quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Protestos e Frouxos

 Um senhor, com responsabilidades na decadência da Democracia, escreveu só para incendiar os ânimos:

Os novos cantores de protesto

Das boinas, dos cânticos e dos gritos de guerra

Tenho idade e experiência de vida para não ser ingénuo. E também para reconhecer técnicas velhas de manipulação, mesmo modernizadas.

A manifestação de grupos de antigos militares no dia do Exército a propósito de cânticos, gritos e boinas é uma evidente ação política de agitação, agitprop.

O canto coral em marcha de desfile é uma moda recente nas forças armadas portuguesas. As tropas especiais nunca cantaram a marchar nos desfiles dos dias solenes, nem antes nem depois do 25 de Abril de 1974, do 10 de Junho, 25 de Abril, dias das Forças Armadas, guardas de honra.

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Nesta assuada do dia 23 de Outubro os cidadãos em geral assistiram, e os organizadores quiseram-nos cúmplices, de um grosseiro aproveitamento de emoções, de desconhecimento do passado das instituições por parte de demagogos e de políticos sem escrúpulos.

Esta assuada não teve por fundo o espirito de corpo, nem a dignidade das forças militares. Foi a sua negação e pretendeu minar os fundamentos do Estado e das suas grandes instituições. Estamos perante sapadores do Estado de Direito e não de cantores de protesto.

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Carlos Matos Gomes

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Protestos… aqui vai o meu PROTESTO

Tenho pena do senhor Carlos Matos Gomes, porque não sabe do que fala ou, se não é ingénuo, é estrábico ou pitosga.

Tenha vergonha senhor pseudo-historiador da Pátria dos frouxos. Por causa dos frouxos e acomodados como o senhor, é que a democracia está em decadência… perto do suicídio.

Foi entre as matas e savanas africanas, nos confins das terras desconhecidas, nos aquartelamentos plantados no cu de judas, esquecidos das coisas primárias da civilização, que uma cepa de militares corajosos e valentes, usando todas as formas de sobrevivência perante os bombardeamentos inimigos, sob o fogo das emboscadas e perigo das minas nas picadas, que se forjaram os homens de mentes abertas e sedentas de liberdade. A revolução não se fez em Abril de 1974; começou muitos anos antes, através dos corajosos militares que transmitiam novas ideias e avivavam a lucidez aos camaradas menos informados; opositores à guerra com capacidade para afrontar o sistema; sim, se não fossem aqueles que sofreram os isolamentos e as privações dentro dos aquartelamentos, jamais os senhores abrilentos teriam ambiente propício para suportar uma revolução.

Mas, o drama dos nossos Antigos Combatentes começou com o alvorecer da liberdade! Os militares abrilentos, depois de sentados nos lugares cimeiros do poder, rapidamente esqueceram os milhares de soldados desterrados nas longínquas terras africanas. Esqueceram que as cadeias da logística se desfizeram; esqueceram que a guerra não tinha acabado – os nossos militares continuaram a morrer por uma Pátria que os abandonava lentamente.

Os dramas dos “apanhados pelo clima” multiplicavam-se à medida que eram desmobilizados e mandados para as suas terras, sem qualquer apoio social e na saúde.

Mas os senhores abrilentos, trataram dos seus interesses egoístas, agarrando tudo que lhes garantisse um futuro principesco. Assim planearam e assim conseguiram manietar os patriotas mais credíveis, abrindo caminho ao regresso dos conhecidos carrascos dos trabalhadores e do povo.

Afinal, os abrilentos, depois de colherem as benesses e as promoções a saldo, acomodaram-se com o sistema sem moverem uma única chaimite contra os abusos que se evidenciavam manipuladores da democracia nos anos 80.

Bem, senhor pseudo-historiador, porque anda distraído ou tenta manipular as mentes perdidas nos meandros das dificuldades da vida que o senhor Matos Gomes desconhece – miséria encrustada numa sociedade que os seus correligionários protegem, porque a ração de combate é abundante, embora imerecida.

Cerimónias solenes, desfiles e marchas com os militares cantando os seus hinos e canções acontecem todos os anos. Mas, o senhor coronel Carlos Matos Gomes deve andar lá pelas arábias e não vê nem sabe do que fala.

