Os Descobrimentos Portugueses – Cronologia
1415 - Conquista de Ceuta
1418 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha de Porto Santo
1419 - João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz descobrem a Ilha da Madeira
1427 - Diogo de Silves descobre as Ilhas dos Açores
Reinado de D. Duarte (1433-38)
1434 - Gil Eanes dobra o Cabo Bojador
Reinado de D. Afonso V (1438-1481)
1441 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Cabo Branco, na Costa de África
1445 - Nuno Tristão conduz a expedição ao Senegal
Reinado de D. João II (1481-95)
1460 - Diogo Gomes descobre o arquipélago de Cabo Verde
1471 - Descoberta das ilhas de Fernão Pó, São Tomé, Príncipe e Ano Bom
1483 - Diogo Cão descobre a foz do Rio Congo
1485 - Diogo Cão chega à Namíbia
1488 - Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança
Reinado de D. Manuel I (1495-1521)
1498 - Vasco da Gama descobre o Caminho Marítimo para a Índia
1500 - Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil
1501 - Gaspar Corte Real chega à Terra Nova
1510 - Afonso de Albuquerque conquista Goa
1511 - Os navegadores portugueses chegam às Ilhas Molucas
1513 - Portugueses estabelecem feitorias na China, Macau e Cantão
1519 - O português Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de
circum-navegação do globo, que termina em 1522
Reinado de D. João III (1521-57)
1543 - Os navegadores portugueses chegam ao Japão
Os Descobrimentos portugueses
Privilegiados com uma longa costa marítima de Norte a Sul, os marinheiros portugueses sempre sentiram grande fascínio pelo mar, o que ocasionou vontade e ambição de desenvolver aptidões para os conhecimentos náuticos altamente avançados para a época. Ora, o mar ofertava alternativas mais ousadas para o comércio externo e a necessidade de conquistar novas terras, obter matérias-primas e metais preciosos, levaram os iluminados com ideias inovadoras, financiados e apoiados pela alta burguesia e com colaboração da igreja católica, se lançassem na organização de projectos de construção de maiores e mais bem apetrechados navios com capacidade para vencerem a força das ondas marítimas, navegando com arte no aproveitamento das correntes do vento, através dos oceanos.
A visão
futurista do Infante D. Henrique fomentou a criação de escolas náuticas capazes
de formarem bons marinheiros e estudar formas de conservar alimentos e meios de
sobrevivência em longas distâncias e sujeitos ao rigor das alterações
climáticas locais, ao longo das rotas marítimas de finais imprevisíveis.
Sabia-se que
os muçulmanos eram conhecidos como os principais negociantes do comércio de
especiarias desde as costas do Malabar até ao oriente médio, utilizando o Mar
Mediterrâneo e a rota de Omar. Esse monopólio do comércio dificultava a vida
aos negociantes portugueses, agravado com a tomada de Constantinopla pelos
Otomanos. Havia que encontrar uma via alternativa – a via marítima até à India.
Mas, os descobrimentos
portugueses começam em 1415, quando Portugal descobriu Ceuta, no norte de África.
Em pouco tempo, formaram uma base naval de onde podiam controlar os movimentos
marítimos no Estreito de Gibraltar e dar apoio logístico aos naus que navegaram
para o Atlântico.
Os membros da Ordem dos Templários e a Igreja Católica, ajudaram
a descobrir a Ilha da Madeira em 1418 e em 1427 a Ilha dos Açores. A intenção
dessa aliança era estabelecer o cristianismo
e expulsar os muçulmanos por onde passassem.
Em 1434, os
portugueses passam o estreito entre as ilhas Canárias e a Mauritânia – Cabo Bojador;
em 1441, passam o Cabo Branco; em 1445 chegam ao Senegal e Guiné-Bissau; em
1460, descobrem o arquipélago de Cabo Verde; em 1471, descobrem as ilhas de S. Tomé
e Principe, Fernando Pó, ilha de Ano Bom, no oceano Atlântico.
As caravelas
e naus portuguesas continuaram a navegar na costa africana, descobrindo as
terras e foz do rio Congo em 1483; passando pelas costas de Angola, descobriram
a Namíbia em 1485; chegando ao sul da África, dobram o Cabo da Boa Esperança em
1488, local tormentoso para a navegação.
