sexta-feira, 29 de julho de 2022

O Perigo dos Extremistas

O Fundamentalismo do “novo normal”

 As liberdades individuais estão sendo atropeladas pelos mentores das ideologias extremistas e globalistas.

Porque se trata de uma questão transversal a toda a sociedade, merece alguns reparos, num debate sério e independente. Desde já, peço aos meus leitores que me desculpem qualquer incómodo ou azedume que o assunto possa causar, mas não posso abandonar as crianças ao livre-arbítrio dos arquitectos de um sistema de ensino indigno para o desenvolvimento das capacidades da pessoa humana, redutor para as iniciativas da criatividade dos jovens e inadequado ao futuro produtivo dos cidadãos.

Artigo 13.º - (Princípio da igualdade) - Constituição da República Portuguesa

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

Opiniões:

1 - Porque é que “todes” não é todos, nem todas?

Há um pequeno problema com isto tudo, com esta nova terminologia, com a selva de classificações e as respectivas gavetas em que cada um é metido e a obsessão pelas identidades – é que não é nem inclusiva, nem democrática.


9 de Julho de 2022

A polémica sobre aquilo que é entendido como linguagem “inclusiva” já dura há vários anos. Toda uma série de neologismos está a crescer a cada dia, associada a uma suposta autoridade moral no seu uso. Não os usar exclui, logo coloca quem não os usa do lado do mal. A ela se acrescenta uma censura crescente de termos cuja utilização num texto ou numa notícia de jornal, suscita de imediato uma fúria censória. É caso de palavras como “preto”, “cigano”, “paneleiro”, “bicha”, “fufa”, por aí adiante. ...


2 - Teorias da conspiração e guerras culturais

Parte das designações que utilizamos hoje — até a de “luta de classes” — já têm pouca ligação com a realidade. Não é por acaso que hoje tanto se fala de conflitualidades de linguagem.

 

24 de Julho de 2022

Na crista da onda. Hegemónicos. Radicalizados. Infiltrados nas empresas, universidades ou partidos de quase todas as tendências, adoptando o “marxismo cultural”, promovendo “guerras culturais” ou a “ideologia de género” nos seus aspectos feministas, LGTBQIA+, multiculturais, ateístas ou ambientalistas, colaborando na desordem do mundo livre e conseguindo inocular o vírus do “politicamente correcto” que corrompe a sociedade. Em suma, esta tem sido a teoria da conspiração promovida durante os últimos tempos...

 

4 - A fraude intelectual do pensamento pós-moderno

O pensamento pós-moderno, e o activismo que dele decorre, nunca demonstrou qualquer utilidade para os oprimidos que afirma defender. Pelo contrário, tem o dom de tornar pessoas razoáveis e tolerantes em adversários, que se vêem catalogadas como racistas ou homofóbicas simplesmente por não professarem o credo pós-moderno.

PÚBLICO - 25 de Julho de 2022

Tem sido publicada nestas páginas uma polémica que, partindo de um texto de José Pacheco Pereira, suscitou diversas reacções. Um dos lados dessa polémica defende a ideia da “opressão pela linguagem”, procurando fazer passar conceitos e formas de falar que têm a sua raiz no pensamento pós-moderno, que, sendo uma obscura corrente académica, tem hoje importantes implicações no activismo.

O pensamento pós-moderno opõe-se ao pensamento moderno, a forma de pensar surgida com a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII, segundo a qual se podem estabelecer novos factos com base em provas, quer dizer, é possível produzir conhecimento novo. Esta perspectiva foi aprofundada com o Iluminismo, tendo-lhe sido adicionada uma dimensão humanista: devemos usar a ciência e, de um modo mais geral, a razão para melhorar as condições de vida de todos os seres humanos.

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Os resultados são impressionantes: existem hoje, em número absoluto, menos pessoas no mundo que vivem em pobreza extrema do que no início do século XIX, apesar de a população ser cerca de sete vezes maior do que nessa altura. Vivemos mais, temos em média mais rendimentos, homens e mulheres frequentam a escola durante mais anos e temos acesso a melhores cuidados de saúde, que se traduzem, por exemplo, numa menor mortalidade infantil e no controlo de várias doenças infecciosas através da vacinação. Não obstante existirem inúmeras coisas a melhorar, o mundo está cada vez melhor.

