A politização das vacinas está ao rubro. A ganância dos lucros ultrapassa a natureza da utilidade das vacinas. Entre os efeitos preventivos da Vacina e a apetência dos negócios, os cidadãos são os últimos a ter em conta. O que dizem alguns especialistas mais atentos:
Para Filipe Vasconcelos Romão, é nestes termos que a China e
a Rússia, que já assinaram contratos com vários países da América Latina e de
África, acabam por conferir a esta vacina uma importância geopolítica e
económica que não têm outros medicamentos, até porque, atualmente, “mais nenhum
produto deste género está à escala global”.
Mais crítico, José Adelino Maltês releva que, além da força
dos Estados, “há poderes no mundo de hoje que fazem parte das geoeconomias e da
geofinanças, em que as principais potências são as sociedades farmacêuticas”
“As farmacêuticas e as empresas médicas são quem produzem e
distribuem medicamentos, são potências dentro da geoeconomia e da geofinança.
Perante esta pandemia, o poder das farmacêuticas notou-se e o que temos aqui é
algo que temos de analisar, não apenas com os modelos da geopolítica, mas
também da geoeconomia e da geofinança”, acrescentou, lamentando que algumas
delas tenham surgido a indicar que têm vacinas prontas, mesmo antes de estarem
aprovadas, através de comunicados na imprensa.
“Verificamos que as principais [farmacêuticas] são uma
espécie de sociedades multinacionais com sede nos Estados Unidos, mas com
alianças europeias. Quer a Rússia quer a China utilizam as suas entidades
farmacêuticas para fazer concorrência dentro destes blocos. É a descodificação
que podemos dar destas guerras da vacina”, sintetizou.
LUSA/HN