sexta-feira, 11 de março de 2022

A Guerra vista ao Espelho

 Todas as guerras têm dois lados 

Em tempo de conflitos e guerra, as maiores vítimas são os inocentes. 

O jornalismo noticioso independente tem grandes dificuldades em sobreviver aos nefastos efeitos da informação controlada pelos poderosos. Somos inundados de informações repetitivas até à exaustão.  Sentimos a comunicação social amarrada à perversão do imediatismo lamacento e tendenciosamente programado para deformar a informação disponível e livre das pressões corporativas dominantes, arrumando para debaixo do tapete os graves problemas da sociedade, especialmente no aumento do custo de vida, na delinquência juvenil e a degradação dos serviços públicos essenciais.

 Mas ainda vemos alguns artigos que merecem ser lidos e vale a pena meditar com a lucidez da mente iluminada e racional. Os silêncios sobre estas questões agradam ao poder político e estigmatizam as populações desoladas com a falta de soluções para as suas dificuldades de sobrevivência.

Perante o conflito na Ucrânia e os problemas de mobilidade causados, os caminhos para a Paz são prioritários e urgentes, porque milhões de pessoas sofrem e morrem nos horrores da guerra; mas, perante o comportamento dos governantes interventivos no conflito ucraniano e o melindre da situação da segurança mundial, percebemos que as soluções perigosamente irracionais e com efeitos práticos e temporais inadequados demonstram desprezo e desamor pelas populações dos países que representam, considerando que o prolongamento da guerra só causa mais destruição e mortos.

Esperamos que uma onda de bom-senso e alteração dos interesses mesquinhos da desforra ilumine as mentes dos intervenientes com poder de decisão para que coloquem a vida das pessoas num patamar mais humanista e avancem corajosamente nos caminhos da paz e da segurança universal.

A hipocrisia das Sanções... VER:

 https://www.youtube.com/watch?v=dBIiz4HlXlI

https://www.youtube.com/watch?v=yXaxFxOXC6A

https://www.youtube.com/watch?v=yFmiWE2E3U4

https://www.youtube.com/watch?v=HMIsQ_6Abmo


 




Televisão do Mundo

20 de março às 16:41  · 

“A Ucrânia está seguindo os manuais de guerra psicológica dos EUA” (Pedro Baños)

Polêmica na TV espanhola. Coronel do exército denuncia manipulação midiática contra a Rússia: “Se falamos de desinformação, neste país há gente que trabalha para serviços de inteligência estrangeiros que estão publicando nos principais jornais e aparecendo nos meios de comunicação que são panfletos da OTAN”. Considerado um dos maiores especialistas em Geopolítica e estratégia militar da Europa, o coronel Pedro Baños afirmou que “o regime de Zelensky está seguindo os manuais de guerra psicológica dos EUA”, a quem não interessa um acordo que encerre o conflito. Presença frequente em alguns dos programas de maior audiência da TV espanhola, como “Horizonte” e “Al Rojo Vivo”, o coronel (que vem recebendo ameaças nas redes sociais por suas opiniões dissonantes) anunciou que não participará mais de nenhum programa de TV sobre a Ucrânia.

O humanismo ocidental é decente?

Pedro Tadeu – DN 09 Março 2022

 Por ser um bom cidadão do mundo ocidental condeno a invasão russa da Ucrânia, participo em manifestações contra Putin, choro os mortos de Kiev, comovo-me com o drama dos refugiados ucranianos, sou solidário com as vítimas da brutalidade russa e recuso comprar produtos russos. E faço-o com convicção.

Mas isto não chega, isto é humanismo genérico, serve para qualquer um em qualquer parte do mundo - o humanismo ocidental é especial, o humanismo ocidental é único, o humanismo ocidental é original, o humanismo ocidental exige mais de mim...

O humanismo ocidental é seletivo: ignorou os 12 mil haitianos enviados pelos Estados Unidos para a prisão de Guantánamo e a invasão do país em 1994; ignorou a instigação e a participação da NATO nas guerras da Jugoslávia e os seus 150 mil mortos; ignorou as duas Guerras do Golfo, a mentira que desculpou uma delas e os 100 mil mortos diretos que os combates provocaram; ignorou mais 100 mil mortos que o Iraque "protegido" pela coligação internacional lá instalada provocou; ignorou a presença norte-americana durante 20 anos no Afeganistão e os 65 mil mortes que ali ocorreram; ignorou os envolvimentos, desde 2001, diretos ou indiretos, de forças ocidentais na Síria (estimam-se 400 mil mortes); ignora o que se passa na Somália e no Iémen; ignora a ocupação da Palestina por Israel e, nos últimos anos, os 21 500 mortos desse conflito.