O pensamento pós-moderno, que tem uma visão mais cínica das coisas, assenta em dois princípios. O primeiro é o de que não é possível obter conhecimento objectivo. Este princípio vai contra todos os avanços da ciência. O segundo princípio assume que a sociedade é formada por sistemas de poder e hierarquias que determinam o que pode ser conhecido e como. Dito de uma maneira mais crua: a ciência e a racionalidade são invenções dos homens ocidentais heterossexuais, com o objectivo de perpetuar o seu próprio poder e marginalizar formas não científicas e não racionais de produção de conhecimento. Deveria ser inútil rebater esta ideia, de tão absurda que ela é.

Apesar das suas falhas, a ciência e a racionalidade produziram um entendimento do mundo que é verificável empiricamente e que tem resultados óbvios: conseguimos prever a passagem de cometas, construir telemóveis e fazer vacinas para a covid-19.

É à luz destes dois princípios que podemos entender alegações como a de que não existem apenas dois sexos biológicos. Um dos temas do pensamento pós-moderno é o esbatimento de fronteiras definidoras, recusando à biologia qualquer papel na definição de conceitos como homem ou mulher, categorias que, no quadro desse pensamento, são socialmente construídas.

Outro aspecto do pensamento pós-moderno é a ideia que os grupos oprimidos (as mulheres, os negros, os homossexuais, as pessoas obesas ou qualquer pessoa com uma combinação das anteriores) possuem um conhecimento vivencial próprio, que se sobrepõe à ciência e à racionalidade. Esta ideia pode-se traduzir em assumir a deficiência como uma identidade (recusando tratamentos para a surdez, por exemplo) ou rejeitar a existência de problemas de saúde decorrentes da obesidade (medicalizar a obesidade seria uma agressão à identidade).

O sexismo, o racismo ou a homofobia são cada vez mais inaceitáveis nas sociedades modernas. É este caminho que importa prosseguir, porque foi ele que alcançou resultados inegáveis em muitos países

Mais: estas afiliações identitárias são usadas para empoderar esses grupos, estabelecendo uma hierarquia baseada na opressão e no privilégio… Há casos complicados, como comparar uma mulher negra heterossexual com um homem negro homossexual – quem é o privilegiado aqui?

A questão é que essa hierarquia, assim como todos os aspectos do pensamento pós-moderno, são apenas efabulações teóricas muito desligadas da realidade. As crenças pós-modernas não são comprováveis, pois os seus arautos não aceitam testes que se lhes possam fazer para verificar se elas são verdadeiras ou falsas. Por exemplo, a afirmação de que todos os brancos são racistas, mesmo que não o saibam, pois tem “ângulos mortos”, é uma afirmação não comprovável: não há nenhuma observação ou experiência que se possa fazer que tenha a capacidade de demonstrar que ela é falsa. Claro que a ciência e a racionalidade são, para os teóricos pós-modernos, apenas formas de manter os homens brancos no poder, eles são insensíveis a quaisquer argumentos científicos ou sequer racionais.

Os grandes avanços nos direitos dos negros, das mulheres e dos homossexuais são anteriores a este tipo de pensamento, tendo raízes no Iluminismo e um forte impulso com os movimentos dos direitos civis nos Estados Unidos. Estes avanços, em grande parte ocorridos nas décadas de 1960 a 1990, assentam na ideia de que todos somos iguais em direitos e dignidade, independentemente de sexo, cor da pele (não há raças humanas) ou orientação sexual. São abordagens universalistas e não sectárias. O sexismo, o racismo ou a homofobia são cada vez mais inaceitáveis nas sociedades modernas. É este caminho que importa prosseguir, porque foi ele que alcançou resultados inegáveis em muitos países. São estes valores universalistas que estão plasmados no artigo 13.º da nossa Constituição.



5 - O transe e o cisma: aquém e além de sanitas e urinóis

A política em torno da autodeterminação de género tem revelado, em Portugal e noutros países, o estado de transe da esquerda progressista e o  cisma da direita conservadora, num debate em que os factos vão sendo atropelados pelas convicções.

Vasco M. Barreto

7 de Setembro de 2019

 Ainda a propósito de casas de banho, lembrei-me que uma das teses para divertir plateias do filósofo Slavoj Žižek é sobre o modo como os diferentes povos contemplam as suas matérias fecais, mas como o polémico despacho 7247/2019 que regula a transição social de crianças e jovens transgénero (trans) nas escolas portuguesas não revelou nenhuma idiossincrasia lusitana, resolvi alargar o espectro da discussão.


