sexta-feira, 11 de março de 2022

A Guerra vista ao Espelho

 Todas as guerras têm dois lados 

Em tempo de conflitos e guerra, as maiores vítimas são os inocentes. 

O jornalismo noticioso independente tem grandes dificuldades em sobreviver aos nefastos efeitos da informação controlada pelos poderosos. Somos inundados de informações repetitivas até à exaustão.  Sentimos a comunicação social amarrada à perversão do imediatismo lamacento e tendenciosamente programado para deformar a informação disponível e livre das pressões corporativas dominantes, arrumando para debaixo do tapete os graves problemas da sociedade, especialmente no aumento do custo de vida, na delinquência juvenil e a degradação dos serviços públicos essenciais.

 Mas ainda vemos alguns artigos que merecem ser lidos e vale a pena meditar com a lucidez da mente iluminada e racional. Os silêncios sobre estas questões agradam ao poder político e estigmatizam as populações desoladas com a falta de soluções para as suas dificuldades de sobrevivência.

Perante o conflito na Ucrânia e os problemas de mobilidade causados, os caminhos para a Paz são prioritários e urgentes, porque milhões de pessoas sofrem e morrem nos horrores da guerra; mas, perante o comportamento dos governantes interventivos no conflito ucraniano e o melindre da situação da segurança mundial, percebemos que as soluções perigosamente irracionais e com efeitos práticos e temporais inadequados demonstram desprezo e desamor pelas populações dos países que representam, considerando que o prolongamento da guerra só causa mais destruição e mortos.

Esperamos que uma onda de bom-senso e alteração dos interesses mesquinhos da desforra ilumine as mentes dos intervenientes com poder de decisão para que coloquem a vida das pessoas num patamar mais humanista e avancem corajosamente nos caminhos da paz e da segurança universal.

A hipocrisia das Sanções... VER:

 https://www.youtube.com/watch?v=dBIiz4HlXlI

https://www.youtube.com/watch?v=yXaxFxOXC6A

https://www.youtube.com/watch?v=yFmiWE2E3U4

https://www.youtube.com/watch?v=HMIsQ_6Abmo


 




Televisão do Mundo

20 de março às 16:41  · 

“A Ucrânia está seguindo os manuais de guerra psicológica dos EUA” (Pedro Baños)

Polêmica na TV espanhola. Coronel do exército denuncia manipulação midiática contra a Rússia: “Se falamos de desinformação, neste país há gente que trabalha para serviços de inteligência estrangeiros que estão publicando nos principais jornais e aparecendo nos meios de comunicação que são panfletos da OTAN”. Considerado um dos maiores especialistas em Geopolítica e estratégia militar da Europa, o coronel Pedro Baños afirmou que “o regime de Zelensky está seguindo os manuais de guerra psicológica dos EUA”, a quem não interessa um acordo que encerre o conflito. Presença frequente em alguns dos programas de maior audiência da TV espanhola, como “Horizonte” e “Al Rojo Vivo”, o coronel (que vem recebendo ameaças nas redes sociais por suas opiniões dissonantes) anunciou que não participará mais de nenhum programa de TV sobre a Ucrânia.

O humanismo ocidental é decente?

Pedro Tadeu – DN 09 Março 2022

 Por ser um bom cidadão do mundo ocidental condeno a invasão russa da Ucrânia, participo em manifestações contra Putin, choro os mortos de Kiev, comovo-me com o drama dos refugiados ucranianos, sou solidário com as vítimas da brutalidade russa e recuso comprar produtos russos. E faço-o com convicção.

Mas isto não chega, isto é humanismo genérico, serve para qualquer um em qualquer parte do mundo - o humanismo ocidental é especial, o humanismo ocidental é único, o humanismo ocidental é original, o humanismo ocidental exige mais de mim...