O humanismo ocidental tem coração mole para um lado e coração de pedra para o outro. As guerras espalhadas pelo mundo com envolvimento do Ocidente somam, em 30 anos, quase um milhão de mortos, a grande maioria civis, mas o bom cidadão ocidental não chora por eles.

O humanismo ocidental é dúbio. Condena vigorosamente a prisão do opositor de Putin, Alexei Navalny, mas deixa apodrecer na cadeia o denunciador das brutalidades das tropas americanas e da NATO, Julian Assange.

O humanismo ocidental é criterioso. Manifesta-se quando críticos de Putin são envenenados no estrangeiro mas arquiva no esquecimento o cientista inglês David Kelly que, misteriosamente, suicidou-se dois dias depois de depor no parlamento sobre a falsificação de provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. E o jornalista que deu essa notícia em primeira mão foi despedido.

O humanismo ocidental é esclarecido. Classifica a imprensa estatal russa de instrumento de propaganda "tóxica" mas glorifica o World Service da BBC, pago pelo Ministério dos Estrangeiros britânico e onde muitos jornalistas portugueses que lá trabalharam foram obrigados, durante décadas, a pedir autorização superior para fazer qualquer tipo de entrevista... e essa autorização só vinha depois de lida a lista de perguntinhas a fazer!

O humanismo ocidental é dinâmico. Indigna-se aos gritos com a censura de Putin ao jornalismo independente, mas refila baixinho quando proíbem a Russia Today de emitir no Ocidente ou quando os potentados das redes sociais, que ninguém controla, filtram o que o povo pode ou não pode dizer.

O humanismo ocidental enerva-se com a brutalidade policial contra manifestações políticas em países longínquos e contra as prisões indiscriminadas de gente comum, mas cala-se, conformado, quando isso é feito nos seus países contra os que recusam vacinar-se, contra os que exigem direitos para os negros, contra os sindicalistas, contra os imigrantes pobres e de pele escura. O humanismo ocidental já nem se lembra de George Floyd.

O humanismo ocidental é espertalhão. Explica todas as intervenções militares do Ocidente no resto do mundo com a necessidade de defender a democracia, o contexto histórico e sociológico das regiões, as tensões estruturais das economias locais, as rivalidades das religiões, as divisões tribais, as fronteiras mal definidas, a selvajaria dos ditadores locais. Mas para comentar a guerra ucraniana só aceita começar a análise por um facto: Putin invadiu no dia 24 de fevereiro o país de Zelensky. Falar do que está para trás, dos 13 mil mortos do Donbass, do crescimento da NATO para leste, por exemplo, é trair a Ucrânia, é trair o Ocidente, é trair a humanidade - e se o fazes, és mesmo má pessoa!

O humanismo ocidental é ingrato. Garante que a Rússia não é do Ocidente, exige que ignoremos 2 mil anos de cristandade partilhada, as leituras de Dostoiévski, Tolstoi, Tchekhov, Gorki; as músicas de Tchaikovsky, Stravinsky, Shostakovich, Prokofiev; os filmes de Eisenstein, Tarkovsky; os pensamentos de Bakunine, Lenine ou Trotsky. O humanismo ocidental acredita que nada deve do que é à Rússia.

Eu adoro os valores teóricos do humanismo ocidental, são um exemplo para o mundo, a sério, mas não aguento a constante prática violenta do humanismo ocidental, uma vergonha neste mundo, a sério.

Jornalista


Ora, por causa dos mercenários (combatentes sem pátria), dos voluntários sem comando e dos resistentes desesperados, a desconfiança sobrepõe-se ao bom senso... Dificilmente os corredores humanitários terão sucesso, e quem sofre são as populações.










quarta-feira, 2 de março de 2022

Os Incendiários do Costume

 NOTA PRÉVIA: A Ucrânia e a sua população estão a sofrer a tragédia da guerra, por causa dos incendiários americanos que não param de espalhar o terror e a morte em todo mundo. Expandir o potencial bélico da NATO até às portas de Moscovo é um perigoso jogo a que Putin e os Russos não pretendem assistir.

 Os interesses estratégicos USA ou pilhagem de matérias-primas (desde a América latina, países da África, médio oriente, Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria e antigos países de leste), servem para vender as armas e provocar a desgraça dos povos. O texto abaixo mostra os antecedentes.