O sexismo, o racismo ou a homofobia são cada vez mais inaceitáveis nas sociedades modernas. É este caminho que importa prosseguir, porque foi ele que alcançou resultados inegáveis em muitos países, por uma sociedade equilibrada e livre de açaimos ideológicos…

  ooooooooooooXX0XXooooooooooo

A propósito do dia dos Avós 

Todos os dias são dos Avós, Filhos, Netos, Irmãos, Sobrinhos e Amigos, deixo este sinal do "Dia comercial dos Avós", mas não pretendo receber prendas. Sejam Felizes e resistentes.


Manuel Inacio Manuel

Joaquim Coelho, pois dizes bem dia dos avós e, felizmente, quem ainda tem uns netos que adoram os avós… mas, nos tempos que correm, filhos, netos e avós, uma grande maioria, trocou os laços familiares por um (telemóvel)… outros netos e filhos ainda lhes batem, ou até matam para atingirem os seus fins egoístas. Mas este mundo já deixou de ser o que era… outros tempos, mas para o descalabro.😔 Grande abraço.

Joaquim Coelho

Manuel Inacio Manuel pois é Amigo Inácio, a realidade é triste... em grande parte, por culpa dos pais cobardes e acomodados, mas também com a deformação do ensino nas escolas. Se não nos manifestarmos publicamente, poderemos ser incluídos na cambada de irresponsáveis que aceitam todo o lixo que pretendem incutir na cabeça das crianças. Pela minha parte, continuarei a propagar os valores básicos da sociedade equilibrada: respeito pelas diferenças, luta contra os arautos das modernices imorais e radicais, contra a formatação de bonecos e escravos dos poderosos e extremistas da ideologia LGBT.

Antonio Artur Campos Nunes

Manuel Inacio Manuel DEVE-SE Á ABRILADA,,,

Severo Calvinho

Joaquim Coelho Tem cuidado pois ainda te podem fazer uma manifestação, à tua porta, contra o teu sentimento anti igualdade do género. Ou lá o que isso quer dizer. 

Severo Calvinho

Antonio Artur Campos Nunes Nos outros países não existiu "abrilada", e passa-se o mesmo. Esse facto não pode ser desculpa para todos os males.

Joaquim Coelho

António Artur Campos Nunes errado quanto à dimensão desta ideologia extremista e sem fronteiras; porque esta cambada de imbecis e parasitas, com mentes intoxicadas, são, apenas, meios de transmissão do tenebroso mandamento do "novo normal". Trata-se de anormalidades absurdas e irracionais propagadas pelos mentores da ideologia anarquista contra os valores da sociedade equilibrada. Sempre existiram pessoas homossexuais e outros comportamentos desviantes da normalidade, mas sem exibicionismos bacocos; eram respeitados nas suas vidas particulares. Agora, o que vemos é a arrogância e tentativa de imposição desses desvios como obrigatórios, através da propaganda das manifestações do "orgulho LGBT", bem como inaceitáveis programas escolares e difusão nas televisões, que mais não são do que tentativas (programadas) para formatar os jovens para uma sociedade de frouxos e improdutivos.

 


Assinalo este que é o Dia dos Avós refletindo sobre o papel fundamental que têm no crescimento das nossas crianças. Numa sociedade onde o tempo corre, são um apoio e um local de afeto permanente que exigem uma boa gestão e um entendimento familiar saudável. Um médico especialista pode ajudar.

Cairei na “tecla batida” se mencionar que, nos tempos que correm, também correm as famílias atrás de rotinas que não dão tréguas, de exigências de calendário, de dias que não chegam... e de um relógio, rigoroso, que segue não misericordioso, como batuta do tempo. É nesta azáfama do quotidiano que o tempo dos filhos colide com o tempo dos pais: os primeiros com a serenidade de quem (ainda) não é escravo desta dimensão, com a determinação de quem tem efetivamente tempo; os segundos, com a obsessão de quem não o tem na medida suficiente para o sem número de tarefas que se desafiaram a (aceitar) cumprir.

Começa esta confrontação com o erguer da manhã – quando a torrada se prepara pacientemente à mesa do pequeno-almoço para uns e se devia engolir no banco de trás de um automóvel a arrancar, para outros – e vai-se prolongando e repetindo nos vários momentos em que estas perspetivas divergentes de tempo (o tempo com tempo das crianças, o tempo sem tempo dos pais) coexistem. As famílias adormecem nesta dissonância de impaciências: os filhos clamam por um pouco mais de vida com os pais, os pais apressam-se a aconchegar os filhos enfiados nos lençóis, com o peso de um dia a galope e a urgência de se permitirem silêncio e sono.

Os avós de hoje são apaziguadores desta evidente diferença. Harmonizam uma transição pela disponibilidade do que são. E desta aparente caricatura do quotidiano de tantas das famílias atuais, parto para a razão de ser deste artigo: a apologia do papel dos avós no crescimento das nossas crianças.