O humanismo ocidental é seletivo: ignorou os 12 mil haitianos enviados pelos Estados Unidos para a prisão de Guantánamo e a invasão do país em 1994; ignorou a instigação e a participação da NATO nas guerras da Jugoslávia e os seus 150 mil mortos; ignorou as duas Guerras do Golfo, a mentira que desculpou uma delas e os 100 mil mortos diretos que os combates provocaram; ignorou mais 100 mil mortos que o Iraque "protegido" pela coligação internacional lá instalada provocou; ignorou a presença norte-americana durante 20 anos no Afeganistão e os 65 mil mortes que ali ocorreram; ignorou os envolvimentos, desde 2001, diretos ou indiretos, de forças ocidentais na Síria (estimam-se 400 mil mortes); ignora o que se passa na Somália e no Iémen; ignora a ocupação da Palestina por Israel e, nos últimos anos, os 21 500 mortos desse conflito.

O humanismo ocidental tem coração mole para um lado e coração de pedra para o outro. As guerras espalhadas pelo mundo com envolvimento do Ocidente somam, em 30 anos, quase um milhão de mortos, a grande maioria civis, mas o bom cidadão ocidental não chora por eles.

O humanismo ocidental é dúbio. Condena vigorosamente a prisão do opositor de Putin, Alexei Navalny, mas deixa apodrecer na cadeia o denunciador das brutalidades das tropas americanas e da NATO, Julian Assange.

O humanismo ocidental é criterioso. Manifesta-se quando críticos de Putin são envenenados no estrangeiro mas arquiva no esquecimento o cientista inglês David Kelly que, misteriosamente, suicidou-se dois dias depois de depor no parlamento sobre a falsificação de provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. E o jornalista que deu essa notícia em primeira mão foi despedido.

O humanismo ocidental é esclarecido. Classifica a imprensa estatal russa de instrumento de propaganda "tóxica" mas glorifica o World Service da BBC, pago pelo Ministério dos Estrangeiros britânico e onde muitos jornalistas portugueses que lá trabalharam foram obrigados, durante décadas, a pedir autorização superior para fazer qualquer tipo de entrevista... e essa autorização só vinha depois de lida a lista de perguntinhas a fazer!

O humanismo ocidental é dinâmico. Indigna-se aos gritos com a censura de Putin ao jornalismo independente, mas refila baixinho quando proíbem a Russia Today de emitir no Ocidente ou quando os potentados das redes sociais, que ninguém controla, filtram o que o povo pode ou não pode dizer.

O humanismo ocidental enerva-se com a brutalidade policial contra manifestações políticas em países longínquos e contra as prisões indiscriminadas de gente comum, mas cala-se, conformado, quando isso é feito nos seus países contra os que recusam vacinar-se, contra os que exigem direitos para os negros, contra os sindicalistas, contra os imigrantes pobres e de pele escura. O humanismo ocidental já nem se lembra de George Floyd.

O humanismo ocidental é espertalhão. Explica todas as intervenções militares do Ocidente no resto do mundo com a necessidade de defender a democracia, o contexto histórico e sociológico das regiões, as tensões estruturais das economias locais, as rivalidades das religiões, as divisões tribais, as fronteiras mal definidas, a selvajaria dos ditadores locais. Mas para comentar a guerra ucraniana só aceita começar a análise por um facto: Putin invadiu no dia 24 de fevereiro o país de Zelensky. Falar do que está para trás, dos 13 mil mortos do Donbass, do crescimento da NATO para leste, por exemplo, é trair a Ucrânia, é trair o Ocidente, é trair a humanidade - e se o fazes, és mesmo má pessoa!

O humanismo ocidental é ingrato. Garante que a Rússia não é do Ocidente, exige que ignoremos 2 mil anos de cristandade partilhada, as leituras de Dostoiévski, Tolstoi, Tchekhov, Gorki; as músicas de Tchaikovsky, Stravinsky, Shostakovich, Prokofiev; os filmes de Eisenstein, Tarkovsky; os pensamentos de Bakunine, Lenine ou Trotsky. O humanismo ocidental acredita que nada deve do que é à Rússia.

Eu adoro os valores teóricos do humanismo ocidental, são um exemplo para o mundo, a sério, mas não aguento a constante prática violenta do humanismo ocidental, uma vergonha neste mundo, a sério.

Jornalista


Ora, por causa dos mercenários (combatentes sem pátria), dos voluntários sem comando e dos resistentes desesperados, a desconfiança sobrepõe-se ao bom senso... Dificilmente os corredores humanitários terão sucesso, e quem sofre são as populações.










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