 Haja lucidez e vontade para acabar com as guerras e genocídios criminosos, proclamando a PAZ definitiva. 

  


Ucrânia, a bomba USA na Europa

Manlio Dinucci

REDE VOLTAIRE | ROMA (ITÁLIA) | 16 DE ABRIL DE 2021

O Presidente Joe Biden, o Secretário de Estado, Antony Blinken e a futura Subsecretária de Estado, Victoria Nuland, estão a reacender a guerra que desencadearam na Ucrânia em 2013-14. O quarto ladrão, Geoffrey R. Pyatt, é actualmente, o Embaixador dos EUA na Grécia. Desta vez estão a enviar navios de guerra para o Mar Negro e a preparar, de facto, aviões bombardeiros nucleares.


Os caças americanos F-16, enviados da base de Aviano, estão envolvidos em "operações aéreas complexas" na Grécia, onde ontem começou o exercício Iniochos 21. Pertencem ao 510º Esquadrão de Caças estacionado em Aviano, cuja atribuição está indicada no seu emblema: o símbolo do átomo, com três relâmpagos a atingir a terra, flanqueado pela águia imperial. São aviões de ataque nuclear e que pertencem à Força Aérea Americana na Grécia, que concedeu aos Estados Unidos, em 2020, a utilização de todas as suas bases militares. Também participam no Iniochos 21 os caças bombardeiros F-16 e F-15 de Israel e dos Emirados Árabes Unidos. O exercício ocorre no Mar Egeu, perto da área que compreende o Mar Negro e a Ucrânia, onde se concentra o mega exercício Defender-Europe 21, do exército dos EUA.

Estas e outras manobras militares, que fazem da Europa um importante centro de armamento, criam uma tensão crescente com a Rússia, centrada na Ucrânia. A NATO, depois de ter desagregado a Federação Jugoslava, ao inserir a cunha da guerra nas suas fracturas internas, surge agora como a paladina da integridade territorial da Ucrânia. O Presidente da Comissão Militar da NATO, o Chefe da Força Aérea Real Britânica, Stuart Perch, reunido em Kiev com o Presidente Zelensky e o Chefe do Estado-Maior, Khomchak, declarou que "os aliados da NATO estão unidos na condenação da anexação ilegal da Crimeia pela Rússia e das suas acções agressivas na Ucrânia Oriental". Repetiu assim a versão de que foi a Rússia que anexou à força a Crimeia, ignorando o facto de que foram os russos da Crimeia que decidiram, num referendo, separar-se da Ucrânia e voltar a juntar-se à Rússia para evitar serem atacados, como os russos no Donbass, por batalhões neonazis de Kiev. Os mesmos utilizados em 2014 como força de ataque no putsch da Praça Maidan, desencadeado por franco-atiradores georgianos que dispararam sobre manifestantes e polícias, e em acções posteriores: aldeias submetidas a ferro e fogo, activistas queimados vivos na Câmara do Trabalho de Odessa, civis desarmados que foram massacrados em Mariupol, bombardeados com fósforo branco em Donetsk e Lugansk. Um golpe de Estado sangrento sob comando USA/NATO, com o objectivo estratégico de provocar uma nova guerra fria na Europa para isolar a Rússia e reforçar, ao mesmo tempo, a influência e a presença militar dos Estados Unidos na Europa.

O conflito no Donbass, cujas populações se auto-organizaram nas Repúblicas de Donetsk e Lugansk com a criação das suas próprias milícias populares, passou por um período de relativo descanso com a abertura das conversações de Minsk para uma solução pacífica. Agora, porém, o governo ucraniano retirou-se das conversações, com o pretexto de que se recusa a ir a Minsk porque a Bielorrússia não é um país democrático. Ao mesmo tempo, as forças de Kiev retomaram os ataques armados ao Donbass. O Chefe do Estado-Maior, Khomchak, que Stuart Perch elogiou em nome da NATO pelo seu "empenho na procura de uma solução pacífica para o conflito", disse que o exército de Kiev "está a preparar-se para a ofensiva na Ucrânia Oriental" e que nessa operação "está planeada a participação de aliados da NATO".

