sexta-feira, 29 de julho de 2022

O Perigo dos Extremistas

O Fundamentalismo do “novo normal”

 As liberdades individuais estão sendo atropeladas pelos mentores das ideologias extremistas e globalistas.

Porque se trata de uma questão transversal a toda a sociedade, merece alguns reparos, num debate sério e independente. Desde já, peço aos meus leitores que me desculpem qualquer incómodo ou azedume que o assunto possa causar, mas não posso abandonar as crianças ao livre-arbítrio dos arquitectos de um sistema de ensino indigno para o desenvolvimento das capacidades da pessoa humana, redutor para as iniciativas da criatividade dos jovens e inadequado ao futuro produtivo dos cidadãos.

Artigo 13.º - (Princípio da igualdade) - Constituição da República Portuguesa

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

Opiniões:

1 - Porque é que “todes” não é todos, nem todas?

Há um pequeno problema com isto tudo, com esta nova terminologia, com a selva de classificações e as respectivas gavetas em que cada um é metido e a obsessão pelas identidades – é que não é nem inclusiva, nem democrática.


9 de Julho de 2022

A polémica sobre aquilo que é entendido como linguagem “inclusiva” já dura há vários anos. Toda uma série de neologismos está a crescer a cada dia, associada a uma suposta autoridade moral no seu uso. Não os usar exclui, logo coloca quem não os usa do lado do mal. A ela se acrescenta uma censura crescente de termos cuja utilização num texto ou numa notícia de jornal, suscita de imediato uma fúria censória. É caso de palavras como “preto”, “cigano”, “paneleiro”, “bicha”, “fufa”, por aí adiante. ...


2 - Teorias da conspiração e guerras culturais

Parte das designações que utilizamos hoje — até a de “luta de classes” — já têm pouca ligação com a realidade. Não é por acaso que hoje tanto se fala de conflitualidades de linguagem.

 

24 de Julho de 2022

Na crista da onda. Hegemónicos. Radicalizados. Infiltrados nas empresas, universidades ou partidos de quase todas as tendências, adoptando o “marxismo cultural”, promovendo “guerras culturais” ou a “ideologia de género” nos seus aspectos feministas, LGTBQIA+, multiculturais, ateístas ou ambientalistas, colaborando na desordem do mundo livre e conseguindo inocular o vírus do “politicamente correcto” que corrompe a sociedade. Em suma, esta tem sido a teoria da conspiração promovida durante os últimos tempos...

 

4 - A fraude intelectual do pensamento pós-moderno

O pensamento pós-moderno, e o activismo que dele decorre, nunca demonstrou qualquer utilidade para os oprimidos que afirma defender. Pelo contrário, tem o dom de tornar pessoas razoáveis e tolerantes em adversários, que se vêem catalogadas como racistas ou homofóbicas simplesmente por não professarem o credo pós-moderno.

PÚBLICO - 25 de Julho de 2022

Tem sido publicada nestas páginas uma polémica que, partindo de um texto de José Pacheco Pereira, suscitou diversas reacções. Um dos lados dessa polémica defende a ideia da “opressão pela linguagem”, procurando fazer passar conceitos e formas de falar que têm a sua raiz no pensamento pós-moderno, que, sendo uma obscura corrente académica, tem hoje importantes implicações no activismo.

O pensamento pós-moderno opõe-se ao pensamento moderno, a forma de pensar surgida com a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII, segundo a qual se podem estabelecer novos factos com base em provas, quer dizer, é possível produzir conhecimento novo. Esta perspectiva foi aprofundada com o Iluminismo, tendo-lhe sido adicionada uma dimensão humanista: devemos usar a ciência e, de um modo mais geral, a razão para melhorar as condições de vida de todos os seres humanos.

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Os resultados são impressionantes: existem hoje, em número absoluto, menos pessoas no mundo que vivem em pobreza extrema do que no início do século XIX, apesar de a população ser cerca de sete vezes maior do que nessa altura. Vivemos mais, temos em média mais rendimentos, homens e mulheres frequentam a escola durante mais anos e temos acesso a melhores cuidados de saúde, que se traduzem, por exemplo, numa menor mortalidade infantil e no controlo de várias doenças infecciosas através da vacinação. Não obstante existirem inúmeras coisas a melhorar, o mundo está cada vez melhor.

