quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Protestos e Frouxos

 Um senhor, com responsabilidades na decadência da Democracia, escreveu só para incendiar os ânimos:

Os novos cantores de protesto

Das boinas, dos cânticos e dos gritos de guerra

Tenho idade e experiência de vida para não ser ingénuo. E também para reconhecer técnicas velhas de manipulação, mesmo modernizadas.

A manifestação de grupos de antigos militares no dia do Exército a propósito de cânticos, gritos e boinas é uma evidente ação política de agitação, agitprop.

O canto coral em marcha de desfile é uma moda recente nas forças armadas portuguesas. As tropas especiais nunca cantaram a marchar nos desfiles dos dias solenes, nem antes nem depois do 25 de Abril de 1974, do 10 de Junho, 25 de Abril, dias das Forças Armadas, guardas de honra.

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Nesta assuada do dia 23 de Outubro os cidadãos em geral assistiram, e os organizadores quiseram-nos cúmplices, de um grosseiro aproveitamento de emoções, de desconhecimento do passado das instituições por parte de demagogos e de políticos sem escrúpulos.

Esta assuada não teve por fundo o espirito de corpo, nem a dignidade das forças militares. Foi a sua negação e pretendeu minar os fundamentos do Estado e das suas grandes instituições. Estamos perante sapadores do Estado de Direito e não de cantores de protesto.

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Carlos Matos Gomes

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Protestos… aqui vai o meu PROTESTO

Tenho pena do senhor Carlos Matos Gomes, porque não sabe do que fala ou, se não é ingénuo, é estrábico ou pitosga.

Tenha vergonha senhor pseudo-historiador da Pátria dos frouxos. Por causa dos frouxos e acomodados como o senhor, é que a democracia está em decadência… perto do suicídio.

Foi entre as matas e savanas africanas, nos confins das terras desconhecidas, nos aquartelamentos plantados no cu de judas, esquecidos das coisas primárias da civilização, que uma cepa de militares corajosos e valentes, usando todas as formas de sobrevivência perante os bombardeamentos inimigos, sob o fogo das emboscadas e perigo das minas nas picadas, que se forjaram os homens de mentes abertas e sedentas de liberdade. A revolução não se fez em Abril de 1974; começou muitos anos antes, através dos corajosos militares que transmitiam novas ideias e avivavam a lucidez aos camaradas menos informados; opositores à guerra com capacidade para afrontar o sistema; sim, se não fossem aqueles que sofreram os isolamentos e as privações dentro dos aquartelamentos, jamais os senhores abrilentos teriam ambiente propício para suportar uma revolução.

Mas, o drama dos nossos Antigos Combatentes começou com o alvorecer da liberdade! Os militares abrilentos, depois de sentados nos lugares cimeiros do poder, rapidamente esqueceram os milhares de soldados desterrados nas longínquas terras africanas. Esqueceram que as cadeias da logística se desfizeram; esqueceram que a guerra não tinha acabado – os nossos militares continuaram a morrer por uma Pátria que os abandonava lentamente.

Os dramas dos “apanhados pelo clima” multiplicavam-se à medida que eram desmobilizados e mandados para as suas terras, sem qualquer apoio social e na saúde.

Mas os senhores abrilentos, trataram dos seus interesses egoístas, agarrando tudo que lhes garantisse um futuro principesco. Assim planearam e assim conseguiram manietar os patriotas mais credíveis, abrindo caminho ao regresso dos conhecidos carrascos dos trabalhadores e do povo.

Afinal, os abrilentos, depois de colherem as benesses e as promoções a saldo, acomodaram-se com o sistema sem moverem uma única chaimite contra os abusos que se evidenciavam manipuladores da democracia nos anos 80.

Bem, senhor pseudo-historiador, porque anda distraído ou tenta manipular as mentes perdidas nos meandros das dificuldades da vida que o senhor Matos Gomes desconhece – miséria encrustada numa sociedade que os seus correligionários protegem, porque a ração de combate é abundante, embora imerecida.

Cerimónias solenes, desfiles e marchas com os militares cantando os seus hinos e canções acontecem todos os anos. Mas, o senhor coronel Carlos Matos Gomes deve andar lá pelas arábias e não vê nem sabe do que fala.