Não surpreende que o conflito no Donbass se tenha reacendido quando, sob a administração Biden, Antony Blinken assumiu o cargo de Secretário de Estado. De ascendência ucraniana, foi o principal orientador do Putch da Praça Maidan, na qualidade de Vice-Conselheiro da Segurança Nacional na Administração Obama-Biden. Como Subsecretária de Estado, Biden nomeou Victoria Nuland, em 2014, directora assistente da operação americana, com um custo superior a 5 biliões de dólares, para estabelecer na Ucrânia, a "boa governação" (como ela própria declarou [1]). Não está excluído que nesta altura tenham um plano: promover uma ofensiva das forças de Kiev no Donbass, apoiadas de facto, pela NATO. Isto colocaria Moscovo perante uma escolha que, de qualquer modo, seria vantajosa para Washington: deixar que as populações russas do Donbass fossem massacradas, ou intervir militarmente em seu apoio. Brinca-se com o fogo, não em sentido figurado, acendendo a mecha de uma bomba no coração da Europa.

Tradução Maria Luísa de Vasconcellos   -  Fonte: Il Manifesto (Itália)

[1] “Remarks by Victoria Nuland at the U.S.-Ukraine Foundation Conference”, by Victoria Nuland, Voltaire Network, 13 December 2013.




domingo, 27 de fevereiro de 2022

Porque há Guerra na Ucrânia?

A cobardia dos que querem dominar o Mundo

Entrevista ao Major General Raul Cunha, antigo comandante de tropas NATO

A população ucraniana merece o nosso apoio e solidariedade, com tudo que possamos fazer para minorar o seu sofrimento e desgaste.  

Por falta de competência dos governantes europeus, estamos a assistir a uma guerra na Ucrânia, que causa graves sofrimentos para as populações da Europa e do mundo; além das perdas de vidas humanas e dos bens pessoais, todos os bens de consumo irão sofrer agravamento de custos.

Tal como referia um prestigiado coronel português, com prestações de serviço na NATO e organismos europeus, o fracasso das negociações preventivas da guerra deve-se à hipocrisia dos governantes, por falta de capacidade para entender o que estava em jogo e por sentirem que a NATO pode resolver tudo. "Os governos dos países europeus integrados na NATO comparam-se a uma matilha de cães amestrados que os falcões americanos, à distância, atiçam contra os povos ou governos que definam como inimigos."

O resultado dramático aí está: destruição de bens e refugiados aos milhares. Que os poderosos se entendam, para que haja paz!







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POR MELVIN GOODMAN

8 DE DEZEMBRO DE 2021

As sementes para a crise na Ucrânia foram plantadas 25 anos atrás, quando o governo Clinton decidiu expandir o Tratado do Atlântico Norte para o Leste Europeu, aceitando a adesão de ex-membros do Pacto de Varsóvia. Ao fazer isso, Clinton deu as costas aos compromissos do presidente George HW Bush e do secretário de Estado James Baker em 1990 de não "saltar" sobre uma Alemanha reunificada para expandir a OTAN. Bush e Baker assumiram esse compromisso em discussões privadas com o presidente soviético Mikhail Gorbachev e o ministro das Relações Exteriores, Eduard Shevardnadze, a fim de obter a remoção de 380.000 soldados soviéticos da Alemanha Oriental e de vários Estados da Europa Oriental. Sem esse compromisso, a reunificação da Alemanha não teria ficado isenta de tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética.


Se os Estados Unidos pudessem encontrar uma maneira de reconhecer essa traição e conceder que a adesão adicional da Ucrânia e da Geórgia ameaçaria o universo geopolítico da Rússia, seria possível buscar um meio-termo para a crise atual. O presidente russo, Vladimir Putin, deseja razoavelmente garantias de que a Otan deve interromper sua expansão para o leste e não implantar certos sistemas de armas em suas fronteiras. Em troca, os Estados Unidos devem insistir no retorno ao acordo de Minsk II em 2015, que foi projetado para garantir um cessar-fogo bilateral, para criar zonas de segurança na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, e para descentralizar o poder político no leste da Ucrânia (o Donetsk e regiões de Luhansk). A Rússia seria obrigada a retirar todos os mercenários estrangeiros das regiões; (especialmente os de cariz nazi inscritos no Batalhão Azov, ao serviço do exército ucraniano).

Washington e Moscovo foram capazes de criar um processo para remover as armas nucleares da Ucrânia após a dissolução da União Soviética em 1991; eles devem ser capazes de chegar a um acordo que reconheça a soberania da Ucrânia, mas limite a presença militar ocidental nas fronteiras da Rússia. As negociações de controle de armas abriram as portas para a détente soviético-americana na década de 1980. Um acordo sobre a Ucrânia permitiria melhorar as relações bilaterais em áreas-chave entre os Estados Unidos e a Rússia.