As Forças Armadas Portuguesas merecem chefes com mais sentido patriótico, que as dignifiquem, respeitadores das tradições, dos símbolos que formam a mística das diversas especialidades que são, afinal, a génese da formação específica para a eficácia e sucesso nas missões que lhes são atribuídas. Tratem de melhorar as condições de vida dentro das Forças Armadas, mais apetecível para a formação da juventude, porque somos uma Nação milenar, com uma história recheada de grandes feitos e heróis, que não deve ser ignorada, porque precisa da juventude com sentido patriótico, amor à terra dos seus antepassados.  

Temas actuais – 26 de Outubro de 2021

Joaquim Coelho









domingo, 17 de outubro de 2021

A Epopeia dos Descobrimentos

 


Os Descobrimentos Portugueses – Cronologia

 Reinado de D. João I (1385-1433)

1415 - Conquista de Ceuta
1418 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha de Porto Santo
1419 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha da Madeira
1427 - Diogo de Silves descobre as Ilhas dos Açores

Reinado de D. Duarte (1433-38)
1434 - Gil Eanes dobra o Cabo Bojador

Reinado de D. Afonso V (1438-1481)
1441 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Cabo Branco, na Costa de África
1445 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Senegal

Reinado de D. João II (1481-95)
1460 - Diogo Gomes descobre o arquipélago de Cabo Verde
1471 - Descoberta das ilhas de Fernão Pó, São Tomé, Príncipe e Ano Bom
1483 - Diogo Cão descobre a foz do Rio Congo
1485 - Diogo Cão chega à Namíbia
1488 - Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança

Reinado de D. Manuel I (1495-1521)
1498 - Vasco da Gama descobre o Caminho Marítimo para a Índia
1500 - Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil
1501 - Gaspar Corte Real chega à Terra Nova
1510 - Afonso de Albuquerque conquista Goa
1511 - Os navegadores portugueses chegam às Ilhas Molucas
1513 - Portugueses estabelecem feitorias na China, Macau e Cantão
1519 - O português Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circum-navegação do globo, que termina em 1522

Reinado de D. João III (1521-57)
1543 - Os navegadores portugueses chegam ao Japão

 

Os Descobrimentos portugueses

Privilegiados com uma longa costa marítima de Norte a Sul, os marinheiros portugueses sempre sentiram grande fascínio pelo mar, o que ocasionou vontade e ambição de desenvolver aptidões para os conhecimentos náuticos altamente avançados para a época. Ora, o mar ofertava alternativas mais ousadas para o comércio externo e a necessidade de conquistar novas terras, obter matérias-primas e metais preciosos, levaram os iluminados com ideias inovadoras, financiados e apoiados pela alta burguesia e com colaboração da igreja católica, se lançassem na organização de projectos de construção de maiores e mais bem apetrechados navios com capacidade para vencerem a força das ondas marítimas, navegando com arte no aproveitamento das correntes do vento, através dos oceanos.

A visão futurista do Infante D. Henrique fomentou a criação de escolas náuticas capazes de formarem bons marinheiros e estudar formas de conservar alimentos e meios de sobrevivência em longas distâncias e sujeitos ao rigor das alterações climáticas locais, ao longo das rotas marítimas de finais imprevisíveis.

Sabia-se que os muçulmanos eram conhecidos como os principais negociantes do comércio de especiarias desde as costas do Malabar até ao oriente médio, utilizando o Mar Mediterrâneo e a rota de Omar. Esse monopólio do comércio dificultava a vida aos negociantes portugueses, agravado com a tomada de Constantinopla pelos Otomanos. Havia que encontrar uma via alternativa – a via marítima até à India.

Mas, os descobrimentos portugueses começam em 1415, quando Portugal descobriu Ceuta, no norte de África. Em pouco tempo, formaram uma base naval de onde podiam controlar os movimentos marítimos no Estreito de Gibraltar e dar apoio logístico aos naus que navegaram para o Atlântico.

