Estamos perante uma pandemia que os poderosos e loucos
tentam empolgar com cinismo para apropriação das nossas vidas e liberdades.
Perante tão absurdos tormentos, sentimos que o mundo se desmorona sem piedade
pelos seus amedrontados habitantes.
Para aqueles que não se conseguiram libertar dos medos
avassaladores propagandeados pela comunicação social, deixo a minha convicção
providencial de que tudo voltará à normalidade, quando os poderes dos
gananciosos se espatifarem contra as hordas de famintos e revoltosos que a
desgraça desta hecatombe social parir nas ruas e avenidas das cidades das
nossas memórias, outrora iluminadas ao gosto histérico dos devotos dos
luxuosos encontros de depravados pelos prazeres em doses selvagens e
luxuriantes.
Passado o pesadelo dos dias de sofrimento por causas que nos
são alheias, voltaremos a ter os encontros dos amantes com amor redobrado, dos
familiares carentes dos afectos com doçura, dos amigos com devoção na salutar
camaradagem, dos camaradas do trabalho produtivo para bem de toda a comunidade,
dos alegres dias das vivências escolares, dos dias de recreio nas salas de
espetáculos culturais e musicais, dos gratos dias de lazer nas saudosas praias
e dos passeios em fraternal convivência.
Então, teremos com mais prazer tudo aquilo que nos estão a
roubar, todo o sabor dos nossos gostos e apetites, de tudo aquilo que nos possa
compensar pelos sofrimentos e desgastes padecidos sem razão.
Mas, o nosso maior gozo será ver a debandada dos carrascos
que nos atormentam, numa correria louca na fuga para lugares remotos do planeta,
para se esconderem nos superes bunkers que preparam nas longínquas ilhas da
Nova Zelândia, ou a embarcarem atabalhoadamente em naves espaciais a caminho do
cosmos, onde acabarão por ser dizimados pelas terríveis condições de habitat e sinistras
tecnologias que alimentaram para nos controlarem e manietarem na escravidão dum
mundo sem alma e povoado de seres aberrantes e desumanos.
Enfim, na plenitude da nossa liberdade, viveremos sãos e
felizes em comunidades fraternas e livres dos seres demoníacos que nos
perseguiram e capazes de nos maltratarem até à loucura.
(Final da síntese do livro que tenho em preparação há doze
anos, “Caminhos Divergentes” (com a colaboração de dois investigadores de intervenção cívica e social), que ficará pronto em Março de 2021).