Putin não está procurando ganho territorial ou um renascimento do império soviético na Europa Central e Oriental, mas a grande mídia está convencida de que Putin está preparando uma invasão militar russa à Ucrânia que desestabilizaria toda a Europa. Um editorial do Washington Post na semana passada apontou para as 90.000 tropas russas na fronteira com a Ucrânia, bem como a apreensão e anexação da Crimeia em 2014. O Post e outros jornais importantes se viram convencidos de que apenas a pressão política, económica e militar dos Estados Unidos permitirá uma solução diplomática para a crise.



Mais importante, a mídia deixa de mencionar a responsabilidade dos EUA pela atual tempestade, que pode ser atribuída às administrações de Bill Clinton e George W. Bush que imprudentemente expandiram a OTAN, trazendo aos vizinhos imediatos da Rússia e até mesmo ex-repúblicas soviéticas uma aliança de agora 30 membros. A expansão da OTAN é o principal irritante nas relações russo-americanas e a principal causa do que parece ser o início de uma nova Guerra Fria. A disposição de Gorbachev em aceitar a reunificação alemã sem garantias de segurança explica a difamação russa de Gorbachev e do ministro das Relações Exteriores, Shevardnadze, até hoje. A exploração por atacado da fraqueza russa pelos EUA na década de 1990 explica a insistência inflexível de Putin em interromper o avanço do Ocidente.

Os Estados Unidos tomaram medidas adicionais gratuitas às portas da Rússia nas últimas duas décadas. Os governos de Bush e Obama implantaram um sistema avançado de mísseis terra-ar na Polônia e na Romênia, argumentando que era necessário para conter um possível ataque de mísseis iranianos na Europa Oriental. Quanta besteira! As marinhas dos EUA e da Grã-Bretanha continuam a posicionar navios de combate no Mar Negro que ameaçam entrar nas águas territoriais russas. Vários membros da OTAN na Europa Oriental e no Báltico estão solicitando sistemas militares ocidentais adicionais, bem como uma presença militar permanente dos EUA. A presença de forças militares alemãs no Báltico é uma afronta especial às legítimas preocupações da Rússia sobre sua segurança e soberania.

O presidente Joe Biden não parece mais sábio do que seus quatro predecessores. Ele se reuniu com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em setembro, e eles assinaram uma “Declaração Conjunta sobre a Parceria Estratégica EUA-Ucrânia”. Ele enviou o secretário de Defesa Lloyd Austin a Kiev em outubro para enfatizar a importância da "parceria estratégica". As referências de Austin a um “melhor caso” que significa “não veremos uma incursão da União Soviética na Ucrânia” é o tipo de deslize freudiano que revela o pensamento da Guerra Fria da equipe de segurança nacional de Biden.

Atualmente, uma equipe da Força Aérea dos EUA está em Kiev para avaliar os requisitos de defesa aérea da Ucrânia e, na semana passada, bombardeiros com capacidade nuclear dos EUA sobrevoavam o Mar Negro, representando uma ameaça à Rússia. Não é preciso muita imaginação para antecipar a reação dos EUA às aeronaves estratégicas e aos navios de guerra russos que operassem no Golfo do México ou no Caribe.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

PERIGOSOS "JOGOS DE GUERRA"

TODAS AS GUERRAS SÃO PARA ROUBAR 

Por se tratar de assunto actual, aqui deixo alguns apontamentos interessantes.

Os “jogos de guerra” protagonizados pelos Estados Unidos da América, em todos os cantos do mundo, são criminosos e deixam um rasto de destruição e miséria, matando e causando graves perturbações na vida das populações e nos seus direitos a viver em paz. 

É do conhecimento geral que os Estados Unidos da América e a Rússia têm capacidade bélica (nuclear) para destruir o planeta Terra. Desde há mais de 70 anos que os USA tentam dominar o mundo. Depois de ajudar a reconstrução da Europa Ocidental, onde permanecem militarmente, perdem influência económica devido ao predomínio do euro. No entanto, continuam a ganhar muitos milhões por efeito das transações do petróleo e dos produtos alimentares serem dominadas pelo dólar americano.