O pensamento pós-moderno, que tem uma visão mais cínica das coisas, assenta em dois princípios. O primeiro é o de que não é possível obter conhecimento objectivo. Este princípio vai contra todos os avanços da ciência. O segundo princípio assume que a sociedade é formada por sistemas de poder e hierarquias que determinam o que pode ser conhecido e como. Dito de uma maneira mais crua: a ciência e a racionalidade são invenções dos homens ocidentais heterossexuais, com o objectivo de perpetuar o seu próprio poder e marginalizar formas não científicas e não racionais de produção de conhecimento. Deveria ser inútil rebater esta ideia, de tão absurda que ela é.

Apesar das suas falhas, a ciência e a racionalidade produziram um entendimento do mundo que é verificável empiricamente e que tem resultados óbvios: conseguimos prever a passagem de cometas, construir telemóveis e fazer vacinas para a covid-19.

É à luz destes dois princípios que podemos entender alegações como a de que não existem apenas dois sexos biológicos. Um dos temas do pensamento pós-moderno é o esbatimento de fronteiras definidoras, recusando à biologia qualquer papel na definição de conceitos como homem ou mulher, categorias que, no quadro desse pensamento, são socialmente construídas.

Outro aspecto do pensamento pós-moderno é a ideia que os grupos oprimidos (as mulheres, os negros, os homossexuais, as pessoas obesas ou qualquer pessoa com uma combinação das anteriores) possuem um conhecimento vivencial próprio, que se sobrepõe à ciência e à racionalidade. Esta ideia pode-se traduzir em assumir a deficiência como uma identidade (recusando tratamentos para a surdez, por exemplo) ou rejeitar a existência de problemas de saúde decorrentes da obesidade (medicalizar a obesidade seria uma agressão à identidade).

O sexismo, o racismo ou a homofobia são cada vez mais inaceitáveis nas sociedades modernas. É este caminho que importa prosseguir, porque foi ele que alcançou resultados inegáveis em muitos países

Mais: estas afiliações identitárias são usadas para empoderar esses grupos, estabelecendo uma hierarquia baseada na opressão e no privilégio… Há casos complicados, como comparar uma mulher negra heterossexual com um homem negro homossexual – quem é o privilegiado aqui?

A questão é que essa hierarquia, assim como todos os aspectos do pensamento pós-moderno, são apenas efabulações teóricas muito desligadas da realidade. As crenças pós-modernas não são comprováveis, pois os seus arautos não aceitam testes que se lhes possam fazer para verificar se elas são verdadeiras ou falsas. Por exemplo, a afirmação de que todos os brancos são racistas, mesmo que não o saibam, pois tem “ângulos mortos”, é uma afirmação não comprovável: não há nenhuma observação ou experiência que se possa fazer que tenha a capacidade de demonstrar que ela é falsa. Claro que a ciência e a racionalidade são, para os teóricos pós-modernos, apenas formas de manter os homens brancos no poder, eles são insensíveis a quaisquer argumentos científicos ou sequer racionais.

Os grandes avanços nos direitos dos negros, das mulheres e dos homossexuais são anteriores a este tipo de pensamento, tendo raízes no Iluminismo e um forte impulso com os movimentos dos direitos civis nos Estados Unidos. Estes avanços, em grande parte ocorridos nas décadas de 1960 a 1990, assentam na ideia de que todos somos iguais em direitos e dignidade, independentemente de sexo, cor da pele (não há raças humanas) ou orientação sexual. São abordagens universalistas e não sectárias. O sexismo, o racismo ou a homofobia são cada vez mais inaceitáveis nas sociedades modernas. É este caminho que importa prosseguir, porque foi ele que alcançou resultados inegáveis em muitos países. São estes valores universalistas que estão plasmados no artigo 13.º da nossa Constituição.



5 - O transe e o cisma: aquém e além de sanitas e urinóis

A política em torno da autodeterminação de género tem revelado, em Portugal e noutros países, o estado de transe da esquerda progressista e o  cisma da direita conservadora, num debate em que os factos vão sendo atropelados pelas convicções.

