domingo, 21 de março de 2021

Confinamentos e Apatia

 

Como será o resto das nossas Vidas


A sequência de confinamentos abusivos está a causar mais estragos sociais e mentais do que danos na economia. Estamos a perder a noção do tempo e a utilidade dos pequenos negócios que se debatem com tremendas dificuldades perante a criminosa lei do confinamento, cheia de incongruências desconexas.

O mundo fecha-se nas catacumbas dos destruidores de sonhos. Pouco nos resta para respirar com esperança de manter a lucidez intacta a tanta maldade que nos atinge no íntimo das nossas vidas.

A realidade é tremendamente uma incerteza, mas temos de acreditar que o presente está nas nossas mãos e o futuro é uma incógnita que não podemos deixar de desvendar; basta que estejamos unidos contra os poderes que nos maltratam, dando as mãos com sentido de reposição dos direitos de liberdade criminosamente usurpados, para deixarmos de ver o mundo pela vidraça da janela do nosso lar familiar, onde nos querem prisioneiros sem sentença confirmada.

Não podemos continuar a sofrer os efeitos dos planos malévolos que nos afligem e entorpeçam, criando a sensação de insatisfação sem reagir concertadamente até à reposição de todos os direitos e bens extorquidos; só assim escaparemos à aparente derrota imerecida, fugindo ao estigma da solidão por falta de consensos na razão do nosso ideal de vida.

Se nos isolamos uns dos outros, damos campo de manobra ao inimigo comum para nos trucidar nas engrenagens dos poderosos. Devemos criar cada vez mais motivos de empatia, eliminando a aparente distância de interesses comuns, para evitarmos o perigo do individualismo que nos empurra para um buraco da sociedade que nos pode causar grande sofrimento e desconforto. 

A realidade que nos rodeia é de aparente apatia; sensação de que a luta é inútil, porque as pessoas não se dão conta que o isolamento limita o seu lugar no mundo global que nos cerca irremediavelmente. Cada um a seu modo, em perfeita sintonia de grupo, deve tomar consciência desta realidade agir em conformidade contra o perigo do estado de apatia generalizada.  

A apatia social pode ocorrer em qualquer época do ano, mas com os continuados confinamentos, passamos mais tempo em casa, num isolamento doentia e perigoso, porque a perda dos relacionamentos, das conversas nos convívios, das piadas provocadoras de risos divertidos.

 Joaquim Coelho