Os membros da  Ordem dos Templários e a Igreja Católica, ajudaram a descobrir a Ilha da Madeira em 1418 e em 1427 a Ilha dos Açores. A intenção dessa aliança era estabelecer o cristianismo e expulsar os muçulmanos por onde passassem.

Em 1434, os portugueses passam o estreito entre as ilhas Canárias e a Mauritânia – Cabo Bojador; em 1441, passam o Cabo Branco; em 1445 chegam ao Senegal e Guiné-Bissau; em 1460, descobrem o arquipélago de Cabo Verde; em 1471, descobrem as ilhas de S. Tomé e Principe, Fernando Pó, ilha de Ano Bom, no oceano Atlântico.

As caravelas e naus portuguesas continuaram a navegar na costa africana, descobrindo as terras e foz do rio Congo em 1483; passando pelas costas de Angola, descobriram a Namíbia em 1485; chegando ao sul da África, dobram o Cabo da Boa Esperança em 1488, local tormentoso para a navegação.

Com caravelas e naus mais aperfeiçoadas e velas mais enquadradas, Vasco da Gama parte a caminho da India, chegando a Moçambique, “rio dos bons sinais” foz do rio Quelimane, chegando à ilha de Moçambique em 1497. Percebendo a grande influência dos comerciantes muçulmanos na região, vindo de Zanzibar, negociei com eles e consegue estabelecer uma feitoria chefiada por um Xeque, dependente do Sultão de Zanzibar. Com essa praça forte e importante apoio à frota portuguesa a caminho da Índia, a expedição Portuguesa chegou às costas indianas em 1498. Estava encontrado um novo caminho para a comercialização das especiarias.

Entretanto, Cristóvão Colombo, genovês, aproveitava os conhecimentos do irmão cartógrafo, planeava atingir as Índias seguindo uma rota para oeste, rumo à América. Apresentou os seus planos ao rei D. João II de Portugal, pedindo financiamento. Como Bartolomeu Dias já tinha dobrado a Cabo da Boa Esperança, contornando a África, o rei recusou tal plano. Colombo não desistiu e pediu apoio aos reis de Aragão e Castela, apesar das negas de D. Isabel e D. Fernando; finalmente, em Agosto de 1492, Colombo partiu para oeste atravessando o oceano Atlântico até ao Novo Mundo (América). Logo os reis portugueses viram que poderiam perder o direito de descobrir nesse continente e providenciaram e conseguiram o Tratado de Tordesilhas, em Julho de 1494, o qual dividiu os territórios entre as descobertas portuguesas e espanholas.   

Pedro Álvares Cabral, em 1500, liderou uma expedição extraordinária que mudaria para sempre a vida desses dois territórios – Portugal e Brasil. Saindo de Cabo Verde, chegou à terra de Vera Cruz, mais tarde o Brasil, tornada a colónia mais rica de Portugal. Chegou a ser Reino Unido do país abrigando a coroa portuguesa por vários anos, mas também foi a primeira colónia a tornar-se independente. Entre 1521-1557 foram iniciadas as primeiras capitanias de ocupação efetiva desse local.

Os portugueses continuaram na senda das descobertas e, em 1501, descobrem a Terra Nova-Canadá; em, 1510, Afonso de Albuquerque ocupou Goa, na Índia. No ano seguinte ocuparam Malaca, na Malásia, onde não havia sinais de contactos com europeus no Oriente. Expandindo as trocas comerciais com os árabes e povos locais, em 1513 ocuparam Macau, estabelecendo feitorias na China e Cantão. Assim se tornaram os mais eficientes na diplomacia e no comércio das sedas e louças entre chineses e japoneses.

Nesta competição das descobertas entre Portugal e Espanha, Fernão de Magalhães, querendo provar que a terra era redonda, desentendeu-se com o monarca português e foi oferecer os seus préstimos ao Rei de Espanha. Em 1519 partiu para a viagem de circum-navegação, tendo passado pela Argentina e Chile, chegou às Filipinas, onde se apercebeu que estava no hemisfério de jurisdição portuguesa (segundo o Tratado de Tordesilhas), tendo ficado desorientado e entrado em luta com os locais, onde foi morto. Assumiu o comando o espanhol Elcano, tentando desviar-se das naus portuguesas, com medo de ser aprisionado; mas perdeu navios e marinheiros, tendo sido ajudado pelos navegadores portugueses para encontrar uma rota de regresso a Espanha, contornando a África; regressou a Sevilha com um navio e 18 marinheiros, dos 234 que haviam partido com Fernão Magalhães.