Os avós de hoje são simultaneamente chão de funções e de afeto. São quem alivia a rotina dos pais, permitem a ida à atividade extracurricular, são colo de paciência, são a sabedoria serena de quem já não vive a vida com pressa, são a personificação do tempo, curiosamente, quando em teoria já menos o têm. Trazem as histórias suas, testemunho de vivências particulares, introduzem outras dos pais, que tanta curiosidade geram nos mais novos. Trazem segurança nos conselhos, generosidade no olhar, são dádiva incomensurável.

Por vezes, pais e avós desentendem-se no olear das rotinas. Os pais sentem-se postos em causa nos seus papéis parentais, os avós sentem que assumiriam outra postura no lugar dos filhos. Acaba por ser normal, afinal as gerações são diferentes. No entanto, a não desautorização é essencial e a conciliação das direções a seguir deve ser a meta. Se a gestão e o entendimento familiar não estiverem saudáveis, gerando uma perturbação no funcionamento das crianças, pode procurar apoio junto de um pedopsiquiatra ou de um psicólogo.

Ser avó/avô é ser mãe/pai duas vezes, há quem diga. Também é ter a liberdade de usufruir sem o dever de ter às costas o peso da dependência de um filho, deixam fazer aos netos o que eventualmente não deixaram aos filhos, precisamente porque a responsabilidade é outra. Mostram as estrelas, sem a preocupação de já passar da hora de deitar. Fritam batatas vezes sem fim, só porque “o menino, coitadinho, gosta” – e vai alguém negar que a comida dos avós é a melhor de todas?! Vão para baixo da mesa, fingindo ser mil e uma personagens, quiçá com a mesma pressa para que a refeição termine e se reinaugure a brincadeira! Pedem aos netos que arrumem os brinquedos, mas depressa esquecem o facto de estes não o terem feito, porque arrumá-los é igual a recordar momentos que passaram juntos.

Os avós de hoje só não são sinónimo de tradicionalismo, do antigamente, como no poema “Cântico negro”, de José Régio, em que o “sangue velho dos avós” se opõe à vontade indomável de uma geração de aventura, de diferença, de novidade constante. E também já não têm as “quinhentas palavras” da avó Josefa de José Saramago, mas comungam com ela a mesma “tranquila serenidade” de achar que o mundo é bonito. Porque os netos dão aos avós anos de vida.

Os avós são também lobos maus (carregados de mansidão) nas mãos dos porquinhos, quando brincam no chão. E, apesar da dificuldade em se levantarem, desafiam valentemente o corpo, e lançam-se sem hesitação nem dor, ao ouvirem: “Vovó, agora corre atrás de nós”. São companhia, ajudam a fazer memórias, a construir uma bagagem emocional que perdurará.

A vida muda, como as circunstâncias dos dias e as tendências da sociedade em que vivemos. Mas o amor entre avós e netos é imutável. Que o Dia dos Avós seja celebrado em felicidade consciente e plena.

 Coordenadora de Pedopsiquiatria nos Hospitais CUF Descobertas e CUF Torres Vedras

 

 

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Educação Escolar em decadência programada

Opinião – Observador

Porque se trata do futuro da sociedade em equilíbrio, deixamos à consideração dos nossos leitores alguns reparos pertinentes: 

PERDA DA AUTORIDADE PATERNAL

 Transferimos para o Estado as nossas responsabilidades e tornámos realidade o sonho de todos os Estados Totalitários: expropriar a família da educação dos seus filhos.

A internet e a ideologia transgénica

Crianças, adolescentes e jovens angustiados, confusos, com dúvidas e conflitos de identidade não podem continuar a ser alvo de associações LGBTgiap+ que usam a Escola como centro de recrutamento.

 Maria Helena Costa

 Escritora, autora do livro "Identidade de Género - Toda a verdade"

Afinal, que “Cidadania” é esta?

Toda a agenda globalista politico-ideológica é promovida e incutida nas aulas de “cidadania”: socialismo, feminismo radical, cultura LGBTQIA+, racismo estrutural. Tudo isto sob um único ponto de vista.

 

Conheci o Artur Mesquita Guimarães numa palestra sobre a imposição da Ideologia de Género à Escola e os seus resultados nefastos. Daí para cá estamos juntos na luta contra a expropriação dos pais da educação dos filhos por parte do Estado. Há alguns meses, eu e o meu marido fomos jantar a casa dele.