Vasco M. Barreto

7 de Setembro de 2019

 Ainda a propósito de casas de banho, lembrei-me que uma das teses para divertir plateias do filósofo Slavoj Žižek é sobre o modo como os diferentes povos contemplam as suas matérias fecais, mas como o polémico despacho 7247/2019 que regula a transição social de crianças e jovens transgénero (trans) nas escolas portuguesas não revelou nenhuma idiossincrasia lusitana, resolvi alargar o espectro da discussão.


O sexismo, o racismo ou a homofobia são cada vez mais inaceitáveis nas sociedades modernas. É este caminho que importa prosseguir, porque foi ele que alcançou resultados inegáveis em muitos países, por uma sociedade equilibrada e livre de açaimos ideológicos…

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A propósito do dia dos Avós 

Todos os dias são dos Avós, Filhos, Netos, Irmãos, Sobrinhos e Amigos, deixo este sinal do "Dia comercial dos Avós", mas não pretendo receber prendas. Sejam Felizes e resistentes.


Manuel Inacio Manuel

Joaquim Coelho, pois dizes bem dia dos avós e, felizmente, quem ainda tem uns netos que adoram os avós… mas, nos tempos que correm, filhos, netos e avós, uma grande maioria, trocou os laços familiares por um (telemóvel)… outros netos e filhos ainda lhes batem, ou até matam para atingirem os seus fins egoístas. Mas este mundo já deixou de ser o que era… outros tempos, mas para o descalabro.😔 Grande abraço.

Joaquim Coelho

Manuel Inacio Manuel pois é Amigo Inácio, a realidade é triste... em grande parte, por culpa dos pais cobardes e acomodados, mas também com a deformação do ensino nas escolas. Se não nos manifestarmos publicamente, poderemos ser incluídos na cambada de irresponsáveis que aceitam todo o lixo que pretendem incutir na cabeça das crianças. Pela minha parte, continuarei a propagar os valores básicos da sociedade equilibrada: respeito pelas diferenças, luta contra os arautos das modernices imorais e radicais, contra a formatação de bonecos e escravos dos poderosos e extremistas da ideologia LGBT.

Antonio Artur Campos Nunes

Manuel Inacio Manuel DEVE-SE Á ABRILADA,,,

Severo Calvinho

Joaquim Coelho Tem cuidado pois ainda te podem fazer uma manifestação, à tua porta, contra o teu sentimento anti igualdade do género. Ou lá o que isso quer dizer. 

Severo Calvinho

Antonio Artur Campos Nunes Nos outros países não existiu "abrilada", e passa-se o mesmo. Esse facto não pode ser desculpa para todos os males.

Joaquim Coelho

António Artur Campos Nunes errado quanto à dimensão desta ideologia extremista e sem fronteiras; porque esta cambada de imbecis e parasitas, com mentes intoxicadas, são, apenas, meios de transmissão do tenebroso mandamento do "novo normal". Trata-se de anormalidades absurdas e irracionais propagadas pelos mentores da ideologia anarquista contra os valores da sociedade equilibrada. Sempre existiram pessoas homossexuais e outros comportamentos desviantes da normalidade, mas sem exibicionismos bacocos; eram respeitados nas suas vidas particulares. Agora, o que vemos é a arrogância e tentativa de imposição desses desvios como obrigatórios, através da propaganda das manifestações do "orgulho LGBT", bem como inaceitáveis programas escolares e difusão nas televisões, que mais não são do que tentativas (programadas) para formatar os jovens para uma sociedade de frouxos e improdutivos.

 


Assinalo este que é o Dia dos Avós refletindo sobre o papel fundamental que têm no crescimento das nossas crianças. Numa sociedade onde o tempo corre, são um apoio e um local de afeto permanente que exigem uma boa gestão e um entendimento familiar saudável. Um médico especialista pode ajudar.

Cairei na “tecla batida” se mencionar que, nos tempos que correm, também correm as famílias atrás de rotinas que não dão tréguas, de exigências de calendário, de dias que não chegam... e de um relógio, rigoroso, que segue não misericordioso, como batuta do tempo. É nesta azáfama do quotidiano que o tempo dos filhos colide com o tempo dos pais: os primeiros com a serenidade de quem (ainda) não é escravo desta dimensão, com a determinação de quem tem efetivamente tempo; os segundos, com a obsessão de quem não o tem na medida suficiente para o sem número de tarefas que se desafiaram a (aceitar) cumprir.