Tanto os navegadores portugueses como os espanhóis tiveram grandes confrontos com os “piratas” financiados pelos ingleses, holandeses e outros países invejosos da eficiência dos comerciantes portugueses, causaram grandes perdas de homens e navios, em renhidos confrontos nas rotas marítimas das américas e da índia. Muitos dos carregamentos de matérias-primas, ouro e especiarias foram pilhados em pleno mar, muitas vezes perdidos com o afundamento dos navios..

Os portugueses descobriram, desenvolveram, evangelizaram, ocuparam e colonizaram territórios e povos em diversas partes do mundo, levando consigo a sua cultura, a inovação na agricultura e novas fontes de alimentação, a fé, as tradições e a língua, ainda hoje bem aceites.

                    


















sábado, 9 de outubro de 2021

Estatuto dos Combatentes e Comentários

 A propósito dos abusos de linguagem ofensiva

Movimento Cívico de Antigos Combatentes

22 de junho de 2020  ·

Grupos, Ratazanas e Gabirus

Mensagem de Joaquim Coelho, presidente do MAC e coordenador do “Grupo de Trabalho” das associações aderentes para o “Estatuto dos Antigos Combatentes”.

“Fico grato aos promotores da homenagem do dia 13 de Junho de 2020, mas devo lembrar que sem o apoio de um numeroso grupo de voluntariosos, não teríamos sucesso. Com esforço e persistência, os membros da Associação MAC, conseguiram obrigar os governantes e outras instituições a avançar com o “Estatuto dos Antigos Combatentes”. Em breve, será APROVADO na Assembleia da República. Pode não satisfazer todas as nossas pretensões, mas é um princípio do reconhecimento dos nossos préstimos à Pátria. Continuaremos a lutar para melhorar os benefícios para todos os Combatentes das guerras ultramarinas.

GRUPOS: Por definição lógica e racional, os Grupos formam-se com a finalidade de estabelecerem laços de afinidade duradoiros entre pessoas que comungam de princípios e valores solidários e vantajosos para a comunidade, sem distinção de posições sociais ou edeológicas. O seu funcionamento passa por aglutinar meios e organizar eventos que satisfaçam os membros aderentes, para convívios salutares e apoios mútuos numa dinâmica de cumplicidade na alegria contagiante que traga mais felicidade à vida de cada um.

Ora, lamentavelmente, nem sempre os membros dos Grupos se comportam dentro desses princípios, o que causa instabilidade e aborrecimentos indesejáveis, quando não a própria destruição do grupo.

Por experiência social entre povos de diversas culturas e posições geográficas, habituei-me a conviver naturalmente e a respeitar as diferenças e os hábitos de cada um. Este propósito, exige o respeito mútuo, sem reparos ou manhas.

Vem este reparo a propósito das atoardas, lamechices, choradinhos, chorrilhos de queixinhas, patéticas ofensas pessoais e outras lamentáveis parvoíces que atiram por terra qualquer forma de cidadania no suporte da amizade que se apregoa.

Meus Amigos, vamos deixar de ser egocêntricos e perdulários do tempo que nos resta para viver. Saibamos aproveitar cada momento para sermos alegres e felizes, dando uma lufada de felicidade aos nossos familiares e amigos. Por brio ou por defeito, nunca vacilei perante as dificuldades em construir grupos de pessoas com afinidade para avançar com projectos de vida social e solidária de grande efeito na melhoria da qualidade de vida da minha comunidade; para tal, sempre tive excelentes colaboradores que se dispunham a intervir com determinação cívica e voluntariosa.

Ando na Net e redes sociais desde que apareceram; pelo que entendo isto como amplas janelas abertas ao mundo da comunicação com amizade. Colaboro em 8 Grupos, organizei 5 Sites e 8 Blogs, além da publicação de mais de 500 vídeos no Youtube e Sapo. Portanto, sirvo-me destes meios para divulgar conhecimento e diversão com natural prazer.