As Forças Armadas Portuguesas merecem chefes com mais sentido patriótico, que as dignifiquem, respeitadores das tradições, dos símbolos que formam a mística das diversas especialidades que são, afinal, a génese da formação específica para a eficácia e sucesso nas missões que lhes são atribuídas. Tratem de melhorar as condições de vida dentro das Forças Armadas, mais apetecível para a formação da juventude, porque somos uma Nação milenar, com uma história recheada de grandes feitos e heróis, que não deve ser ignorada, porque precisa da juventude com sentido patriótico, amor à terra dos seus antepassados.  

Temas actuais – 26 de Outubro de 2021

Joaquim Coelho









domingo, 17 de outubro de 2021

A Epopeia dos Descobrimentos

 


Os Descobrimentos Portugueses – Cronologia

 Reinado de D. João I (1385-1433)

1415 - Conquista de Ceuta
1418 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha de Porto Santo
1419 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha da Madeira
1427 - Diogo de Silves descobre as Ilhas dos Açores

Reinado de D. Duarte (1433-38)
1434 - Gil Eanes dobra o Cabo Bojador

Reinado de D. Afonso V (1438-1481)
1441 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Cabo Branco, na Costa de África
1445 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Senegal

Reinado de D. João II (1481-95)
1460 - Diogo Gomes descobre o arquipélago de Cabo Verde
1471 - Descoberta das ilhas de Fernão Pó, São Tomé, Príncipe e Ano Bom
1483 - Diogo Cão descobre a foz do Rio Congo
1485 - Diogo Cão chega à Namíbia
1488 - Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança

Reinado de D. Manuel I (1495-1521)
1498 - Vasco da Gama descobre o Caminho Marítimo para a Índia
1500 - Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil
1501 - Gaspar Corte Real chega à Terra Nova
1510 - Afonso de Albuquerque conquista Goa
1511 - Os navegadores portugueses chegam às Ilhas Molucas
1513 - Portugueses estabelecem feitorias na China, Macau e Cantão
1519 - O português Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circum-navegação do globo, que termina em 1522

Reinado de D. João III (1521-57)
1543 - Os navegadores portugueses chegam ao Japão

 

Os Descobrimentos portugueses

Privilegiados com uma longa costa marítima de Norte a Sul, os marinheiros portugueses sempre sentiram grande fascínio pelo mar, o que ocasionou vontade e ambição de desenvolver aptidões para os conhecimentos náuticos altamente avançados para a época. Ora, o mar ofertava alternativas mais ousadas para o comércio externo e a necessidade de conquistar novas terras, obter matérias-primas e metais preciosos, levaram os iluminados com ideias inovadoras, financiados e apoiados pela alta burguesia e com colaboração da igreja católica, se lançassem na organização de projectos de construção de maiores e mais bem apetrechados navios com capacidade para vencerem a força das ondas marítimas, navegando com arte no aproveitamento das correntes do vento, através dos oceanos.

A visão futurista do Infante D. Henrique fomentou a criação de escolas náuticas capazes de formarem bons marinheiros e estudar formas de conservar alimentos e meios de sobrevivência em longas distâncias e sujeitos ao rigor das alterações climáticas locais, ao longo das rotas marítimas de finais imprevisíveis.

Sabia-se que os muçulmanos eram conhecidos como os principais negociantes do comércio de especiarias desde as costas do Malabar até ao oriente médio, utilizando o Mar Mediterrâneo e a rota de Omar. Esse monopólio do comércio dificultava a vida aos negociantes portugueses, agravado com a tomada de Constantinopla pelos Otomanos. Havia que encontrar uma via alternativa – a via marítima até à India.

Mas, os descobrimentos portugueses começam em 1415, quando Portugal descobriu Ceuta, no norte de África. Em pouco tempo, formaram uma base naval de onde podiam controlar os movimentos marítimos no Estreito de Gibraltar e dar apoio logístico aos naus que navegaram para o Atlântico.

Os membros da  Ordem dos Templários e a Igreja Católica, ajudaram a descobrir a Ilha da Madeira em 1418 e em 1427 a Ilha dos Açores. A intenção dessa aliança era estabelecer o cristianismo e expulsar os muçulmanos por onde passassem.

