domingo, 12 de fevereiro de 2012

DEFENDER A LÍNGUA PORTUGUESA

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EM DEFESA DA Língua Portuguesa

«A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, prepara-se para abandonar o novo acordo ortográfico»!

E o prof Malaca Casteleiro, ... piurso.

(e dois dias antes... )

OPINIãO

O acordo do desacordo

07 Fevereiro 2012 | 23:30

BagãoFélix


Volto ao Acordo Ortográfico (AO). Por obra e graça de Vasco Graça Moura que felicito pela coragem e determinação. Assim como pela oportuna iniciativa de Mota Amaral.

Volto ao Acordo Ortográfico (AO). Por obra e graça de Vasco Graça Moura que felicito pela coragem e determinação. Assim como pela oportuna iniciativa de Mota Amaral.
Com a aprovação do 2º Protocolo Modificativo do AO, estabeleceu-se que para este entrar em vigor bastaria a ratificação por três Estados lusófonos. Uma batota legal! O Brasil - claro - foi o primeiro, seguido de São Tomé e Cabo Verde. Angola e Moçambique, além da Guiné e Timor, não o fizeram. Tal situação faz-me lembrar, noutro plano, o que seria na Europa um Acordo deixar de fora Estados mais populosos (ou fundacionais) e vigorar por força do número ou quantidade de países como Malta, Chipre, Luxemburgo, Letónia, etc.
A Resolução do CM (Jan. 2011) que determinou a aplicação do AO nos documentos oficiais refere dois objectivos: "reforçar o papel da língua portuguesa como língua de comunicação internacional e garantir uma maior harmonização ortográfica entre os oito países da CPLP." Alguém deu por alguma destas anunciadas pretensões?


Estamos perante o acordo do desacordo. Numa matéria destas é lamentável o défice de escrutínio público. A língua é assunto que deve exigir a busca de um consenso tão alargado quanto possível. Ao invés, induziu-se o artificialismo do ruído mínimo garantido. Sempre que pessoas ou organizações se atreveram a lançar críticas ou dúvidas, logo foram arrogantemente consideradas ultrapassadas ou incapazes de olhar o futuro.
Vivendo tempos em que até direitos fundamentais são questionados, estaremos, quanto ao AO condenados à desistência ou à inacção? Estaremos resignados a viver entre a troika financeira, a China accionista, a Angola económica e o Brasil linguístico?
Ainda estamos a tempo de impedir este empobrecimento da nossa língua. Não podemos ser indiferentes.

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O MEU COMENTÁRIO

HÁ QUE TOMAR MEDIDAS PARA CORRIGIR O QUE ESTÁ ERRADO. Porque a “nossa língua” descende do Latim e do Grego, além de outras de menor importância, os que prepararam o Acordo/desacordo… ou são ignorantes ou renegaram a origem da Língua Portuguesa. Abrasileirar a língua sem respeitar as bases da formação das palavras é um atentado à nossa origem de nação com mais de oito séculos. JoaquimCoelho

MAIS...

Acordo ortográfico
Caríssimos amigos,

Se existe uma commonwealth, que nunca necessitou de qualquer acordo ortográfico, por que carga de água há-de a lusofonia ser mais papista do que o papa?

Sem acordo ortográfico, o inglês é para o ocidente o que o latim jamais conseguiu ser e é para o mundo aquilo que muitas boas vontades e ilusões pretenderam para o esperanto e foi só esperança vã.

Não é pela inexistência de acordo ortográfico que americanos e ingleses se desentendem, sendo que dizermos o contrário não seria desmentido.

Se quisermos falar do castelhano, língua a que muitos, principalmente sendo madrilenos ou portugueses, chamam espanhol, saberemos que são mais de uma dúzia as suas variantes. De tal forma que no próprio território de nuestros hermanos vigoram duas formas ortográficas distintas e oficialíssimas: castelhano tradicional e castelhano moderno. E é bom que se saiba que a Espanha exerce uma influência cultural e política sobre as suas ex-colónias que não se compara com a nossa, sobretudo porque não deixou que se desenvolvessem complexos de colonizador/colonizado. São cordiais e exemplares as relações no seio dos falantes do castelhano; se tentassem um acordo ortográfico, talvez resultassem daí suspeitas.

Do meu ponto de vista, a melhor forma de contribuirmos para a unidade – unidade de características paritárias – é não termos qualquer acordo ortográfico. Tê-lo só pode significar submeterem-se uns aos ditames dos que mais podem ou submeterem-se todos a um qualquer capricho iluminista.

Que cada espaço, que cada fronteira política escolha a norma ortográfica que mais lhe convenha de acordo com o seu sentir, de acordo com as suas necessidades. Sempre entendemos os brasileiros e sempre as editoras do Brasil colocaram aqui os seus livros com um impacte que é escusado enaltecer. Pensar que submetermo-nos por inversão do complexo de colonizador/colonizado nos trará benefícios é como confiar nos horóscopos que vêm nos jornais. Não vamos obter quaisquer benefícios nem culturais nem mercantis. Os autores portugueses que mais êxito têm tido no Brasil são Saramago e Miguel Sousa Tavares, que exigem precisamente que as suas obras sejam ali impressas em português padrão.

É que as coisas podem tornar-se naquilo que desejamos, quando sabemos desejar, mas são quase sempre o contrário do que se prevê. Unidade, unidade pode ver-se na mão o símbolo. É por serem desiguais os dedos que a mão se torna funcional. É por ter órgãos diferenciados que o nosso corpo é o que é e não uma alforreca.

Para resumir: estou nos antípodas do que pensa e pretende para sua póstuma e vã glória o Dr. Malaca Casteleiro e em convergência quase absoluta com o Dr. Vasco Graça Moura que aqui saúdo, agradecendo-lhe a coragem com que luta nesta guerra desigual que nós sabemos que já perdemos, embora muito mais vá perder, não só a nossa língua portuguesa, mas também as outras línguas portuguesas, exceptuando-se, claro, a variante brasileira, mercantilmente mais poderosa. Vencerá imperialmente sobre os destroços.

De hoje a oito dias sai a propósito uma crónica minha no Jornal do Barreiro. Os interessados poderão consultar na NET,

Para terminar: não pretendo respeitar qualquer acordo ortográfico, seja este seja o que vier. Estou a pensar, inclusive, para incomodar, inventar uma norma muito minha em que acabo com os cês e os quês e encho a prosa de kapas.

Em política, o que parece é, mas em tudo mais não é assim, é ao contrário.

Pax Profundis! Abdul Cadre


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