Quando chegámos fomos recebidos pelos filhos do Artur pois, tal como nos haviam avisado, nem ele nem a mulher estavam em casa. Enquanto esperávamos, o Zeca (18 anos) acendia o lume para o churrasco, a Maria (16 anos) estava na cozinha a preparar o jantar, e os dois mais novos, o Rafael (14 anos) e o Tiaguinho (12 anos) foram tratar de arranjar algo para nós bebermos e petiscarmos.

Com anfitriões tão atenciosos a conversa fluiu: o Zeca falou-nos sobre os seus estudos, objectivos – ele vai para a universidade este ano lectivo – e sobre o que a família está a viver em virtude da decisão ditatorial do Ministério da Educação, qual PIDE da “democracia”, que decidiu “chumbar” os irmãos dois anos lectivos. Entretanto, o Tiaguinho trouxe uns amendoins e um jarro de limonada.

Sedentos, bebemos a limonada. Estava deliciosa e eu dei os parabéns à Maria, que me respondeu da cozinha: Não fui eu que fiz, foi o Tiaguinho.

Os dois meninos, tão visados e acossados nos últimos dias, juntaram-se à conversa e ficámos numa amena cavaqueira até os pais chegarem. Durante a conversa percebemos claramente que não é a decisão dos pais quanto à não frequência da disciplina de cidadania que os entristece, mas sim a forma como adultos ignorantes e irresponsáveis denigrem e enxovalham aqueles que os amam, educam e cuidam deles. (Só posso pensar que o fazem por despeito, por terem eles próprios aberto mão da educação dos seus filhos entregando esse papel à Escola, ao Estado).

Os pais chegaram e os filhos, incluindo o João Paulo (20 anos), que, entretanto, tinha chegado, foram pôr a mesa. O jantar decorreu tranquilamente no seio de uma família onde todos os filhos fazem as suas tarefas e são educadíssimos, cidadãos exemplares, que não precisam da “cidadania” lecionada na escola para nada e falam sobre tudo, sem tabus. Todos eles gostam imenso de ler, os dois mais velhos estão na Universidade, o Zeca vai entrar este ano, a Maria para lá caminha e nunca nenhum deles chumbou. Pelo contrário, todos têm sido alunos exemplares e feito parte do quadro de excelência sem as aulas de cidadania.

Então, que raio de “cidadania” é esta, que só o Ministério da Educação pode incutir nos alunos, e quais os objectivos por detrás daquela que parece ser a única disciplina que não admite ser questionada e se quer sobrepor à educação que os pais dão aos seus filhos?

Sim. Se, como defende o Ministro da Educação, reter um aluno, independentemente do número de negativas que possa ter, é uma espécie de discriminação:

Segundo avança o jornal I, há escolas que estão a passar de escolaridade alunos do ensino básico com quatro ou mais negativas. Já no ensino secundário, a questão é diferente: há escolas a fazer pressão juntos dos professores para subir as negativas dos alunos e assim se possam inscrever no ano seguinte. Os alunos do 5º ano de escolaridade, por exemplo – que têm nove disciplinas -, conseguem passar de ano com metade das disciplinas com nota negativa. Este cenário resulta de orientações dadas pelo Ministério e do que está previsto na lei desenhada pelo gabinete de Tiago Brandão Rodrigues, indicando que o chumbo deve ser aplicado de forma “excecional”.

O que é tão importante e urgente na disciplina de “cidadania”, que leva o Ministério da Educação, presidido pelo Dr. Tiago Brandão, a chumbar alunos do quadro de excelência, com cincos a tudo, excelentes cidadãos, respeitadores e totalmente integrados?

Que “cidadania” é essa que exige que todos os que não se deixem “cidadanizar” por ela venham a ver “barradas” quaisquer possibilidades de entrar na Universidade pública?

A Universidade pública pertence ao Ministério da Educação? Ou somos nós, todos os portugueses que trabalham e pagam impostos, que a sustentam?

Os pais, que educam os seus filhos de acordo com os seus valores, fé e princípios – para serem cidadãos exemplares – e não abrem mão desse papel – consagrado na Constituição da República Portuguesa e na Declaração Universal dos Direitos do Homem – terão a carga fiscal aliviada para poderem pagar uma Universidade Privada aos seus filhos?

Que raio de “cidadania” é esta que tem que ser imposta pela força, sob coação e ameaças constantes?


 ……..................