Caros Amigos, vamos serenar os ânimos, despir as camisolas incolores, fomentar encontros saudáveis e respeitar as diferenças sem azedumes.”








segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Dá que pensar, Futuro

 Atentos e Vigilantes, cortesia do Jornalista Domingos Lopes:

 Podem os homens que têm tanto medo das mulheres governar o Afeganistão?

  25 DE SETEMBRO DE 2021 

POR DOMINGOS LOPES no “Chocalho”

 Na década de sessenta do século passado, quando os países do Médio Oriente se levantaram contra as potências coloniais, o Islão foi incorporado como elemento constitutivo do movimento de libertação nacional na maioria dos países árabes, com exceção da Arábia Saudita que sempre esteve fechada no seu mundo absolutista da dinastia da casa Saud.

O movimento do chamado renascimento árabe Al Bath na Síria e no Iraque, a FLN na Argélia com Houari Boumediene, no Egito de Nasser, no Iémen do Sul são exemplos vibrantes de sociedades renascidas da ocupação em que o papel das mulheres assumiu relevo.

Era perfeitamente possível ver nas ruas do Cairo, Aden, Argel, Damasco ou Bagdad jovens namorados e casais de braço dado e era muito raro encontrar mulheres nos centros urbanos de cara tapada com hijabe ou nicabe e muito menos com burca.

Na OLP era perfeitamente visível o extraordinário papel das mulheres na luta mais geral do povo palestiniano pelo direito a edificar o seu Estado livre e soberano da ocupação israelita.

Estes países tinham uma conceção do Islão que permitiu aos movimentos de libertação nacional integrá-lo de forma positivo nesse quadro político e sociológico.

O Afeganistão dos anos 60/70 era nesta matéria um país ainda mais avançado nos grandes centros urbanos onde as mulheres tinham o seu papel nos mais variados setores da vida económica, social e cultural.

A partir dos anos oitenta, a Arábia Saudita com todo o seu poderio financeiro e económico foi investindo um pouco por todos os países árabes e muçulmanos grandes somas para difundir a sua conceção fundamentalista e retrógrada do Islão. Financiavam a construção de mesquitas, enviavam religiosos e acenavam com novos investimentos.

A Arábia Saudita espalhou por todo o mundo muçulmano os seus pregadores e as suas escolas de difusão do wahabismo sunita, a versão mais fundamentalista e retrógrada do Islão.

Com a invasão do Afeganistão pela URSS, a Arábia Saudita investiu com os EUA somas incalculáveis de dólares no apoio aos auto- designados mujahidins.

A implosão da URSS também contribuiu para uma viragem do nacionalismo árabe para uma visão fundamentalista que a Arábia Saudita impulsionou. Fez medrar uma nova guinada no sentido do mais recalcitrante conservadorismo que foi da Al Qaeda ao Daesh, ao Hamas, e aos talibans apoiados pelo Paquistão e saídos das entranhas da guerra contra a URSS e que os EUA e a Arábia Saudita apoiaram.

Como sempre seguindo as peugadas da História as criaturas foram nos seus desígnios muito para além dos seus criadores.

A desastrosa invasão do Iraque criou em todo o mundo muçulmano um desespero e uma revolta que muito contribuiu para esta viragem nos valores do Islão dada a ausência de alternativas no plano das políticas dos países árabes. O Islão apareceu aos muçulmanos como a sua única identidade.

Esta nova visão misógina e retrógrada, própria das sociedades tribais de mentalidade atrasada, foi promovida pela Arábia Saudita.

O papel da mulher na Arábia Saudita serviu também de inspiração aos talibans. Foi daquele país que se transpôs a sharia para ser a lei fundamental, ou seja, a Constituição do país, a qual não tem normas e resulta do que se diz do que o Profeta disse e de umas tantas citações do Corão.