O prestígio americano está em decadência, depois dos avanços da China em todos os domínios do xadrez geopolítico: domínio dos mares, (militar e transportes de mercadorias), domínio das comunicações (5G e satélites), domínio económico e financeiro (compra de empresas estratégicas em todo o mundo, incluindo USA e Europa), ascensão do poderio militar, com mísseis supersónicos e navios de guerra.   

Perante as alianças entre a China e a Rússia, os Estados Unidos da América não se conformam com tal cenário mundial, pelo que irão continuar a influenciar no Médio oriente, na Améria latina e um pouco na Ásia e na África, onde ainda há matérias-primas para roubar.






 

 

Outras opiniões:

Carmo Vicente

12 de fevereiro às 21:01  · 

Estou a pensar que os EEUU estão desejosos de uma guerra na Europa, que reponha os seus interesses económicos e estratégicos. Eles seriam os mais beneficiados, conseguiriam ver-se livres dos enormes arsenais armazenados que correm o risco de ir parar ao ferro velho sem cumprirem o fim para que foram fabricados: matar pessoas.

Multiplicariam os negócios do gás até ao limite máximo do que conseguissem enviar, petróleo, etc.

Subjugariam ainda mais a UE, tornando-a numa espécie de quintal da frente à semelhança do quintal das traseiras que durante uma centena de anos foi a América do Sul. Com a UE subjugada e o Reino Unido a seguir à risca tudo o que lhe for ordenado, a Europa recuará 50 anos. A destruição da Europa Social será total, seguir-se- a própria UE e, por fim, a democracia.

Pergunto: se tal desastre acontecer, que fazer a seguir aos escombros?

Respondo: julgar e condenar todos os políticos, todos os dirigentes que permitirem tal desastre.

Isto se a guerra não passar para um holocausto nuclear...

Aí, não haverá por cá ninguém para julgar... nem ser julgado!

Comentário:

Joaquim Coelho

Coitados dos europeus, governados por uma cambada de cobardolas, que preferem ajoelhar-se ao domínio dos USA e deixar o seu povo morrer de frio e sem condições de resistir ao galopante aumento de preços dos bens essenciais.

Jose Antonio Antunes

A guerra começa na quarta-feira, dizem os médias, não dizendo a que horas; convinha que fosse na abertura dos telejornais. Seria uma versão do Iraque II. Os Yankees estão desejosos de entrar em ação e a indústria do armamento made USA está impaciente.



General Carlos Branco: 

“A Rússia não vai permitir bases da NATO à sua porta”

29 jan, 2022  • José Bastos

“A União Europeia, a Ucrânia e a Rússia serão os perdedores num eventual conflito. Quem ganha? Ganham os Estados Unidos e a China”, defende o Major General Carlos Branco para quem a hora é ainda a da diplomacia. “A Europa deve exigir a Kiev que cumpra os acordos de Minsk”, defende o militar que exerceu funções na NATO e ONU.

Os Estados Unidos e a União Europeia comprometeram-se esta sexta-feira a intensificar a sua cooperação energética para garantir o abastecimento na Europa, uma iniciativa acelerada pelo latente conflito russo-ucraniano.

O acordo foi obtido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Numa declaração comum asseguram que  ”vão trabalhar juntos para que cidadãos e empresas da União Europeia disponham de abastecimento energético fiável e acessível”.

O objetivo do acordo não é outro que não conseguir “um fornecimento contínuo, suficiente e oportuno de gás natural” evitando, desta maneira, “uma crise de abastecimento, incluindo a que pode resultar de uma nova invasão russa da Ucrânia”.

O anúncio surge no contexto da renovada tensão entre o bloco comunitário e a Rússia a propósito do conflito de Moscovo com Kiev. Tanto a União Europeia como os Estados Unidos apelam no comunicado conjunto a “todos os principais produtores de energia mundiais” a unirem-se com o fim de “garantir” que “os mercados internacionais sejam estáveis e estejam bem abastecidos”, uma tarefa que “já começou” e que continuará no Conselho de Energia EUA-UE de 7 de fevereiro.

As reservas de gás dos países da União Europeia, quando no hemisfério norte se está a metade do inverno, estão atualmente nos 40%, face aos 53% dos valores de há um ano. A Rússia responde por 41% das importações do gás natural da União Europeia, a Noruega por 16%, a Argélia por 8% e o Qatar por 5%.

A crise com a Rússia é relevante para o bloco comunitário não apenas pela sobrevivência do seu abastecimento energético em tempos de preço da luz elétrica pelas nuvens, mas, sobretudo por questões vitais para o futuro da segurança europeia.