De acordo com o livro Objectivos da Educação Sexual na idade pré-escolar (0-6 anos):

1.     Aprender a realizar a masturbação, se existir, na privacidade

2.     Adquirir um papel de género flexível;

3.     Aceitar de forma positiva os comportamentos sexuais do próprio e dos outros;

4.     Conhecer e usar, se necessário, o vocabulário popular sobre as partes mais sexuais do corpo;

5.     Conhecer diferentes tipos de família;

6.     Abusos sexuais.

De acordo com E. Eichel (que estudou com Claderwood e é autor do Kinsey, sex and fraud), Alfred Kinsey entendia que, para levar os jovens à homossexualidade, dever-se-ia promover, por esta ordem, a masturbação, a masturbação em grupo e finalmente a masturbação mútua.

Para conhecer os diferentes tipos de família, há actividades nas quais, crianças, dos 0 aos 6 anos, são chamadas a picotar e recortar imagens de dois homens, duas mulheres e um homem + uma mulher, pensar numa peça de teatro baseada nessas imagens e interpretarem-na.

Daí para cá os guiões e referenciais sobre sexo, cada vez mais ideológicos e explicitamente pornográficos, não pararam de sair.

“AFECTOS E EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE
A Organização Mundial de Saúde define a sexualidade como “uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sexual.
A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”.

[1] Na pág. 6, lemos: “À semelhança de outros referenciais produzidos pela DGE no âmbito da educação para a cidadania, o presente documento pretende ser uma ferramenta educativa flexível, de adopção voluntária”. Porque é que retirei as palavras “adopção voluntária”? Porque, desde 2018, se tornou obrigatório e a matéria nele contida passou a contar para nota e é ministrada na disciplina de Educação para a Cidadania, embora, como refere o Referencial, seja para ser usado em qualquer disciplina ou área disciplinar.

 

Vida, educação e dignidade

04 jun 2022, - Observador

Nos próximos dias 10, 11 e 12 de Junho, decorrerá em Viana do Castelo, a cidade que tem um coração do tamanho do Minho, uma iniciativa popular que visa defender os direitos e liberdades fundamentais da família e de cada cidadão deste país. Valores como vida, educação e dignidade precisam de ser defendidos do maior ataque da História.

Educação

O direito dos pais a educar os seus filhos tem vindo a ser-lhes tirado pelos consecutivos governos socialistas. O Ministério da Educação tem vindo a outorgar-se dono e senhor da educação dos filhos dos portugueses e de todos aqueles que escolheram o nosso país para viver. O que era do foro íntimo, como a sexualidade, por exemplo, tem vindo a tornar-se político. Hoje, há quem se queixe de que os alunos não dizem aos professores quais são as suas preferências sexuais, e, pelos vistos, isso é muito mau.

Pior, temos dois alunos de excelência chumbados – pelo ex-secretário de Estado da Educação e actual ministro da Educação, Dr. João Costa (eu sei que a notícia diz que foi o Tribunal que chumbou os alunos, mas o despacho que ordenava o chumbo foi assinado pelo então secretário de Estado da Educação), só porque os pais dessas crianças exigem que o seu direito – a educar os filhos – seja respeitado e não permitem que os seus filhos sejam expostos a ideologias nefastas, disfarçadas com nomes como “cidadania” e “desenvolvimento”, que, claramente, pretendem formatar os alunos. O Dr. João Costa tem perseguido a família Mesquita Guimarães ao ponto de impedir a escola de Vila Nova de Famalicão de seguir os termos de um acordo com os pais de dois jovens proposto pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga. O caso continua em Tribunal e já houve ameaças de retirada dos filhos aos pais. Isto é abuso de poder e é urgente falar sobre isto.

Família

Família é o conceito natural que garante a continuidade da espécie e a vitalidade da própria sociedade. A cultura contemporânea tem vindo a redefinir a família: a banalização do divórcio, o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, uma série de arranjos de vida promíscuos e a pressão pela aceitação da poligamia são agressões violentas à família.

 

 

 




segunda-feira, 11 de julho de 2022

Memórias do Ultramar

                                    LEMBRAR PARA NÃO ESQUECER

 

Aos que vão resistindo ao desgaste da vida e às investidas dos fazedores de crises que nos atormentam e hipotecam o futuro dos nossos filhos e netos e desgastam a nossa dignidade, venho lembrar que há 50 anos, em terras de Angola, os Pára-quedistas voluntariosos e valentes, organizados em pequenos grupos de combate, souberam elevar bem alto o nome e o valor dos Boinas Verdes.