Em 1434, os portugueses passam o estreito entre as ilhas Canárias e a Mauritânia – Cabo Bojador; em 1441, passam o Cabo Branco; em 1445 chegam ao Senegal e Guiné-Bissau; em 1460, descobrem o arquipélago de Cabo Verde; em 1471, descobrem as ilhas de S. Tomé e Principe, Fernando Pó, ilha de Ano Bom, no oceano Atlântico.

As caravelas e naus portuguesas continuaram a navegar na costa africana, descobrindo as terras e foz do rio Congo em 1483; passando pelas costas de Angola, descobriram a Namíbia em 1485; chegando ao sul da África, dobram o Cabo da Boa Esperança em 1488, local tormentoso para a navegação.

Com caravelas e naus mais aperfeiçoadas e velas mais enquadradas, Vasco da Gama parte a caminho da India, chegando a Moçambique, “rio dos bons sinais” foz do rio Quelimane, chegando à ilha de Moçambique em 1497. Percebendo a grande influência dos comerciantes muçulmanos na região, vindo de Zanzibar, negociei com eles e consegue estabelecer uma feitoria chefiada por um Xeque, dependente do Sultão de Zanzibar. Com essa praça forte e importante apoio à frota portuguesa a caminho da Índia, a expedição Portuguesa chegou às costas indianas em 1498. Estava encontrado um novo caminho para a comercialização das especiarias.

Entretanto, Cristóvão Colombo, genovês, aproveitava os conhecimentos do irmão cartógrafo, planeava atingir as Índias seguindo uma rota para oeste, rumo à América. Apresentou os seus planos ao rei D. João II de Portugal, pedindo financiamento. Como Bartolomeu Dias já tinha dobrado a Cabo da Boa Esperança, contornando a África, o rei recusou tal plano. Colombo não desistiu e pediu apoio aos reis de Aragão e Castela, apesar das negas de D. Isabel e D. Fernando; finalmente, em Agosto de 1492, Colombo partiu para oeste atravessando o oceano Atlântico até ao Novo Mundo (América). Logo os reis portugueses viram que poderiam perder o direito de descobrir nesse continente e providenciaram e conseguiram o Tratado de Tordesilhas, em Julho de 1494, o qual dividiu os territórios entre as descobertas portuguesas e espanholas.   

Pedro Álvares Cabral, em 1500, liderou uma expedição extraordinária que mudaria para sempre a vida desses dois territórios – Portugal e Brasil. Saindo de Cabo Verde, chegou à terra de Vera Cruz, mais tarde o Brasil, tornada a colónia mais rica de Portugal. Chegou a ser Reino Unido do país abrigando a coroa portuguesa por vários anos, mas também foi a primeira colónia a tornar-se independente. Entre 1521-1557 foram iniciadas as primeiras capitanias de ocupação efetiva desse local.

Os portugueses continuaram na senda das descobertas e, em 1501, descobrem a Terra Nova-Canadá; em, 1510, Afonso de Albuquerque ocupou Goa, na Índia. No ano seguinte ocuparam Malaca, na Malásia, onde não havia sinais de contactos com europeus no Oriente. Expandindo as trocas comerciais com os árabes e povos locais, em 1513 ocuparam Macau, estabelecendo feitorias na China e Cantão. Assim se tornaram os mais eficientes na diplomacia e no comércio das sedas e louças entre chineses e japoneses.

Nesta competição das descobertas entre Portugal e Espanha, Fernão de Magalhães, querendo provar que a terra era redonda, desentendeu-se com o monarca português e foi oferecer os seus préstimos ao Rei de Espanha. Em 1519 partiu para a viagem de circum-navegação, tendo passado pela Argentina e Chile, chegou às Filipinas, onde se apercebeu que estava no hemisfério de jurisdição portuguesa (segundo o Tratado de Tordesilhas), tendo ficado desorientado e entrado em luta com os locais, onde foi morto. Assumiu o comando o espanhol Elcano, tentando desviar-se das naus portuguesas, com medo de ser aprisionado; mas perdeu navios e marinheiros, tendo sido ajudado pelos navegadores portugueses para encontrar uma rota de regresso a Espanha, contornando a África; regressou a Sevilha com um navio e 18 marinheiros, dos 234 que haviam partido com Fernão Magalhães.

