sexta-feira, 29 de julho de 2022

Manipulação mental, uma guerra cognitiva

 O cérebro como campo de batalha

 Fernando Buen Abad- 14 febrero 2022

 As novas formas de condicionar o pensamento humano estão sendo aplicadas sem que nos apercebamos dos seus efeitos perniciosos no cérebro, além das perturbações no sistema endócrino. Revelações atribuídas a François du Cluzel, entre outros analistas, referem que se trata de uma nova forma de guerra ideológica que pretende manipular os pensamentos, criando erosão sobre a forma de organização da sociedade, esmagando os valores básicos da sociedade humaizada. 


 A desinformação aproveita as vulnerabilidades cognitivas, tais como a ansiedade, as carências afectivas, as dificuldades económicas para implantar informações falsas como verdadeiras. As dinâmicas sociopolíticas são apuradas no sentido de explorar todas as fraquezas do ser humano, mesmo a ignorância, até atingir os objectivos. As agências de informação e publicidade usam as mais cínicas formas de manipular a mente, aplicando técnicas de psicologia e estudos sociais para vencer sem necessidade de acção física.

Estas formas de manipulação da opinião pública, baseia-se em estudos e métodos distintos para controlar uma população, na forma como pensa e actua em acontecimentos específicos. Podem chegar ao ponto de desestabilizar uma nação, influenciar e derrotar comunidades ou organizações incómodas.    

A publicidade das vendas de produtos é um paraíso para a alienação compulsiva e experimental em que o cliente compra muitos dos produtos sem necessidade deles. Os monopólios de supermercados são um miserável exemplo dessas práticas capitalistas. O agravamento inflacionista é propositado e controlado pelos diversos supermercados, de forma a venderem mais e mais caro, sem a necessária vigilância das autoridades da concorrência.   


 
A guerra cognitiva e psicológica está em curso há vários anos, como uma forma de nos convencer que as intervenções militares de forças estrangeiras no Irão, Síria, Líbia, Afeganistão, Líbano são necessárias para democratizar e desenvolver esses países e trazer a felicidade a esses “povos irmãos”. Assim vamos aceitando a expulsão de povos inteiros, a miséria e a exclusão. Até aceitamos que um punhado de milionários possuam astronómicas riquezas enquanto a maioria dos seres humanos sofrem os horrores da guerra, da fome, da depilação das matérias-primas e dos atropelos aos direitos humanos. É este montão de miseráveis que o capitalismo festeja como resultado do “progresso”.


 O drama está em que os beneficiários deste miserável progresso manipulam, enriquecem e fortalecem os seus poderes através de génios mercenários infiltrados em todas as organizações estatais, agências de informação, empresas públicas com uma dinâmica ideológica perfeita para fabricar escravos de consciência e servis, conduzindo-os até à sua própria destruição.  

  

As redes sociais usam e abusam dos dados pessoais dos aderentes para elaboração de perfis individuais e formatar comportamentos, usando investigação psicológica, estudando pensamentos e condutas manipuladas para seu proveito. As novas teorias são conhecidas, mas descuramos a consciência da realidade que nos cerca e perdemos a força da nossa unidade colectiva, enquanto dispersos,distraídos ou acomodados no sofá.  


 

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