Continua na memória dos sobreviventes que hoje conseguem contar a história dos graves acontecimentos e dos horrores praticados por sucessivas vagas de bandoleiros sanguinários que chacinaram, esventraram e mutilaram crianças, mulheres, velhos e novos, pretos e brancos no norte de Angola. Desde o Úcua ao Quitexe, passando por Nova Caipenda, Quibaxe, Nambuangongo, Cuimba, Madimba, Buela, Zalala, Damba, Quibocolo, Bungo, Mucaba e tantos outros lugares da região dos Dembos, onde os sinais do sangue derramado por inocentes indefesos atiçou o sentido patriótico e fortaleceu o espírito de sacrifício na luta contra as hordas assassinas. Com reduzidos recursos e muita vontade de vencer, os Pára-quedistas estiveram na linha da frente na defesa das populações mais atingidas pela selvajaria dos bandoleiros da UPA (União das Populações de Angola). Foi na missão de socorro aos defensores de Mucaba, entrincheirados dentro da igreja local; no Bungo, as capacidades de liderança do Alferes Pára-quedista Mota da Costa permitiram uma defesa eficaz; na Damba, onde um pequeno grupo de Boinas Verdes conseguiu suster os ataques; na povoação 31 de Janeiro, o Tenente Pára-quedista Veríssimo teve papel destacado na organização da defesa da população local, onde contou com a fidelidade e apoio do cabo de cipaios Sebastião, do chefe de posto Vailão e do soba Camassa.

Foi no decorrer destas difíceis intervenções dos Pára-quedistas que tombaram os primeiros Boinas Verdes: o soldado Pára-quedista Domingos, durante a caminhada para Mucaba; o Alferes Pára-quedista Mota da Costa e o civil Caras Lindas, quando procuravam manter a ligação entre os que reparavam a ponte do Bungo e o soldado Pára-quedista Eugénio Dias, o civil António e dois bailundos que se dirigiram a uma fábrica de café e serração próxima na procura de material para a ponte.

Para suprir a falta do Alferes Mota da Costa, o sargento Pára-quedista Joaquim Santiago assumiu a responsabilidade de coordenação das acções necessárias para evacuar os mortos e os feridos até à base do Negage. Helicópteros para evacuação não havia, apenas algumas viaturas civis e pequenos Unimogues eram os recursos disponíveis para percorrer picadas esburacadas e cortadas por árvores de grande porte.

Com audácia e tenacidade na defesa das gentes dessas terras martirizadas pela sanha assassina dos bandoleiros os Pára-quedistas demonstraram todo o seu saber e espírito de sacrifício no cumprimento do dever “honrando a Pátria de tal gente”. Os elogios e provas de gratidão vieram de todos os lados, os jornalistas tentavam colher mais informações dos acontecimentos. Depois das primeiras missões de reconquista e ocupação das localidades vandalizadas, os Caçadores Especiais e outras tropas que foram chegando a Luanda começaram a ocupação definitiva da região atribulada. As Tropas Pára-quedistas, já reforçadas com mais efectivos, entraram em acção nas grandes operações levadas a cabo nos saltos em Quipedro, na serra da Canda e em Sacandica (localidade fronteiriça com o ex-Congo Belga, no extremo norte de Angola), com intervenção a nível de companhia. Com o Batalhão e a Força Aérea bem organizados, em colaboração com as tropas de quadrícula instaladas nas zonas afectadas pela guerrilha, as missões dos Pára-quedistas passaram a ser rotineiras e normais. 

 

 

Para situar no tempo o sentimento dos que viveram os primeiros embates, não posso deixar de transcrever alguns recortes dos jornais de Luanda, onde são relatados episódios com intervenção de Pára-quedistas:

 

 - Da entrevista do Soldado Eugénio Dias, que foi ferido durante o ataque dos bandoleiros quando se encontrava na tal fábrica do café do Bungo, ao jornalista Moutinho Pereira do jornal “O Comércio”, publicada em 12 de Maio de 1961: “O ataque foi na segunda-feira, dia 8. Uma coluna de militares e civis, todos armados, seguiu até à ponte que os bandidos tinham cortado, para a reparar. Ao chegar à ponte o nosso comandante disse-me para ficar com os civis e protegê-los em caso de ataque, enquanto eles seguiam. Fiquei sozinho, pois sabia que os meus camaradas não podiam ir a pé… os carros não podiam atravessar a ponte… Ao sair da fábrica do café, já distanciados, ouvimos um tiro entre o capim. Claro que ficámos atentos e vigilantes. Mas aquela arma que disparou, por certo devido a algum acidente, dera o alarme. Logo se seguiu um tiroteio intenso. Encontrámos centenas de bandoleiros meio encobertos pelo capim. Os dois bailundos ainda não tinham feito a tropa e estavam desarmados, conseguiram fugir e refugiar-se na fábrica… Dei por mim a disparar a minha metralhadora ligeira para o meio do capim. A meu lado, o civil, ajudava-me como podia… Já ferido nas pernas, tentámos tomar outra posição…  À nossa roda tínhamos uma multidão ulutante, disposta a tudo para nos cortar a cabeça. Gritavam como demónios… Saltámos para o meio do capim alto, costas com costas, esperando o pior… por ali fiquei até perder as forças. Então, os meus camaradas conseguiram passar. Logo que se desenvencilharam daquela corja vieram à nossa procura…. Encontraram-nos feridos mas ainda conscientes no meio do capim, apertando de encontro ao peito, as nossas armas.”