Tanto os navegadores portugueses como os espanhóis tiveram grandes confrontos com os “piratas” financiados pelos ingleses, holandeses e outros países invejosos da eficiência dos comerciantes portugueses, causaram grandes perdas de homens e navios, em renhidos confrontos nas rotas marítimas das américas e da índia. Muitos dos carregamentos de matérias-primas, ouro e especiarias foram pilhados em pleno mar, muitas vezes perdidos com o afundamento dos navios..

Os portugueses descobriram, desenvolveram, evangelizaram, ocuparam e colonizaram territórios e povos em diversas partes do mundo, levando consigo a sua cultura, a inovação na agricultura e novas fontes de alimentação, a fé, as tradições e a língua, ainda hoje bem aceites.

                    


















sábado, 9 de outubro de 2021

Estatuto dos Combatentes e Comentários

 A propósito dos abusos de linguagem ofensiva

Movimento Cívico de Antigos Combatentes

22 de junho de 2020  ·

Grupos, Ratazanas e Gabirus

Mensagem de Joaquim Coelho, presidente do MAC e coordenador do “Grupo de Trabalho” das associações aderentes para o “Estatuto dos Antigos Combatentes”.

“Fico grato aos promotores da homenagem do dia 13 de Junho de 2020, mas devo lembrar que sem o apoio de um numeroso grupo de voluntariosos, não teríamos sucesso. Com esforço e persistência, os membros da Associação MAC, conseguiram obrigar os governantes e outras instituições a avançar com o “Estatuto dos Antigos Combatentes”. Em breve, será APROVADO na Assembleia da República. Pode não satisfazer todas as nossas pretensões, mas é um princípio do reconhecimento dos nossos préstimos à Pátria. Continuaremos a lutar para melhorar os benefícios para todos os Combatentes das guerras ultramarinas.

GRUPOS: Por definição lógica e racional, os Grupos formam-se com a finalidade de estabelecerem laços de afinidade duradoiros entre pessoas que comungam de princípios e valores solidários e vantajosos para a comunidade, sem distinção de posições sociais ou edeológicas. O seu funcionamento passa por aglutinar meios e organizar eventos que satisfaçam os membros aderentes, para convívios salutares e apoios mútuos numa dinâmica de cumplicidade na alegria contagiante que traga mais felicidade à vida de cada um.

Ora, lamentavelmente, nem sempre os membros dos Grupos se comportam dentro desses princípios, o que causa instabilidade e aborrecimentos indesejáveis, quando não a própria destruição do grupo.

Por experiência social entre povos de diversas culturas e posições geográficas, habituei-me a conviver naturalmente e a respeitar as diferenças e os hábitos de cada um. Este propósito, exige o respeito mútuo, sem reparos ou manhas.

Vem este reparo a propósito das atoardas, lamechices, choradinhos, chorrilhos de queixinhas, patéticas ofensas pessoais e outras lamentáveis parvoíces que atiram por terra qualquer forma de cidadania no suporte da amizade que se apregoa.

Meus Amigos, vamos deixar de ser egocêntricos e perdulários do tempo que nos resta para viver. Saibamos aproveitar cada momento para sermos alegres e felizes, dando uma lufada de felicidade aos nossos familiares e amigos. Por brio ou por defeito, nunca vacilei perante as dificuldades em construir grupos de pessoas com afinidade para avançar com projectos de vida social e solidária de grande efeito na melhoria da qualidade de vida da minha comunidade; para tal, sempre tive excelentes colaboradores que se dispunham a intervir com determinação cívica e voluntariosa.

Ando na Net e redes sociais desde que apareceram; pelo que entendo isto como amplas janelas abertas ao mundo da comunicação com amizade. Colaboro em 8 Grupos, organizei 5 Sites e 8 Blogs, além da publicação de mais de 500 vídeos no Youtube e Sapo. Portanto, sirvo-me destes meios para divulgar conhecimento e diversão com natural prazer.

Caros Amigos, vamos serenar os ânimos, despir as camisolas incolores, fomentar encontros saudáveis e respeitar as diferenças sem azedumes.”