Na Arábia Saudita as mulheres para estudarem precisam do parecer favorável de um familiar masculino, as Escolas não são mistas; uma mulher que precise de uma intervenção cirúrgica tem de ter o parecer favorável do familiar masculino mais próximo e têm obrigatoriamente de ser vistas por médicas. Não podem andar na rua sós. Nas mesquitas em que podem entrar, ficam atrás dos homens. O seu depoimento como testemunhas vale metade do dos homens e no direito sucessório recebem metade do que recebem os herdeiros homens. Já podem tirar carta de condução, mas não é fácil.

Os jiadistas sunitas beberam até a última gota este fel/inferno que impõem às mulheres onde tomam o poder desconsiderando e perseguindo-as como seres inferiores.

Os talibans acabam de criar o Ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, encarregado de promover a pureza da sharia.

Num mundo em que o tempo acelera, os talibans vão tentar impor o regresso ao passado com todo o cortejo de horrores. Não querem que as mulheres calcem sapatos para não ouvirem o barulho que fazem as suas pernas a andar na rua porque os perturba.

Podem os homens que têm tanto medo das mulheres governar um país? Vamos ver.




terça-feira, 14 de setembro de 2021

Gloriosa Pátria milenar

 

A historiadora rasca…

A deputada Joacine Katar Moreira quer retirar as sete pinturas do Salão Nobre da Assembleia da República (AR) por considerar que “garantem o prolongamento da visão do Estado Novo”.

 Critica a forma como os pintores retrataram os povos colonizados e recomenda ao Governo a sua “contextualização histórica crítica” e retirada para um espaço museológico.

Mamadou Ba: "O meu anticolonialismo vem-me das vísceras".                                   “Devemos matar o homem branco…”

"Marcelino da Mata é um criminoso de guerra que não merece respeito nem tributo nenhum."

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Meus caros Amigos e Combatentes, como vemos nos movimentos de parasitas que nos sugam os impostos, estamos a ser ensovalhados por gente sem valor moral e cívico. Antes que os renegados a quem damos abrigo nos roubem o sossego na nossa Pátria, antes que nos apaguem a história de nação milenar, antes que nos tirem a liberdade e a paz, vamos promover acções firmes e determinadas contra os que recusam integrar-se na nossa cultura, no nosso meio de vida e se recusam trabalhar e produzir para o bem-estar de toda a comunidade. Quem não estiver bem connosco, que regresse imediatamente às suas terras. Recuso que continuem a viver dos impostos que pago ao Estado.


A Saga dos Descobrimentos marítimos dos Portugueses,

 abriu novos mundos ao mundo.




domingo, 12 de setembro de 2021

Vida difícil para o Cidadão comum

 Portugal no Desenvolvimento Mínimo

Por nos merecer atenção e de interesse para os cidadãos aqui fica o artigo de opinião do jornal “O Chocalho”:

 

SE MESSI VIER PARA PORTUGLA JÁ PODE TIRAR O CARTÃO DE CIDADÃO NO ALANDROAL

 12 DE AGOSTO DE 2021 -  DOMINGOS LOPES

Portugal deixou há cerca de um mês e meio a Presidência da União Europeia, a União mais avançada do Planeta, diz-se.

No próximo mês de novembro, Lisboa vai ser capital do Web Summit. São aguardadas mil comunicações e participarão mil duzentas e cinquenta start-ups.

No solo de Marte máquinas estadunidenses e chinesas escabulham o solo daquele Planeta.

Os multibilionários da Terra dão passeios aeronáuticos fora da gravidade e voltam.

No Alandroal, na Conservatória do Registo Civil, enquanto aguardava pela emissão de certidões de óbito e nascimento que não podiam ser obtidas online, um casal e dois filhos esbaforidos aguardavam a sua vez para tratar do cartão de cidadão. Tinham saído de Lisboa muito cedo para chegar a tempo de tratar dos cartões, pois em Lisboa não havia vaga em qualquer conservatória.

E como também precisavam de obter os passaportes dos filhos iam de escantilhão do Alandroal para o Entroncamento para tratar dos respetivos documentos, embora morassem em Lisboa. Percorreram mais de duzentos quilómetros e continuariam a volta a meio Portugal para o Entroncamento, mais cerca de cento e oitenta quilómetros e regresso a Lisboa mais cento e vinte.

