MORTOS VIVOS
Estarmos
vivos até pode ser sorte
com
tanta violência em ascensão
carregamos
injustiças e medos
e
não aguentamos o peso do ódio
que
vai corroendo a humanidade;
amolecemos
com falta de amor
trabalhamos
duramente, calados
a
viver sem fortuna e maus salários,
se
não defendermos a dignidade
seremos
como os pobres otários.
Militante
das justas convenções
andei
pelo mundo em movimento
professando
a insigne humildade
do
saber escutar e dar conselho
com
a serenidade dum ancião
que
sabe aos fracos dar a mão;
para
os amigos mais gulosos
sussurro
levemente aos ouvidos
para
terem mais temperança
nos
vinhos, petiscos e enchidos
para
viverem melhores anos
e
gozarem o sabor da bonança.
É
um privilégio estarmos vivos
mesmo
que nos julguem mortos,
os
bravos heróis nunca morrem
partem
mas deixam suas obras…
percorremos
caminhos com idade
apegados
aos amigos presentes,
fazeremos
preces pelos ausentes
até
que se derrubem as fronteiras
e
acabem os caminhos paralelos
para
que se cumpra a santa união
numa
salutar confraternização.
Joaquim
Coelho