No contexto da tensão com a Ucrânia, uma das exigências marcadas a vermelho pelo Kremlin é a impossibilidade da expansão da NATO até às suas fronteiras, em especial, Ucrânia e Geórgia. O motor franco-alemão da UE sabe que admitir as duas repúblicas ex-soviéticas na aliança traria mais dores de cabeça que vantagens, mas os 27 contam com passados distintos e, por consequência, é diferente a leitura que fazem das ameaças.

Já “o tio da América” o maior garante da segurança europeia nunca escondeu que sempre se moveu por interesses nacionais e estratégicos. A União Europeia limitada por divisões internas, e falta de operacionalidade na defesa, sempre contou com Washington, mas a administração Obama mudou o rumo da agulha na bússula da Casa Branca: a paragem já não é na Europa, mas sim na Ásia. A prioridade de Biden no tabuleiro geopolítico é agora deter o avanço da China.

É com este pano de fundo que o Major General Carlos Branco, analisa vários ângulos à volta da crise da Ucrânia. O Major General Carlos Branco exerceu funções na NATO, na ONU, no Afeganistão e na antiga Jugoslávia, experiência descrita no livro "A Guerra nos Balcãs - Jihadismo, Geopolítica e Desinformação". A sua obra mais recente é “Do Fim da Guerra Fria a Trump e à Covid-19”.

O que está em causa é geopolítica pura, não são modelos de regimes políticos. Esta divergência não é uma disputa entre democracias e autocracias.





OPINIÃO

Carlos Matos Gomes

15 de fevereiro de 2022

A farsa da Ucrânia. Parece que está a ser desmontada. Para desgosto dos farsantes. Biden não terá o seu número de capitão América, depois da debandada do Afeganistão e que lhe davam grande jeito para as eleições de meio de mandato.

Em desespero, existe a possibilidade do Batalhão Azov, a milícia neonazi criada para impor um governo pró-americano na Ucrânia (Praça de Maiden) realizar um banho de sangue nas populações pró-russas da fronteira.

E os líderes europeus alinharam nesta palhaçada!

Já agora: NÓS somos aliados destes tipos da fotografia.

Na opinião de um general português, "uma barragem de mísseis contra esta gente, basta para os  fazer desaparecer em 5 minutos". 

O Batalhão de Azov confirma que possui vários voluntários estrangeiros em suas fileiras, principalmente georgianos, romenos, alemães, ingleses, franceses, libaneses e até mesmo alguns russos.

O grupo foi fundado por volta de 2014, por Hooligans e ultras do FC Metalist Kharkiv e militantes de extrema-direita. O grupo cresceu e logo se tornou em organização paramilitar bem organizada que apoiava o governo ucraniano na luta contra separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O grupo é acusado de vários crimes de guerra, incluindo execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, destruição de locais de culto, tortura, estupros e perseguição de minorias.




Traumatismo ucraniano

César Príncipe 

Os presságios de Joe e de seus acólitos e meninos de coro constituem, a poucos meses da debandada do Afeganistão, um CSMI/Comprovativo da Saúde Mental do Império. As fábricas de pânico laboram noite e dia. É a reindustrialização da América. Mobilizadas por Joe, o Profeta, as meretrizes da Velha Roma regressam às estradas e ao circo mediático: os russos estão às portas da Ucrânia. Fujam. Os russos irromperão, desde logo, em Dezembro de 2021, logo depois, em Janeiro de 2022, finalmente, impreterivelmente em 16 de Fevereiro de 2022. Portanto, daqui a poucas horas, o mundo prestará contas ao Criador e à Reserva Federal.

Joe, Por qué no te callas?