Enquanto os robôs escavavam o solo de Marte, este casal gastou doze horas porque em todas as Conservatórias em redor de Lisboa até um raio de mais de cem quilómetros não aceitavam o encargo.

A mim já me sucedera com o pedido do registo criminal no ano passado. Impossível obtê-lo em tempo útil. Consegui- o no Tribunal de Redondo a cento e oitenta quilómetros de Lisboa.

Os governos de Portugal deviam ter mais humildade e em vez de proclamar grandes avanços de modernidade serem capazes do mínimo dos mínimos – assegurar aos cidadãos a obtenção e renovação do cartão de cidadão.

A causa desta situação tem a ver com a míngua imposta à função pública impedindo a entrada de novos funcionários para substituir os que saem.

Um país que não é capaz de assegurar este mínimo dos mínimos não cativa os seus cidadãos, antes lhes causa raiva face à impotência de obter documentos absolutamente indispensáveis em pleno século vinte e um.

Como o país fugiu para o litoral, os serviços tendo menos funcionários implodem e não é tida em conta a nova situação.

Há nesta realidade algo de doloroso. Só que essa realidade impõe que se não desista e em vez de os cidadãos se atirarem aos seus compatriotas dos Serviços, deviam com toda a prontidão exigir o cumprimento dos deveres do Estado.

Será que a tal bazuca contempla o reforço destes Serviços para que os meios disponíveis sejam bem empregues e respondam a necessidades tão prementes como esta ou Bruxelas não deixa porque segundo a sua bitola ainda há funcionários públicos a mais?

No Cosmos, em Marte, máquinas comandadas da Terra prosseguem as suas pesquisas. Lisboa incapaz de renovar cartões de cidadão vai receber o Web Summit. Finalmente é conhecido o destino de Messi e os media respiraram de alívio, não fosse ele ficar sem cartão de cidadão.

NOTAS ESPECIAIS:

1 – Precisei de tirar Cartão de Cidadão, só havia vagas passados 3 meses e 12 dias!

2 – Para renovar Carta de Condução, tinha vaga dois meses e 8 dias depois de caducar!

3 – Por diversas vezes me dirigi aos serviços de atendimento nos concelhos vizinhos do Porto, até que consegui ser atendido para tirar Cartão de Cidadão.

4 – Nas ocasiões que me desloquei aos serviços notei que, parte das vezes, não havia pessoas para atender, por terem faltado à marcação… até que um funcionário das Finanças, com grande resistência, me atendeu; fiquei espantado com a sobranceria: “estava comodamente no posto de trabalho, onde nunca tive tanto tempo para tomar cafés e comer uns petiscos, e vem gente como o senhor sem marcação quebrar a rotina”. Triste povo que tão mal servido estás!


Mas o problema já vem de longe e, na maior parte dos casos, não é por falta de pessoal! É falta de organização dos serviços e disposição para trabalhar a sério, respeitando os humildes cidadãos:

Bem vindo à Loja do Cidadão: 22 horas de espera

Alexandre R. Malhado 24 de junho de 2019

A SÁBADO esteve duas madrugadas nas filas das Laranjeiras e Odivelas, em Lisboa, e encontrou desespero. O Governo culpa a "opção sistemática dos cidadãos pela procura dos mesmos locais no mesmo período."

Quando cheguei à Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa, no dia 23, o sol ainda não tinha nascido. Era pouco depois das 6h da manhã e já havia uma fila de quase 40 pessoas no exterior do edifício, que só viria a abrir daí a duas horas e meia. Estava frio, 12 graus, e homens e mulheres de todas as idades abrigavam-se como podiam da madrugada ventosa. O primeiro da fila estava enrolado em cobertores, sentado numa confortável cadeira de escritório, enquanto jogava Candy Crush num tablet - como chegou pelas 3h da manhã, "tinha de se distrair de alguma maneira". "Tenho de arranjar documentos muito urgentes das Finanças e da Segurança Social. Vim cedo porque já sei como isto funciona", explicou o homem de 40 anos, que preferiu não ser identificado. O seguinte da fila meteu-se na conversa, interessado: "Já estou aqui desde as quatro e tal e é a terceira vez em sete meses que faço uma loucura destas", disse José, um cidadão inválido que não sabe porque tem a sua reforma indeferida.