Começa esta confrontação com o erguer da manhã – quando a torrada se prepara pacientemente à mesa do pequeno-almoço para uns e se devia engolir no banco de trás de um automóvel a arrancar, para outros – e vai-se prolongando e repetindo nos vários momentos em que estas perspetivas divergentes de tempo (o tempo com tempo das crianças, o tempo sem tempo dos pais) coexistem. As famílias adormecem nesta dissonância de impaciências: os filhos clamam por um pouco mais de vida com os pais, os pais apressam-se a aconchegar os filhos enfiados nos lençóis, com o peso de um dia a galope e a urgência de se permitirem silêncio e sono.

Os avós de hoje são apaziguadores desta evidente diferença. Harmonizam uma transição pela disponibilidade do que são. E desta aparente caricatura do quotidiano de tantas das famílias atuais, parto para a razão de ser deste artigo: a apologia do papel dos avós no crescimento das nossas crianças.

Os avós de hoje são simultaneamente chão de funções e de afeto. São quem alivia a rotina dos pais, permitem a ida à atividade extracurricular, são colo de paciência, são a sabedoria serena de quem já não vive a vida com pressa, são a personificação do tempo, curiosamente, quando em teoria já menos o têm. Trazem as histórias suas, testemunho de vivências particulares, introduzem outras dos pais, que tanta curiosidade geram nos mais novos. Trazem segurança nos conselhos, generosidade no olhar, são dádiva incomensurável.

Por vezes, pais e avós desentendem-se no olear das rotinas. Os pais sentem-se postos em causa nos seus papéis parentais, os avós sentem que assumiriam outra postura no lugar dos filhos. Acaba por ser normal, afinal as gerações são diferentes. No entanto, a não desautorização é essencial e a conciliação das direções a seguir deve ser a meta. Se a gestão e o entendimento familiar não estiverem saudáveis, gerando uma perturbação no funcionamento das crianças, pode procurar apoio junto de um pedopsiquiatra ou de um psicólogo.

Ser avó/avô é ser mãe/pai duas vezes, há quem diga. Também é ter a liberdade de usufruir sem o dever de ter às costas o peso da dependência de um filho, deixam fazer aos netos o que eventualmente não deixaram aos filhos, precisamente porque a responsabilidade é outra. Mostram as estrelas, sem a preocupação de já passar da hora de deitar. Fritam batatas vezes sem fim, só porque “o menino, coitadinho, gosta” – e vai alguém negar que a comida dos avós é a melhor de todas?! Vão para baixo da mesa, fingindo ser mil e uma personagens, quiçá com a mesma pressa para que a refeição termine e se reinaugure a brincadeira! Pedem aos netos que arrumem os brinquedos, mas depressa esquecem o facto de estes não o terem feito, porque arrumá-los é igual a recordar momentos que passaram juntos.

Os avós de hoje só não são sinónimo de tradicionalismo, do antigamente, como no poema “Cântico negro”, de José Régio, em que o “sangue velho dos avós” se opõe à vontade indomável de uma geração de aventura, de diferença, de novidade constante. E também já não têm as “quinhentas palavras” da avó Josefa de José Saramago, mas comungam com ela a mesma “tranquila serenidade” de achar que o mundo é bonito. Porque os netos dão aos avós anos de vida.

Os avós são também lobos maus (carregados de mansidão) nas mãos dos porquinhos, quando brincam no chão. E, apesar da dificuldade em se levantarem, desafiam valentemente o corpo, e lançam-se sem hesitação nem dor, ao ouvirem: “Vovó, agora corre atrás de nós”. São companhia, ajudam a fazer memórias, a construir uma bagagem emocional que perdurará.

A vida muda, como as circunstâncias dos dias e as tendências da sociedade em que vivemos. Mas o amor entre avós e netos é imutável. Que o Dia dos Avós seja celebrado em felicidade consciente e plena.

 Coordenadora de Pedopsiquiatria nos Hospitais CUF Descobertas e CUF Torres Vedras