Aos
Órgãos de Comunicação Social,
Ao
Ministério da Defesa Nacional,
Aos
Grupos Parlamentares na Assembleia da República.
PELO ESTATUTO DOS COMBATENTES
Considerações
pertinentes a ter em conta antes da VOTAÇÂO:
1 –
Os Combatentes das guerras ultramarinas cumpriram o dever patriótico que ao
tempo lhes foi exigido, sofrendo as agruras de uma guerra que não compreendiam
nem queriam.
2 –
Nas terras longínquas de África e em difíceis condições, apesar da
desarticulação dos apoios logísticos nas localidades onde estavam aquartelados;
apesar de serem injustamente criticados e confrontados com o desespero dos
“retornados”, os Combatentes portugueses deram ao mundo um grande exemplo de
valentia e mantiveram a necessária segurança até à evacuação de todos os que
foram forçados a abandonar os seus empregos e os seus bens para regressarem à
metrópole. Para quem tem memória, lembramos que mais de mil militares e colonos
brancos Belgas foram chacinados no Congo Belga, aquando da sua independência,
porque as tropas não conseguiram suster a rebelião no meio da confusão e do
terror. Situações semelhantes não aconteceram nas nossas colónias, graças ao
empenho e resistência das nossas tropas.
3 -
Com a sua resiliência em surdina, construíram os caminhos para acabar com a
ditadura e realizar a revolução de Abril de 1974, que nos trouxe a ambicionada
democracia, a liberdade e o fim da guerra e esperança de vida melhor.
4 –
Apesar de esquecidos pelos governantes; apesar de abandonados à sua sorte,
muitos com graves perturbações físicas e mentais, os Combatentes mais capazes
integraram-se na sociedade, no mundo empresarial e no trabalho, produzindo bens
para a riqueza do país.
5 –
Ora, como em todas as guerras, cerca de um quarto (250 mil) cedo começaram a
sentir os efeitos nefastos do stress de guerra, não conseguindo empregos nem
meios de sobrevivência para uma vida digna, continuando com baixos proventos
até nas pensões de reforma.
6 – Sem
desprimor para outras “reinvindicações” que vos foram apresentadas, o que
propomos para o Estatuto dos Combatentes, na 3ª versão do documento subscrito
pelo “Grupo de Trabalho” das Associações aderentes, não é mais do que uma
singela parcela daquilo que, por direito, têm a receber da nação que,
injustamente e vergonhosamente, os desprezou durante mais de quarenta anos. Os
mais de 450 mil Combatentes, ainda vivos, merecem respeito para viverem o resto
das suas vidas com dignidade. A Pátria não pode recusar mais este designo do
nosso merecimento.
7 –
É importante entender que o Estado será o maior beneficiário dos proventos que
vier a pagar aos Combatentes. Porque, com mais algum dinheiro, podem melhorar o
seu estado geral de saúde, alimentar-se melhor e adquirir os medicamentos
compatíveis com as suas doenças; só por estes factos, os gastos com tratamentos
médicos e internamentos hospitalares serão reduzidos e o Estado poupará muitos
milhões de euros.
8 –
Atendendo à dificuldade de mobilidade, esse dinheiro será gasto em proveito do
desenvolvimento da economia do país e do comércio local.
9 –
Qualquer falta de compreenção das nossas considerações com sentido prático na
satisfação dos nossos propósitos na aprovação de um Estatuto dos Combatentes,
justo e dígno, além da reprovação pelos nossos filhos e netos, merecerá o nosso
repúdio e protesto generalizado em acções futuras, porque estaremos sempre ao
lado dos Combatentes mais desfavorecidos e de outros movimentos e associações
que reclamam “Reivindicações” para a generalidade dos Combatentes.
10 -
Extrato de “Notícias da Guerra”:
“Agora
andamos há 60 anos a esconder a guerra que fizemos nas colónias. Isto, apesar
de que, no cair do pano em 1974, todas as famílias portuguesas integravam
alguém que esteve na guerra. Que ficou ferido. Que contraiu doença. Que morreu.