À medida que a conversa se desenrolava, a fila ia crescendo e, pelas 8h, já dava a volta ao quarteirão. "É melhor o senhor ir para a bicha. Isto vai demorar", disse José. Respirei fundo e fui para o fim. Caminhava e olhava atentamente para as centenas à minha frente, mentalizando-me de que ia perder dois dias de vida em filas de serviços do Estado, naquele dia nas Laranjeiras e no dia seguinte em Odivelas. E assim foi: só viria a ser atendido pela Segurança Social sete horas e 10 minutos depois e precisei de cinco horas para pedir o Cartão de Cidadão.




segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Jornalistas Ignorantes e Mentirosos

 

DEIXEM QUE A HISTÓRIA FAÇA O SEU PERCURSO NATURALMENTE, SEM SOFISMAS

A história sem Sofismas: a propósito dos mexericos sobre pretensos massacres desencadeados pelas tropas portuguesas nas guerras ultramarinas, recentemente publicados em dois jornais cá do burgo.

Não podemos ficar indiferentes e quedos, mas temos de repor a verdade e limpar o lixo que existe na cabeça dos mais renitentes no olhar vesgo e desfocado da história. Quando mais de um milhão de homens foram atirados para as guerras coloniais, ninguém se preocupou em saber da sua preparação militar nem das carências das famílias que se viram privadas dos proventos que as sustentavam. Também, depois do regresso, não houve o cuidado de dar o devido e necessário apoio e acompanhamento médico e social aos mais vulneráveis e com visíveis sequelas na sua saúde.

Ora, nos 14 anos de guerra, esses mancebos tiveram exemplares comportamentos em todos os locais onde permaneceram, nas tarefas que lhes foram atribuídas e no relacionamento com as populações autóctones. Tudo o resto que se queira apontar de negativo não passa de tentativa para ofuscar a generosidade e a grandiosidade das nossas contribuições para o desenvolvimento geral daquelas terras e de melhoria da vida das populações.

O colossal desenvolvimento dos territórios, com infraestruturas, colonatos agro-pecuários e agrícolas, as estradas, as pontes, os portos marítimos, as linhas de caminho de ferro, as fábricas, as escolas, os hospitais marcam um tempo de esperança num futuro de indesmentível progresso para todas as populações, independente da cor ou da raça.

As grandes obras construídas pelos portugueses, tais como barragens e pontes, em especial a barragem de Cabora Bassa, são um valioso espólio que jamais será esquecido. Este colosso de engenharia implantado no coração de África, com cinco turbinas (produção de 415MW cada), produz energia equivalente às sete maiores barragens existentes em Portugal (13 vezes a Barragem do Castelo de Bode) e pode fornecer energia eléctrica a um quarto da população do continente africano. E ninguém fala dessa grandiosa façanha dos portugueses em África, onde ainda trabalham técnicos portugueses para manter em funcionamento tal colosso.

Essa cambada de parasitas, armados em investigadores das lixeiras que o curso da história foi deixando nas sargetas, tal como os escaravelhos, não são recicláveis. Mas, se alguns abusos aconteceram entre as tropas, foram casos pontuais, residuais e marginais perante o importante desenvolvimento da sociedade e extraordinários avanços na coesão social e cívica.

Por mais que tentem denegrir a imagem e desvalorizar os feitos e a generosidade de uma geração de mancebos portugueses, reconhecidos e referenciados por jornalistas de renome internacional e por estadistas sérios e livres, jamais conseguirão apagar as memórias e as qualidades humanas dos combatentes portugueses e de quem com eles conviveu e partilhou parte da vida. Além do mais, respeitem os milhares de mortos e os estropiados causados pelas guerras ultramarinas; sem esquecer os que “ficaram para trás”, abandonados, por lhes negarem o repatriamento com a dignidade que merecem.

20 de Agosto de 2021

Temas actuais – Joaquim Coelho