 

- O jornalista Sotto Mayor do “Diário de Luanda” na edição de 17 de Maio de 1961 publicou alguns depoimentos sobre a situação no posto de 31 de Janeiro.

O repórter acompanhou uma das missões aéreas das avionetas do Aero Clube de Sanza Pombo e o chefe de posto e piloto Barros: “Aterrámos, cerca das 13 horas, no pequeno campo de aviação, onde se fizeram descargas de mantimentos e fomos convidados do chefe de posto Vailão e pelo tenente pára-quedista Veríssimo, dois valentes, à volta dos quais, pela sua actuação têm sido publicadas as mais largas reportagens. A defesa da povoação está toda concentrada à volta do edifício do posto, onde a população se recolheu. Pelas portas e janelas notam os sinais das lutas que têm sido travadas, estando as varandas do prédio barricadas com sacos de areia e arame farpado. Durante a refeição, servida numa grande mesa onde tomaram lugar grande parte dos “páras” e comerciantes da região, tivemos ocasião de ouvir do próprio chefe de posto, uma curiosa narrativa pormenorizada dos acontecimentos registados. – “Nós, em dada altura, verificámos que não tínhamos condições de defesa. Evacuámos, portanto, imediatamente a povoação. Toda a população foi connosco. Seguimos para a Damba, sede de concelho. Foi no dia 16 de Abril de 1961. Após a nossa chegada, deu-se o primeiro ataque à localidade. Colaborámos na defesa da Damba, neste e em mais três assaltos. Mas o nosso interesse era regressar o mais depressa possível ao 31 de Janeiro. No dia 27 conseguimos uma secção de Pára-quedistas, comandada pelo Tenente Veríssimo, para o nosso posto… Tivemos que lutar com muitas dificuldades. Eram obstáculos de toda a ordem – cortes profundos na estrada, árvores caídas, pontes danificadas. Era um nunca mais acabar.” O tenente Veríssimo relembra alguns acontecimentos passados na viagem: “Encontrámos ligeiras resistências durante o percurso de cerca de 84 quilómetros. No desvio para a povoação de Mucaba, a 12 quilómetros do destino, recuperámos diversos rapazes, portugueses africanos, que estavam prisioneiros dos bandoleiros no local conhecido por “Missão”. Temos tido diversos ataques, os primeiros de dia, os restantes de madrugada. Agora apenas têm tentado… mas depressa são repelidos e com baixas.”

Não havia tempo para pensar onde estava a razão; a necessidade de defender as populações indefesas e os postos isolados do norte de Angola era a prioridade, e a nossa fidelidade à Pátria impunha que cumpríssemos essas missões das quais saímos triunfantes, embora com grandes sacrifícios. Depois destas, muitas mais foram levadas a cabo com sucesso, as quais mereceram rasgados elogios e os mais altos louvores. Orgulhamo-nos dos nossos feitos e merecemos o reconhecimento da Nação. Apesar do ostracismo a que foram votados, os Combatentes portugueses, intervenientes nas guerras ultramarinas, são o que resta da gesta de valores que a Pátria contempla; dos cobardes não reza a história… muitos dos nossos governantes nunca souberam honrar a Pátria nem os juramentos e tentam desvirtuar os valores que “mais altos se levantam”.

 

 

- NAMBUANGONGO

Os pára-quedistas saltaram lá antes da chegada do Batalhão 114. Para a maioria dos oficiais da Força Aérea e Pára-quedistas foi um golpe baixo dos estrategas da Força Aérea, não respeitando o esforço dos Batalhões que estavam a pouca distância de atingirem aquele objectivo; embora com dificuldades em percorrerem o que restava dos difíceis caminhos...

 

In: “ESTILHAÇOS”, temas da guerra el Livro publicado em 2019 e 2ª Edição em 2020