Ainda hoje se manipulam ou censuram os resultados do desastre coletivo que
constituiu a Guerra Colonial do século 20.
O preço do nosso colonialismo – chegados ao 25 de abril – passa por um milhão e
meio de emigrantes, 40% de analfabetos numa população com pouco mais de 8
milhões de habitantes. E a fatura mais pesada: 10.500 mortos, mais de 40.000
estropiados e 230.000 (140 mil combatentes, mais 80 mil mulheres que os
esperavam) sofrendo de Síndrome Pós-Traumático do Stresse de Guerra. Em apenas
duas gerações, os portugueses já apresentam muita dificuldade em falar sobre
esta Guerra Colonial. Experimentamos dois dos piores sentimentos: perda
(pessoal e coletiva) e vergonha.
A importância e o peso da Guerra Colonial, a forma como caiu o Império, as
derrotas militares e as pesadas consequências com que a sociedade foi castigada
não permitiram, durante muito tempo, avaliar estragos. Até que chegamos ao
perverso desabafo «Isso agora já não interessa. Já passou!» Mas não passou,
ainda cá estão muitos…
10
de Junho de 2020
Movimento
Cívico de Antigos Combatentes – Associação MAC
Defesa da honra,
na União dos Antigos Combatentes do
Ultramar Português
Será que a publicação ( partilha ) feita hoje, pelo nosso colega de Administração Joaquim Coelho, estará dentro do âmbito do nosso Grupo ? Não irá abrir a porta para que outros Membros aproveitem a deixa e venham com outras semelhantes ou piores ? Deixo à vossa consideração.
Eu; Joaquim
Coelho jamais deixarei de lutar contra todas as formas de ditaduras. Passei 40
anos da minha vida com actividades culturais, cívicas e sociais em prol de uma
sociedade mais humanista e igualitária, sem açaimos na liberdade de opinião,
embora com alguns prejuízos para a minha família. Pois, porei toda a minha
influência cívica na defesa dos nossos legítimos direitos. Para tal, conto com
um numeroso grupo de Amigos incondicionais. Já deixei outro protesto que foi
eliminado pelo sistema! Volto a publicar.
Joaquim Coelho reclama: Prezados Amigos
Administradores, fica ao Vosso inteiro critério cortar ou não este tipo de
alertas sobre a nossa liberdade de opinião franca e aberta. Acontece que não
deixarei de lutar por barrar o caminho a toda a forma de ditadura, piedosos
defensores da verdade (deles), manipuladores das mentes fracas e carentes de
votantes imbecis. Nos meus tempos de repórter, custou-me ver pessoas ignorantes
e burras a censurar os meus escritos e fotografias que só mostravam a verdade
do sofrimento de um povo morrendo à fome, nas guerras ultramarinas e nos
trilhos de fronteira da emigração clandestina. Alguém se preocupou com os
artigos de opinião que têm sido publicados acusando os Combatentes de
assassinos, de racistas, de drogados e cambada de alcoólicos; e da tentativa de
serem averiguados todos os "massacres cometidos pelas tropas portuguesas"?
Pois, isso está a acontecer para desonra e ofensa a mais de um milhão de
Antigos Combatentes. Ainda há dias fui testemunhar num processo por atentado
contra a honra e com pedido de indemnizações, que corre no Ministério Público,
contra um jornal, por causa dos ditos artigos difamatórios.
O "estado totalitário" controla quem diz mal
dele, essa é que é essa. Logo, isto é uma ameaça à democracia, tal qual a
conhecemos. Querem pior? Pior que isto só ir viver para a Coreia do Norte,
Venezuela, Cuba, China, Rússia, etc. Lá nem liberdade de acesso às redes
sociais têm mas aqui já estão vigiadas e de que maneira...
Excelência só quem sentiu na pele tal como eu e pessoal
do meu Batalhão... a que eu pertenci 30 meses, pode dar o valor, o resto é
letra. Queremos actos urgentes. Tenha uma continuação de boa tarde.