Entretanto, as tropas USA NATO apertam o nó à Rússia. E Portugal também está lá para ence(nações) de músculo. Depois das colónias africanas, as colónias americanas. Os USA e as suas forças instrumentais declaram não intervir, porque a Ucrânia não é membro da NATO. Acreditem os formalistas. A NATO está experimentada em bombardear e massacrar sem considerações formais. Jugoslávia: um dos álbuns sangrentos e radioactivos. Ainda se lembram? Uma coisa está comprovada pelos ERO/Expeditos Repórteres do Ocidente: as meretrizes estão na estrada. O circus maximus está montado em Washington e Kiev e noutras capitais da agitprop. Minhas senhoras e meus senhores, a Rússia está na iminência de cruzar as sagradas fronteiras de uma Antiga República Soviética. Mas a Rússia desmente, farta-se de desmentir e farta-se de denunciar a histeria e até a pretensamente ameaçada Ucrânia não vê sinais de tanques a rolar, aviões a zumbir, fragatas a apontar as canhoeiras na sua direcção. E para lá chegar, a Rússia conhece todos os caminhos, palmo a palmo. Mas Joe é Profeta e tira selfies às intenções do gigante eslavo e previne e manda alinhar os vassalos europeus. E os serviçais e o seu amo estão em retirada das posições em solo ucraniano. Temem ou simulam recear que os russos despejem milhares de mísseis. Faça-se jus: os foragidos não querem ser apanhados pelo fogo de Putin ou – quem sabe – de Joe. Em desespero de causa, Joe faz-se filho de Putin. Sim, os diplomatas e os instrutores e os mercenários da Academi e os inteligentes do costume aviam as malas. Compreende-se: entre tantas lanças e crateras e fragores, sentir-se-iam traumatizados.


Contudo, a Rússia já revelou ter sentido lógico nas artes da beligerância: só atacará se os seus interesses vitais forem alvejados pelas armas oficiais (Crimeia, por exemplo) ou por operações de sabotagem e actos de etnocídio, empreendidos pelos GNB/Grupos Nazis Bandera nas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk. Na circunstância, o Exército ucraniano seria rapidamente destroçado e o EFK/Estado Fantoche de Kiev colapsaria. E então, o NMN/Nosso Ministro das Necessidades seria dos primeiros a bradar aos ventos da História: Gasodutos, nunca mais. Vodka, de vez em quando. E nuestro hermano Pedro, el Pequeño, faria ecoar as carpideiras das horas graves: Espanha está de nojo. A NIA/Nova Invencível Armada, ataviada e enviada para o Mar Negro, sofreu um percalço instantâneo. Padece de cegueira e surdez electrónicas. Foi neutralizada sem um tiro. Baloiça nas salsas e sombrias águas, sob as ordens de El Rey Emérito, que decidiu tomar o lugar do Duque de Medina-Sidónia, que não se mostrou à altura no Canal da Mancha/Ano da Graça de 1588.

Assim seria. Está escrito nas estrelas. Não são precisos dotes visionários. Não o esclarecem directamente Putin e Lavrov. Têm nervos de aço e pa(ciência) de nação milenar. E, ao contrário de Joe, o Profeta, preferem evitar este cenário. A Rússia não carece de invadir a Ucrânia. Se justificável e imperioso, aplicaria tratamentos teleterápicos: já elimina pequenos alvos na Síria a partir de Moscovo e das águas profundas do Mediterrâneo e do Cáspio. O alarido à volta das manobras (agora em fase terminal) nada tem a ver com os exercícios em si mesmos (idênticos aos do ano passado) mas ao facto de recentemente a Rússia haver apresentado um rol de garantias mútuas de segurança. A invenção da invasão da Ucrânia foi posta em marcha para desviar as atenções da carteira de exigências e para criar a percepção, principalmente na Europa, de que a Rússia é um perigo tenebroso e inconfiável, que tem de ser cercado e punido à medida que levanta a cabeça. A Rússia não exige demais dos ditos parceiros ou sócios. Como confessou, com seriedade e aprumo, o Chefe do Estado-Maior da Armada da Alemanha (de imediato forçado a demitir-se), a Rússia tem todo o direito a relações transparentes e que se respeite a sua dignidade.

Joe diz ser católico. Mas não ouve o Papa. Quer guerra. Quer sanções. Quer mais, mais, mais vagas de refugiados. Mas sempre longe dos USA. E neste momento, eis-nos num apertado beco: onde encontrar abrigo antes do próximo dia 16? A Rússia é uma superpotência militar. Segundo o presidente da Croácia, mil vezes mais poderosa do que o cómico Zelensky. Os USA ficarão deveras decepcionados se os russos não escancarem a Ucrânia ou, pelo menos, não pulverizarem um quartel e uma igreja e um infantário. Vamos todos rezar pela Conversão da Rússia, desígnio que Lúcia, a Vidente, deixou por realizar. Que a Rússia cumpra a Palavra do Profeta. Se preciso for, que Joe se desautorize e desloque as predições do Juízo Final para 13 de Maio. Numa segunda escolha, para 1 de Março, Dia de Carnaval e, em último caso, para 1 de Abril, Dia das Mentiras.

15/Fevereiro/2022

por César Príncipe 



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