Com caravelas
e naus mais aperfeiçoadas e velas mais enquadradas, Vasco da Gama parte a
caminho da India, chegando a Moçambique, “rio dos bons sinais” foz do rio
Quelimane, chegando à ilha de Moçambique em 1497. Percebendo a grande
influência dos comerciantes muçulmanos na região, vindo de Zanzibar, negociei
com eles e consegue estabelecer uma feitoria chefiada por um Xeque, dependente
do Sultão de Zanzibar. Com essa praça forte e importante apoio à frota
portuguesa a caminho da Índia, a expedição Portuguesa chegou às costas indianas
em 1498. Estava encontrado um novo caminho para a comercialização das especiarias.
Entretanto,
Cristóvão Colombo, genovês, aproveitava os conhecimentos do irmão cartógrafo, planeava
atingir as Índias seguindo uma rota para oeste, rumo à América. Apresentou os
seus planos ao rei D. João II de Portugal, pedindo financiamento. Como Bartolomeu
Dias já tinha dobrado a Cabo da Boa Esperança, contornando a África, o rei
recusou tal plano. Colombo não desistiu e pediu apoio aos reis de Aragão e
Castela, apesar das negas de D. Isabel e D. Fernando; finalmente, em Agosto de
1492, Colombo partiu para oeste atravessando o oceano Atlântico até ao Novo
Mundo (América). Logo os reis portugueses viram que poderiam perder o direito
de descobrir nesse continente e providenciaram e conseguiram o Tratado de
Tordesilhas, em Julho de 1494, o qual dividiu os territórios entre as descobertas
portuguesas e espanholas.
Pedro Álvares Cabral, em 1500, liderou uma
expedição extraordinária que mudaria para sempre a vida desses dois territórios
– Portugal e Brasil. Saindo de Cabo Verde, chegou à terra de Vera Cruz, mais
tarde o Brasil, tornada a colónia mais rica de Portugal. Chegou a ser Reino
Unido do país abrigando a coroa portuguesa por vários anos, mas
também foi a primeira colónia a tornar-se independente. Entre 1521-1557 foram
iniciadas as primeiras capitanias de ocupação efetiva desse local.
Os
portugueses continuaram na senda das descobertas e, em 1501, descobrem a Terra
Nova-Canadá; em, 1510, Afonso de Albuquerque ocupou Goa, na Índia. No ano
seguinte ocuparam Malaca, na Malásia, onde não havia sinais de contactos com
europeus no Oriente. Expandindo as trocas comerciais com os árabes e povos
locais, em 1513 ocuparam Macau, estabelecendo feitorias na China e Cantão.
Assim se tornaram os mais eficientes na diplomacia e no comércio das sedas e
louças entre chineses e japoneses.
Nesta competição
das descobertas entre Portugal e Espanha, Fernão de Magalhães, querendo provar
que a terra era redonda, desentendeu-se com o monarca português e foi oferecer
os seus préstimos ao Rei de Espanha. Em 1519 partiu para a viagem de circum-navegação,
tendo passado pela Argentina e Chile, chegou às Filipinas, onde se apercebeu
que estava no hemisfério de jurisdição portuguesa (segundo o Tratado de
Tordesilhas), tendo ficado desorientado e entrado em luta com os locais, onde
foi morto. Assumiu o comando o espanhol Elcano, tentando desviar-se das naus
portuguesas, com medo de ser aprisionado; mas perdeu navios e marinheiros,
tendo sido ajudado pelos navegadores portugueses para encontrar uma rota de
regresso a Espanha, contornando a África; regressou a Sevilha com um navio e 18
marinheiros, dos 234 que haviam partido com Fernão Magalhães.
Tanto os
navegadores portugueses como os espanhóis tiveram grandes confrontos com os “piratas”
financiados pelos ingleses, holandeses e outros países invejosos da eficiência
dos comerciantes portugueses, causaram grandes perdas de homens e navios, em renhidos
confrontos nas rotas marítimas das américas e da índia. Muitos dos
carregamentos de matérias-primas, ouro e especiarias foram pilhados em pleno
mar, muitas vezes perdidos com o afundamento dos navios..
Os portugueses
descobriram, desenvolveram, evangelizaram, ocuparam e colonizaram territórios e
povos em diversas partes do mundo, levando consigo a sua cultura, a inovação na
agricultura e novas fontes de alimentação, a fé, as tradições e a língua, ainda
hoje bem aceites.