. Os que vêm nada
trazem. Os que vão embora organizaram as suas vidinhas. Seria curial
que o "jornalismo de investigação" procurasse indagar sobre o
paradeiro profissional daqueles, do PS, do PSD e do CDS, que nos
últimos trinta e quatro anos têm sido governantes. Mas o "jornalismo
de investigação", que dá a ideia de possuir apenas um sentido e uma
direcção, não está interessado em desvendar essas minudências.

Sócrates preparou o caminho, por inércia e atroz incompetência, para a
Direita actuar de mãos livres. E o que a Direita tem dito, das suas
opções, desígnios e objectivos só pode turvar as mentes de beócios.
Mais: a Direita prepara-se para se instalar, durante muitos anos, na
cadeira do poder. As consequências sociais e políticas do que se
avizinha são imprevisíveis. O que não é imprevisível é a movimentação
que já se nota, os conluios que estão a estabelecer-se, as intrigas
que se urdem. O tal "jornalismo de investigação" talvez devesse
noticiar os almoços, os jantares, os encontros, que tornam supérfluos,
ou quase, os protestos de indignação dos que ainda se não dobraram.
Ainda os há. Mas perdem, lentamente, essa capacidade.

b.bastos@netcabo.pt
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O NOSSO AMBIENTE

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PROTEGER O AMBIENTE
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Não podemos ficar indiferentes perante a degradação sistemática dos prédios históricos das cidades, e temos que denunciar as obras mal executadas, especialmente as que roubam o erário público, a coberto de interesses que penalizam o desenvolvimento do país. A engrenagem burocrática continua dominada por pessoas incapazes e incompetentes bem acompanhados por outros espertos e escabrosos usurpadores dos direitos dos cidadãos contribuintes. Ninguém de bom senso poderá continuar indiferente perante tantos prejuízos, pelo que só denunciando as situações se poderão punir os responsáveis pela delapidação dos bens públicos.
Com tanto património do estado desaproveitado e em degradação, os governantes deveriam por em execução programas de recuperação em colaboração aberta e desburocratizada com a sociedade civil, especialmente com as colectividades associativas, muitas vezes necessitadas de um pequeno espaço para melhor desenvolver a sua actividade comunitária e produtiva.
Por outro lado, devemos manifestar repúdio pelos desperdícios e atentados ao ambiente, obrigando as empresas a aproveitar melhor os recursos existentes; pois é um dever patriótico e ajuda a fomentar a cultura e o respeito no meio das populações mais carenciadas. Se o Estado e as grandes empresas fornecedoras de energia, comunicação e bens de consumo respeitarem mais o ambiente e preservarem a natureza, será uma maneira prática de melhorar a formação cívica e intelectual dos portugueses, aumentar as suas capacidades básicas e diminuir focos de tensões sociais.
A natureza vai-nos avisando das agressões que lhe fazemos, sem atendermos à regeneração dos bens que delapidamos; o consumismo é fonte de perigosos desequilíbrios e as empresas que exploram os recursos naturais até à exaustão deixam atrás de si uma vergonhosa enxurrada de detritos e lixos tóxicos que nos envenenam o ambiente e degradam as terras de cultivo.

Na concorrência à produção de energia e acumulação de riqueza, essas empresas Ignoram a razão dos nossos desejos e esquecem os direitos dos cidadãos, entramos num delírio colectivo... de consumismo. Comportam-se como demónios na prática de horrorosas sacanices. Para muitos, nem os enredos da inveja rasteira os conforta ou diminui a maldição da turbulência da existência delirante. Nada é absoluto em cambiantes e do caos tudo recomeça esgotado, mesmo de improviso renasce a vida e a vertiginosa ironia do destino que o futuro nos vai ofertar.
Joaquim Coelho
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